Dois homens e um destino

"Tenha uma boa noite Sr. Gómez"

Alba não podia demonstrar nenhuma reação, não podia deixar que ele soubesse quem era ela. Poderia estragar tudo, afinal, ele a conhecia muito bem.
-Alba?- ele pergunta, olhando fixamente nos seus olhos, sorrindo, surpreso.
Ela sorri como se estivesse se desculpando:
-Me desculpe, acredito que esteja enganado, me chamo Lídia Aguillar.
Francisco parece ficar desconcertado, como se estivesse desapontado e ao mesmo tempo com vergonha de confundi-la com outra pessoa, sorri para ela:
-Desculpe, pensei ser uma velha amiga.
Ela devolve o sorrindo dizendo que estava tudo bem.
Mas não estava, ele a vira, mesmo que tivesse o enganado por agora, depois de um tempo ele saberia que era ela e estragaria seu plano, ele sempre fora esperto e não iria a deixar em paz até descobrir quem era.
Alba nem ao menos gostaria de cogitar essa hipótese, não queria que Francisco desse fim nos seus planos. Não novamente.
Ele se afasta, parando do lado de Carlos, ainda confuso, parece estar digerindo todo o ocorrido, Alba lhe entendia, afinal, ela mesma estava tentando entender tudo que se passara nos últimos minutos, não sabia como conseguira fingir olhando nos olhos dele, anos antes não conseguiria, mas agora ele não significava nada na frente da sua própria vida.
-Bom, senhoritas, hora de trabalharem. Para seus postos agora nesse momento.
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- Eu estou com medo de errar sim.-diz Marga, a mulher que chegara atrasada naquele mesmo dia que Alba conseguira o emprego para ambas.
-Creio que não necessita disso, será fácil, você aprendeu o tutorial direitinho, eu mesma vi. -falou uma outra mulher, com cabelos loiros tingidos e um sorriso largo no rosto, parecia ser encorajadora, pois Marga no mesmo momento concordou e prosseguiu com o trabalho.
-Está tudo bem?- a mesma mulher pergunta para Alba, só então, percebe que estava encarando a cena das duas, quando Marga estava nervosa. Se dispersa:
-Ah! Tudo bem sim, só fiquei meio preocupada com ela também. - finge.
- Eu também, ela é muito esforçada, eu vi no dia do teste que ela fez, a propósito, porque será que a deixaram refazer?
-Ela chegou atrasada por morar longe, no dia do teste, o trem acabou falhando em um dos trilhos e ela teve que dar seus pulos para chegar pelo menos perto do horário, acabou não conseguindo.
-Ah, pois então eles foram muito sensatos.
Alba sorri, assentindo.
- Meu nome é Carlota de Senillosa, e o seu?
-Lidia Aguillar. -responde, sorrindo de leve.
-Sem conversa! Ao trabalho!-anuncia Sra. Millán, quando percebe as duas trocando palavras.
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Alba desce as escadas no fim do expediente, analisando o escritório do Sr. Cifuentes, ela precisava dar um jeito logo de retirar o dinheiro, o advogado não lhe dera um número mínimo nem máximo de dias para roubar o dinheiro, mas sentia que tinha pouco tempo.
-Sra. Aguillar? -chama alguém detrás dela.
Quando se vira repentinamente e encara um olhar conhecido, se surpreende.
-Ah, perdão, estava analisando a empresa, muito bonita a propósito .-fala dando uma risadinha.
- Sim, sim. Mas o que faz por aqui neste horário? As telefonistas estão lá fora , acabou seu expediente.
-Ah, mas é claro, me perdoe, eu só fiquei maravilhada com a estrutura da empresa e fiquei analisando, mas já estou de saída.
Ela então, pega o caminho para ir embora, já está de costas para ele, quando escuta:
-Você se parece muito com uma velha conhecida minha.-sua voz parece embargada.
Ela se vira para ele, sorrindo:
-Imagino que sim. Tenha uma boa noite, Sr. Gómez.
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