-Me acompanhe, Sra, Aguillar. -disse Sara Millán a conduzindo até a máquina de telefone.
Alba sentou -se e se posicionou para o protocolo inicial.
Esgueirou os olhos até o lado. Francisco. Francisco a olhava fixamente.
-Pronta para o protocolo?
Alba sorriu, assentindo.
-Está iniciado.
A máquina tocou.
Alba ligeiramente colocou o cabo na entrada da ligação.
-Olá. Aqui quem fala é a telefonista 37, com quem gostaria?
-Olá telefonista.-responde o pai de Carlos, Sr. Cifuentes do outro lado da linha- passe a ligação por favor para o número de 890.
- Sim senhor, um momento.
Alba encontra a entrada 890, pega o cabo, delicadamente. Pensa muito bem, seu plano iria funcionar, com certeza iria, estava tudo certo, não haveria erros.
Insere mas não totalmente na entrada.
-Alô?- ela pergunta para o outro lado da linha.
Olha para Sara:
-Não obtenho resposta.-fala com a voz um pouco falha.
Angéles se levanta de supetão e vai até a máquina:
-Como não? - olha para toda a máquina, procurando algum erro, Alba continua imóvel.
Sabia que Angéles iria encontrar o erro e iria consertar. Só esperava o momento.
E ela encontrou.
Inseriu o cabo na entrada:
-Pronto, pode falar.
Mas Alba não se moveu, continuava olhando para a máquina, como se estivesse buscando alguma resposta ou talvez uma atuação simples. Sim, era uma atuação.
-Sai-disse, nada gentil, Angéles, a empurrando da cadeira e assumindo o controle do aparelho telefônico.
Alba olhou para Sara e abaixou a cabeça. Ela tinha falhado, mas sabia muito bem o porquê.
Ficou por um momento olhando Angéles resolver a situação e logo se foi, sabendo o que deveria fazer.
_*_*_*_*_*_*_Subiu um.pouco receosa pelas escadas , sua mente dizia muitas vezes que deveria cometer tal delito, tal crime, mas por um lado ela não gostaria de realizar tal ato. Mas era sua vida ou sua morte e ela não pretendia escolher a segunda opção.
Ninguém a estava seguindo, nem mesmo havia alguém nos corredores ou escadas, todos estavam ocupados com o evento da telefonia.
Avançou um pouco mais e quando chegou a porta da diretoria seu coração bateu descompassado, sem qualquer aviso. Ela estava prestes a ter a resolução de seus problemas.
Então entrou sorrateiramente, olhou para os lados, não havia ninguém, estava um pouco escuro, mas ela sabia muito bem tatear até encontrar o cofre, aprendera desde cedo como se virar e o crime foi um dos seus portos seguros quando necessitou de ajuda. Naquele tempos todos os seus planos haviam ido para o ralo, Victoria lhe amparou, lhe segurou e lhe apresentou uma forma de viver mesmo que fosse errado, muitas vezes não temos escolha.
Tateou, havia tocado na mesa, mais a frente o armário, bateu a perna, mas não houve barulho. Se abaixou, havia encontrado o cofre.
Por um momento, seu coração doera, havia pensado em Carlos, mas por que diabos pensara nele? Só por que a chave estava em suas mãos? Por que o roubara? Mas ela já havia feito isso inúmeras vezes, com tantas pessoas, pessoas importantes, perigosas... mas doía da mesma forma.
Se ela queria seguir em frente, não poderia ouvir o coração e sim a razão.
Encontrou a fechadura e retirou a chave que estava em seu bolso, abriu, havia muito dinheiro, mas ela não queria tudo, ela apenas iria tirar o necessário e foi o que fez.
Sorriu, a liberdade estava em suas mãos, ela conseguira, iria seguir uma nova vida, longe da telefonia, longe de Madrid, longe de Francisco. Francisco antes amor da sua vida, mas agora não era nada.
Levantou-se para ir embora, já havia fechado o cofre e iria tentar devolver discretamente a chave logo quando pudesse, mas por enquanto iria sumir depois do roubo.
Foi em direção a porta, quando ouviu um barulho de isqueiro sendo ligado.
-Pare aí.
Era uma voz conhecida, ela sabia muito bem quem era.
Ficara imóvel , mas dessa vez de verdade.
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Dois homens e um destino
FanfictionO ano é 1928 , as mulheres nem sequer podiam imaginar em direitos, elas não podiam pensar de sua própria forma, de se expressar, de serem felizes sozinhas. Se você vivesse nessa época, a liberdade lhe pareceria uma meta inatingível, a vida era d...