Oh, sugar you don't have to be so sweet

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— Porque você sempre torna tudo tão difícil pra mim, Harry? — Desmond suspirou alto, com os olhos focados no celular a sua frente enquanto vagamente mantinha uma conversa com seu filho. — Adolescente mimado não é o que as garotas procuram hoje em dia.

Como se eu estivesse à procura de alguma garota, Harry manteve o pensamento apenas para si enquanto encostava a bochecha na palma da mão, olhando para fora do vidro do carro. Ele gostava de observar o vulto da paisagem, passando rápido demais por detrás do vidro, até que sua cabeça começasse a doer e ele tivesse algo mais no que se concentrar além da voz desaprovadora de seu pai ecoando por seus ouvidos, deixando-o enjoado. Não era como se seu pai se importasse, ele só gostava de manter as boas aparências, lembrando-se sempre de deixar marcas roxas no filho onde ninguém poderia ver.

— Trate de olhar para mim quando eu estou falando, certo garoto? — a mão de seu pai em sua bochecha, puxando seu rosto para encará-lo, fez com que ele voltasse para a realidade. — Você faz tudo isso só pra chamar minha atenção, não é mesmo Harry?

— Oh, você me pegou! — Harry exclamou dramático, fechando os olhos para resistir à tentação de rolar os olhos para seu pai.

Ele sabia muito bem o que acontecia quando seu pai se irritava com ele, mas ele simplesmente não conseguia se controlar, ele sempre tinha que revidar as palavras de seu pai, sempre testando a paciência dele até o limite porque caso ele não o fizesse, caso ele fechasse a boca e ouvisse em silêncio, iria significar que ele estava se tornando o garoto que seu pai sempre quis que ele fosse. O filho perfeito que concorda com tudo sem questionar nada. E, não, ele não queria ser esse tipo de pessoa.

— Pois bem, você conseguiu minha atenção, agora trate de me ouvir mocinho! — Desmond olhou bem nos olhos do filho, soltando a mão que agarrava sua bochecha antes de voltar sua atenção para o celular e disparar suas palavras sobre o quão ele estava desapontado com Harry.

Como se ele se importasse. Não, ele não se importava, se importasse mesmo teria percebido que o filho havia virado a cabeça novamente, encarando o horizonte, mas ele estava disperso demais em seu telefone, esperando para fechar mais um acordo importante.

Como se Harry se importasse.

— Estamos muito longe de Londres, James? — o garoto se inclinou para frente para que apenas o motorista pudesse ouvir sua voz. Se seu pai ouvisse iria pensar que ele estava apressando o pobre James, já que para o pai Harry era apenas um garoto mimado que queria ter tudo na hora que quisesse.

— Não senhor Styles, pouco menos de meia hora e estaremos lá — ele sussurrou de volta, sem se virar para Harry, mas sua voz era suave e calma, o contrário da voz de Desmond.

Harry não gostava quando seu pai o obrigava a viajar com ele já que geralmente quando ele o fazia não era porque ele queria a companhia do filho mais novo, não, ele só queria que ele aprendesse como o trabalho era feito, negócios eram fechados e mais um monte de razões entediantes que fazia com que Harry quisesse abrir a janela do carro e dizer adeus ao seu café da manhã. Então, sempre que ele viajava com seu pai, tinha que comparecer a almoços entediantes, conversar com políticos, responder questões e entreter os convidados com elogios voltados ao seu pai.

— Lembre-se Harry, isso não é sobre você, isso sobre a empresa! — seu pai sempre dizia quando o filho perguntava por que ele tinha que comparecer a todos aqueles eventos.

Porém, tinha algo especial sobre Londres. Algo que fazia com que Harry sempre aprontasse alguma coisa perto da data de partida de seu pai, apenas para que ele fizesse com que Harry viesse com ele, já que se Harry oferecesse para ir por conta própria receberia um não, você é jovem demais, você irá atrapalhar os negócio, não Harry você tem de ficar em casa, sozinho, sem contato nenhum, pois o que importa é seu pai e não você. Você não é importante.

He Without SinWhere stories live. Discover now