All Too Well

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para todos os corações partidos (ou quase)

Já fazem três meses desde que eu e John não estamos mais juntos, as vezes eu penso o que foi pior, as últimas palavras, o último beijo, o último toque, o último olhar, mas percebo que foi o último sentimento, o único sentimento que tive depois de tantos anos, anos de desconfiança e medo de pular de cabeça num relacionamento, me sinto completamente esgotada e destruída por dentro.
desde que saí da casa de John e voltei para minha cidade natal, Nashvielle, uma cidade pequena e sem graça, mas até gosto, pois me reencontro com a minha família e amigos, mas ainda assim, me sinto perdida sem entender o que fez meu relacionamento com o John chegar ao fim.

Nós sempre fomos próximos, o inseparável casal de Los Angeles, viajamos juntos no seu pequeno carro, cantávamos em karaokes, jantavámos em restaurantes caros, e ficávamos em casa quando o tempo fechava, eu achava tudo nele incrível, seus olhos cor de mel, seu cabelo bagunçado quando acordava do meu lado, as suas girías inexplicáveis, e suas piadas sem graça, eu o amava, amava de verdade, com todo o meu coração, eu pude sentir coisas que eu não podia sentir antes de conhecer ele, antes de ouvir seu nome pela primeira vez.
portanto o tempo passou, e as coisas bonitas também, eu achava que nós éramos o casal inseparável de Los Angeles, até minhas amigas brincavam com isso, mas eu estava errada, infelizmente errada.
John mudou completamente o jeito que me tratava, pensei até que tinha algo de errado comigo, alguma coisa deixava ele extremamente diferente, seus olhos não eram mais o mesmo, não via mais beleza em olhar para o seu cabelo, suas falas que eram doces se tornaram amargas, eu acho impressionante como é questão de instantes para tudo na sua vida virar um beco sem saída, e era assim que eu me sentia, me sentia horrível por não conseguir mudar aquela situação, de ver a gente se fechando mais e mais, como pássaros numa gaiola, trancados para não sair.

Até que um dia, resolvi conversar com John sobre as últimas semanas, tentar entender o que se passava na sua cabeça, eu queria poder ler todos os seus pensamentos. John não se abria comigo, não quis dizer uma palavra, com o sentimento de frustação, eu insisti, não importa o que fosse, daríamos um jeito de resolver, o que levou a uma briga terrível, e foi isso que sobrou, eu correndo para o quarto chorando e brigada com o meu namorado, grande dia.
Ainda brigada com meu namorado, estava eu no meu trabalho como de costume, recebi uma mensagem de John, o que eu achei um milagre, a mensagem apenas dizia "Louise, precisamos conversar...me liga"
de primeira eu até achei uma boa notícia, ele podia estar arrependido, por aquela briga. Mas é óbvio que eu tenho que pensar assim, como você é estúpida Louise, depois de ligar para o John recebi a notícia mais triste da minha vida, foi como uma pancada no meu estômago, John terminou comigo, eu apenas disse um oi, e ele "acabou Louise, acabou tudo"
como assim acabou tudo? Depois de tudo que passamos, depois de todas as risadas, alegrias e tristezas que vivemos, e ele me liga e diz que acabou? e ainda por telefone? covarde, covarde por não querer dizer isso antes e empurrar essa decisão para mim, por deixar ir a única coisa que para ele era real, por me amassar como se fosse um papel, naquele momento se encontrava uma Louise quebrada por dentro.
Quando pude finalmente sair do trabalho, liguei para meus pais, para contar a triste tragédia para eles, e perguntar se podia voltar para casa, pois não tinha mais o que fazer em Los Angeles, estava tudo acabado, minha mãe atenciosa como sempre disse "claro querida, você sempre será bem vinda" ao ouvir isso chorei o caminho inteiro para casa que (era nossa)
e agora só pertencia a John, empacotei todas as minhas coisas, troquei de roupa e vesti a minha camiseta xadrez favorita (John amava ela também) e saí da casa de John, me despedindo do (nosso) seu cachorro de estimação, sentirei saudades.
segui o meu caminho para Nashvielle sem olhar para trás, estava com raiva, mas também triste, estava confusa, com meus sentimentos parecendo um caminhão cheio de bagagens pronto para desmoronar, eu só conseguia chorar.

"Escrevo por todas as vezes que pensei que podíamos voltar, esperando uma ligação todo dia no meu quarto, sonhando acordada com os momentos do começo do nosso relacionamento, em pensar que todos mudam mesmo não querendo a mudança, ela sempre acontece e talvez ela aconteça da pior forma, vem como um soco no olho, eu não estava pensando em como isso podia acontecer, me pegou desprevenida de um amor seguro, a vida sem complicações é uma vida sem graça e sem drama algum, e eu aprendi a aceitar, o problema é que eu lembro de tudo, de todos os dias, cada segundo, cada respiração, cada olhar, até do meu cachecol preferido que esqueci na casa da sua irmã, eu lembro de tudo muito bem"

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o comeback meu pai..... espero que gostem e comentem o que acharam, até a próxima <3

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