Meu Fantasma Particular

Hanako não gosta de Aulas Teóricas

Confeitaria

Porque fui decidir em me formar nisso? Os elogios do Kou podem ter colaborado, mas o curso se mostra muito mais complicado do que as minhas receitas feitas em casa.

Às aulas teóricas parecem que nunca terminam, tento com todas às minhas forças entender como aplicar o papel de arroz no bolo. Esse papel tem um gosto horrível, virá um desafio criar uma massa que salve o bolo. A ideia de uma receita começa a vir a minha mente, porém lá se vai a minha concentração quando sinto dois braços envolvendo a minha cintura, o arrepio me percorre.

-Ei você realmente está prestando atenção nessa aula?

Olho para o lado, lá está os olhos de âmbar, me encarando de forma debochada. Se isso já não tivesse acontecido tantas vezes poderia me assustar, apenas pego meu caderno e começo a escrever para o fantasma.

"Eu estou tentando, é uma aula importante, me deixe."

-Mas eu estou entediado quero ir para outros lugares! Vamos passear Yashiro.

"Passei sozinho, tem muita coisa para ver pela universidade"

-Eu já vi tudo que tinha por aqui! Você sabe que não posso ir muito longe! Isso é punição sabia!

Era verdade, desde que quebramos o destino, o laço entre mim e Hanako se intensificou, agora eu me tornei o seu elo com o mundo material, resultando em ele não poder ficar muito longe de mim.

"Você pode ir na biblioteca ler uns livros, não ? "

-Da última vez que eu fiz isso eu saí no YouTube como: " Livro sendo lido sem ninguém estar lá!"

"Acharam que foi montagem, não tem problema" Ele segura minha mão, fazendo o encarar, seus olhos ganham um tom triste.

-Eu quero ficar com você Yashiro.

Por que ele faz isso? Meu rosto se esquenta, essa frase é impactante demais independente de quem fale. Eu só aceno, e vejo ele sorrir igual uma criança. Ele envolve os braços em minha cintura e encaixa seu rosto no meu ombro. Mesmo ele sendo um tanto gelado, já me acostumei com isso, nunca vou admitir, mas essa sensação é um tanto reconfortante.

Mas a estranheza sempre me vem quando dou conta que, novamente, assisto aula no colo de um fantasma.