Prólogo

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Os prisioneiros trombaram uns contra os outros ao aparataram em uma estradinha rural. Hermione estava assustada, seu plano de azarar Harry não tinha funcionado e preocupava-se com o estado de Ron que ainda se encolhia pela dor do soco que levou tentando afastar os sequestradores dela.

Estavam na frente de portões com grades de ferro forjado à frente do que lhe pareceu uma longa ameia. Ela sentiu o medo gelar suas veias. E se Voldemort estivesse ali? Um dos sequestradores andou até os portões e esperou o ferro torcer-se, desenrolando as curvas e caracóis e formando uma cara apavorante, que falou com uma voz metálica: "Informe o seu objetivo".

– Prendemos Potter! – rugiu Greyback, triunfante. – Capturamos Harry Potter!

E não foi preciso mais nenhuma palavra do lobisomem para portões se abriram.

– Vamos! – disse Greyback aos homens, e os prisioneiros foram empurrados pelos portões e a aleia, entre altas sebes que abafavam seus passos. A angústia crescia no peito de Hermione e ela colocou uma expressão dura e indiferente em seu rosto, não se renderia sem lutar, precisava de um plano, algo para dissuadir quem quer que estivesse naquela mansão que o garoto de rosto inchado que cambaleava a sua frente era realmente Harry Potter.

– Estamos aqui para ver Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! – Falou Greyback quem quer que tenha aberto a porta principal da mansão. – Capturamos Harry Potter! - E agarrando Harry, virou-o de frente para a luz para que a mulher loira e aristocrática enxergasse o garoto.

– Sei que ele está inchado, senhora, mas é ele! – soou a voz aguda de Scabior. – Se olhar mais de perto, verá a cicatriz. E essa aqui é a sangue ruim que está viajando com ele. Não há dúvida que é ele, e trouxemos a varinha dele também! Aqui, senhora...

Hermione viu Narcisa Malfoy examinando o rosto inchado do amigo, mas a mulher apenas ergueu as sobrancelhas.

– Traga-os para dentro.

Ela e os outros foram empurrados e chutados na subida dos largos degraus de pedra, e entraram em um hall cujas paredes escuras estavam cobertas de pinturas e retratos que os olhavam com nojo ou desinteresse.

– Sigam-me – disse Narcisa, atravessando o hall. – Meu filho, Draco, está em casa passando as férias da Páscoa. Se for o Harry Potter, ele saberá.

* * *

Draco estava sentado em uma das poltronas da grande sala de visitas, apesar de gostar do lustre de cristal no teto as paredes roxas deixavam o ambiente mais escuro e menos confortável do que ele gostaria de admitir. Ele às vezes não sabia o que era pior: estar em casa com sua família e Lorde ou solitário no colégio. Aquilo era tão... O desânimo por saber que lhe restavam menos de três meses de vida o circundava com força. A pelo menos alguns dias ele vinha pensando no assunto: sua morte seria dolorosa ou nem sentiria? Seu coração pararia tragicamente ou passaria dormindo? Droga, ele daria qualquer coisa para vê-la uma última vez... Até que um aroma tão conhecido de laranja, baunilha e livro antigo o atingiu antes mesmo que pudesse ver os prisioneiros serem empurrados para dentro da sala. Ele se ergueu assustado quando a viu amarrada entre os prisioneiros.

Hermione.

Nunca imaginou que à veria ali, em sua casa. Draco tinha perdido as esperança de reencontrá-la quando ela não voltou para a escola e depois com a perseguição aos nascidos trouxas torceu para que ela nunca fosse encontrada, mas ali estava ela. E ele precisou de todo seu autocontrole para não correr até ela e soltá-la das amarras.

– Que é isso? - Perguntou seu pai com suas típica voz arrastada.

– Eles dizem que capturaram Potter – informou sua mãe. – Draco, querido, venha aqui. Preciso que confirme se é Potter ou não, não podemos nos dar o luxo de sermos enganado e erroneamente convocamos o Lorde...

Com amor, Hermione - Livro 1.BOnde histórias criam vida. Descubra agora