fantasma da meia-noite

Capítulo 16

Acordei com o som da chuva, levantei da cama e fui até o espelho que ficava na porta do meu guarda roupa, estava com os olhos inchados de tanto chorar, e com olheiras terríveis. Olhei o relógio e eram cinco para a meia noite, não liguei para a hora, eu só precisava sair para espairecer.

Desci as escadas bem de vagar para não fazer barulho, eu sabia que a esta hora minha mãe estava dormindo e eu não queria acorda-la. Peguei um guarda chuva e sai, a chuva estava forte mas não me importei, eu sempre gostei da chuva, fui até o mercado 24 horas e comprei um Doritos e um suco de caixinha, afinal estava morrendo de fome. De repente avistei ao longe um outro guarda chuva, e o dono dele era a pessoa que eu menos queria ver naquele momento, Eduardo.

Ele estava vindo em minha direção, então fui rápida e me escondi, ele passou por mim sem nem desconfiar que eu estava ali. Melhor eu ir para casa- pensei, e aceitei a sugestão do meu subconsciente.

Cheguei em casa sorrateiramente e fui para o meu quarto, tomei um banho e fui dormir. No outro dia acordei com um pouco de dor de cabeça, mas levantei mesmo assim, afinal eu precisava ir para a escola, fui ao meu guarda roupa e peguei uma calça jeans e uma regata preta, coloquei meu all star e passei um lápis de olho e um pouco de base para disfarçar as olheiras. Cheguei na escola atrasada como sempre, acordar cedo não era uma das coisas que eu mais gostava no mundo, ao entrar na sala sentei atrás da Victoria como sempre.

-Nossa menina, que cara é esta?

-Te dou uma chance, se você adivinhar te dou um doce.-falei deitando a cabeça em cima da mochila.

-Está com sono e com raiva por que hoje é segunda feira! -ela disse entusiasmada por saber que acertou. -me deve um doce!

-Te odeio...-Ela riu.

-Ju, tenho que falar com você, é muito importante...

-Pode falar -respondi confusa.

- Eu cometi um erro mais não consigo me arrepender, eu sou uma traidora...

-O que aconteceu Victoria, o que você fez?- perguntei preocupada.

- Você sabe que eu estou namorando com o Zayan né, eu te contei isso na festa, então , lá na festa eu resolvi ir pegar uma bebida e o Harry foi comigo, mas ele é o namorado da Mari.

Interrompi sua demora

-Vá direto ao ponto por favor.

- Ok!-ela tomou fôlego, enchendo o peito de ar, o que foi engraçado, mas a notícia não foi muito boa.-Eu e o Harry fizemos você sabe o que no jardim.-ela soltou rápido.

-Vocês o que!!!???-eu disse num sussurro gritado (sabe quando você está praticamente gritando mas está com voz de sussurro? Então, foi isso)

-Cala a boca!-Ela disse. -Você quer que a Mari descubra?

-Desculpa, mas você é louca? Como você pode? E a Mari? Você não pensou nela?-fiz um verdadeiro interrogatório.

-Eu sei, mas na hora a luxúria tomou conta de mim e eu não pensei em nada nem em ninguém.-ela disse parecendo arrependida. -Desde então não consigo mais olhar na cara da Mari...

- E o Zayan, como fica nisso?

-Ele não sabe de nada, mas eu acho que vou ter que terminar com ele.

-Intendo...-Eu não tinha muito o que dizer.

Tocou o sinal da saída, dei Tchau para as meninas e esperei a Mayara e a Mariana que sempre iam para casa comigo, afinal , já era caminho. Victoria se despediu de mim e foi para casa sem se despedir das meninas, estávamos chegando na casa da Mari quando ela soltou:

-Ju, você sabe por que a Vic esta estranha comigo?

-Não sei. -Não queria tocar no assunto.

Seguimos o caminho em silêncio, um clima pesou sobre nós três, o que não era normal afinal nos sempre estávamos rindo na ida para casa. Deixamos a Mari em casa, e eu e a Mayara continuamos a andar.

-Ju...

-Fala...

-Seria estranho se... - Ela não terminou a frase, a chuva começou a cair mas continuamos andando normalmente.

- Fala!-eu disse quando vi que ele não tinha a intenção de terminar a frase.

-Nada, esquece...

- Começou termina né Mayara - falei impaciente.

- Seria estranho se eu me sentisse atraída por meninas?- ela disse rápido.

-O que você está querendo dizer com isso?

-Nada, é só uma dúvida.

-Ah, sei lá.- respondi querendo sair deste assunto.

Continuamos a andar em silêncio, fui para minha casa e ela continuou o seu caminho. Cheguei em casa e minha mãe já estava reclamando, nem dei muita ousadia e subi para o meu quarto. Fui tomar um banho e me trocar, coloquei uma calça jeans e uma regata de alça fina branca com uma blusa de frio de moletom cinza e rosa que ia até o meio do bumbum, e finalmente meu Vans preto, sequei o cabelo e coloquei minha touca da Diamond, afinal já tinha esfriado bastante. De repente minha mãe abriu a porta com tudo e me deu um tapa no rosto:

-Nunca mais me deixe falando sozinha e nunca mais me trate como ontem você intendeu sua cretina ingrata!!?

-Se eu sou tão ingrata assim por que você ainda não me mandou ir embora? -gritei.

-A porta está aberta. -ela disse serrando os dentes e apontando para a porta. Assim que ela saiu do quarto, peguei uma mala dentro do guarda roupas e coloquei a maior parte das minhas  coisas dentro, escondi dentro do meu guarda roupas novamente. Não sai do quarto até ter certeza de que minha mãe dormia, peguei a mala e peguei o dinheiro que eu guardava para o caso de ter alguma emergência e minha mochila com minhas coisas da escola, sai e fininho deixando um bilhete:
Já que sou tão ingrata, vou viver minha vida, não se preocupe comigo, sei que isso não vai acontecer, mas deixei avisado mesmo assim.
Como você mesma disse..."a porta está aberta"

E assim saí e fui para o ponto de ônibus, peguei meu celular e liguei para o Lucas.

- Alô? -ele estava com voz de sono

-Desculpa por te acordar, só queria me despedir...-eu disse com a voz embargada por conta da vontade de chorar.

- Como assim? Onde você esta?- sua voz mudou de sono para preocupação.

-Estou no ponto de ônibus -falei, o que antes era apenas vontade de chorar agora já tinha virado rios de lágrimas.

-Me espera aí e não faça nenhuma besteira!!- ele disse e desligou o celular.

Cinquenta e três minutos exatamente depois ele estava parando o carro de Bia.Ele saiu do carro que estava do outro lado da rua e veio correndo me abraçar, me senti acolhida em seus braços.
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Ps:Identifiquem - se