Capítulo 5.

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QUANDO ABRI OS OLHOS, ACHEI QUE AINDA estivesse sonhando já que minhas costas não doíam como de costume por conta do colchão em que eu dormia. Mas, naquele momento, a única coisa que me incomodou foi o braço largado e estendido em minha barriga enquanto o dono deste estava deitado com a barriga para baixo e metade do ombro sobreposto no meu.

Arregalei os olhos. Nós, Park Chanyeol e eu, dormindo juntos e dividindo o mesmo cobertor? Tive vontade de empurrá-lo para longe e quando capturei o pensamento de achá-lo fofo por provavelmente ter me carregado até ali, me condenei mentalmente por estar dando espaço a uma emoção diferente.

Consegui sair debaixo do braço dele e ir ao banheiro lavar o meu rosto. Minutos depois, voltei ao quarto e Chanyeol estava se esticando na cama. Suspirei fundo e forcei uma tosse, fazendo-o me olhar em resposta.

― Bom dia! ― ele comentou num sorriso simpático.

Espera! Park Chanyeol se mostrando simpático? Será que...

― O que aconteceu ontem à noite?

― Você bebeu demais ― ele explicou com a voz ainda carregada de sonolência e o cabelo todo bagunçado ―, tive que te carregar até o quarto e, sério, nem mesmo quando eu me mudei pra cá e tive que carregar todos os móveis, não fiquei com tanta dor nas costas como eu estou agora.

Desaprovei o comentário com o olhar e ele riu.

― Mas fora isso, aconteceu mais alguma coisa?

Ele se mostrou pensativo, o que não era um bom sinal.

― Digamos que não.

― Como assim esse "digamos"? Vai me dizer que se aproveitou que eu estava bêbado e...

― Com certeza! ― ele me interrompeu convicto do que dizia até eu perceber a presença do sorriso sacana ― Foi bastante divertido te ouvir contar sobre seus antigos fracassos no amor. Não sabia que você é do tipo de bêbado que curte desabafar.

Puta que pariu, tudo, menos confessar meu passado que me condenava desde as primeiras pregas até o meu último fio de cabelo.

― E o que mais?

― Você disse que me achava bonito.

― Bonito? ― ri irônico. ― Você sabe que a bebida mexe com a visão, certo? Provavelmente à essa altura eu já estivesse cego.

― Na verdade... ― Chanyeol praguejou, mas logo tomou coragem para continuar. ― Não foi bem essa palavra que você usou.

O fitei curioso.

― Você disse que eu sou, é...

― Fala logo, Park Chanyeol! ― ordenei.

― Gostoso. ― respondeu instantaneamente ― Você disse na minha cara que pra você, embaixo dessa minha carcaça nerd, no fundo e bem no fundo, eu sou gostoso pra caralho, aí quando eu fui te... bom, do nada você caiu na cama e dormiu. Tive que trocar sua roupa e deixar que dormisse aqui comigo, por isso não ache que eu tive escolha e dormi com você porque queria.

Pisquei desconcertado.

― Você me viu pelado?

Ele assentiu e eu me mostrei inquieto.

― Qual o problema? ― questionou-me ― Somos adultos e homens, temos as mesmas partes do corpo, lembra? Pelo menos pelo o que eu consegui contemplar, você tem tudo que eu tenho.

Quando fiquei em silêncio, Park Chanyeol abaixou o olhar até minhas partes íntimas e riu. Cruzei os braços, tentando esconder a timidez e não acabar gaguejando. Desde quando eu ficava tão nervoso por ter ficado pelado perto de alguém? Pra mim, isso nunca tinha sido um problema, pelo contrário, era meu ponto forte.

TENTENTENDER | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora