Não há vagas(reinventado)

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Neste poema, eu fiz uma releitura do poema não há vagas, poema este feito originalmente por Ferreira Gullar.
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                     Não há vagas

O preço da solidão
Não cabe no poema
O preço da qualia
Não cabe no poema
Não cabem no poema o âmago
O cerne, a falta de companhia
A segregação
Da mente
Da carne 
Da alma
Só traz solidão

O solitário
Não cabe no poema 
Com seu salário de fome 
Sua vida fechada 
Em si próprio
Como não cabe no poema 
O sonhador
Que todo dia sonha seu sonho gasto
e que sente o desejo e a ânsia
Mas que vive desiludido

- Porque o coração, senhores, 
 está fechado: 
   "Não há vagas" 

Só cabe no poema 
O homem do coração de pedra
A mulher que anseia
Aquele que nunca sofreu!

    Por fim, senhores, 
    não fede 
    nem cheira 

Demasiadamente VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora