Capítulo Um - Cassian

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Não que ele estivesse procurando uma briga, Cassian disse a si mesmo enquanto circulava pela extensa propriedade pela quinta vez, apesar do frio inesperado da primavera tão brutal que podia roubar a respiração do guerreiro illyriano mais marcado pelas batalhas. Rhys pediu a ele para entregar sua última carta para as rainhas humanas, já que Az estava ocupado tentando se infiltrar em qualquer defesa impertinente que eles mantinham em volta de seu palácio, e Mor não queria pôr os pés no reino mortal, a menos que necessário. Amren, naturalmente, estava fora de questão - simplesmente porque ela era Amren e seria como mandar um gato da planície para um curral de cordeiros. Então, restou apenas ele.

Bem, Feyre também, mas ela e Rhys estavam ... ocupados.

E, tudo bem - talvez ele tivesse concordado em vir um pouco rápido demais, mas ... Cassian examinou a propriedade, o terreno lamacento e descongelado, a aldeia distante e a imensa floresta que desabrochava adiante. Ele deixou seu primeiro encontro aqui, não completamente seguro sobre sua posição ou sobre quem estava em vantagem. E, que a Mãe o amaldiçoasse, nas últimas semanas, ele se viu revirando cada palavra e olhar que ele trocou com ela, de novo e de novo.

Nada disso tinha sido agradável, cada sílaba de sua boca era farpada e cruel, e ... Cassian bufou, espirais quentes ondularam no vento. Ele não podia dizer o que era pior: que ele pensava muito sobre isso, ou que ele tinha voltado aqui tão rápido. E agora estava... ganhando tempo.

O pensamento o levou a um mergulho rápido e quase imprudente para a propriedade de telhado esmeralda, sua magia de ocultação tornando-o pouco mais que um vento fraco e um estrondo oco de asas. Os cavalos nos estábulos vizinhos se debateram e relincharam com sua aproximação, mas os guardas examinaram os arredores, não encontraram nada alarmante e retomaram seu trabalho.

Cassian tentou não pensar em como era fácil - como essa falta de consciência, essa falta de instinto, provavelmente lhes custaria a vida se a muralha fosse destruída. Se alguém como ele transformasse esta propriedade em um campo de caça pessoal.

Ele viu isso acontecer na última guerra - não que muitos humanos tivessem sido ricos o suficiente para possuir propriedades. Mas ele testemunhou o que restara de todos os campos de escravos quando os feéricos decidiram se divertir um pouco. O pensamento foi o suficiente para ele cerrar os dentes e focar na porta diante dele.

Elas haviam mandado uma mensagem no dia anterior sobre exatamente quando esperá-lo. Então, quando ele bateu na porta da frente, foi uma questão de segundos antes de ser aberta.

O movimento brusco lhe disse qual irmã estava esperando.

No entanto, com sua magia ocultando-o, Nesta Archeron e seu rosto incrivelmente perfeito não viam nada além de trechos finos de neve no gramado lamacento e o caminho declive cortando-o, os paralelepípedos brilhando com correntes de gelo derretendo. Ela casualmente abriu a porta para ele passar, e chamou a governanta insuportavelmente intrometida que ninguém estava na porta e o som tinha sido apenas o vento.

Certo. Porque esvaziar a casa de todos os criados com tanta frequência levantaria mais suspeitas do que era necessário. Especialmente com a outra irmã envolvida com um homem que caçava feeéricos.

A empregada correu para o vestíbulo para confirmar por si mesma que ninguém estava lá, mas Nesta limitou-se a informá-la de que estava subindo as escadas e não queria ser perturbada durante uma hora. A mulher abriu a boca para protestar, mas Nesta, com uma tranquilidade impressionante, repetiu sua ordem e começou a subida pela grande escada acarpetada.

Os olhos da governanta se estreitaram quando a jovem se afastou - e Cassian manteve seus passos silenciosos como a morte, enquanto passava ao redor da mulher idosa, depois subia as escadas também.

Asas e ChamasWhere stories live. Discover now