Capítulo 7 -- OGEU

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Point of View Camila

Após aquele momento, Lauren se deitou em cima de mim, mas dessa vez não havia nenhum motivo malicioso. Ela estava apenas com sono. Deu para perceber pois ela estava coçando os olhinhos.

— Pode dormir gatinha, a Daddy vai estar aqui para você. — Com isso ela ronronou feliz e depois de um tempo percebi sua respiração estabilizar.

Coloquei ela deitada ao meu lado com cuidado e fui tomar um banho.

Agora o que eu devo fazer?

Com toda a certeza preciso me livrar do corpo daquele desgraçado. Devo procurar também para quem ele trabalha, afinal ele não pensaria nisso tudo sozinho. Com toda a certeza não.

Depois do meu banho, saí apenas com a cueca e o top. Lauren estava dormindo de bruços e seu rabinho se movia em alguns momentos. Poderia ser fofo se eu não tivesse olhado para sua bunda.

Decidi que era melhor que eu me afastasse antes que avançasse em cima dela, eu não confiava em meu autocontrole agora.

Procurei algum short folgado que eu tinha antes de ir para a faculdade, e o vesti. Desci as escadas e não ouvi nenhum sinal de minha mãe pela casa, muito provavelmente estava no quarto ainda pensando em toda aquela situação.

Agora era a hora em que eu resolvia tudo. Desci até o porão e limpei tudo aquilo, inclusive colocando o corpo do Mike em um saco preto grande e colocando onde ele desovava os corpos das experiências que ele fazia. Seja lá o que fosse, serviu muito bem.

Voltei para o porão de novo e fui vasculhar os documentos que ele tinha em sua mesa. Estava tudo bagunçado, mas eu achei uma carta e uma pasta com alguns documentos. Decidi ver primeiro a carta

[Michael,

Em anexo a esta carta estão todos os documentos necessários para que você faça o primeiro experimento com a cobaia 026. Sabemos que estava ansioso por isso, assim como nossa organização.

Todo o lucro que conseguirmos com o projeto utopia será dividido entre nossos cientistas, isso talvez finalmente o faça ficar quieto quanto às questões anteriores.

Esperamos que nos mande o parecer de tudo que acontecer em um relatório, e deve ser enviado junto à solução em um frasco escondido. Não devemos confiar em ninguém.

att.
OGEU]

OGEU? O que é isso?

Procurei em outros papéis soltos e até em algumas gavetas da mesa, e achei.

Organização Governamental de Experimentos Utópicos.

E pela data desse documento, Michael já estava trabalhando com eles quando me achou... Qual o propósito disso tudo?

Voltei a olhar o documento, e haviam várias autorizações com assinaturas de pessoas importantes como o Presidente e um tal de Alejandro Cabello, o presidente dessa tal organização.

Olhando melhor nos papéis, achei também o relatório que Michael pretendia enviar pelo correio. Queimei todos os outros, inclusive a tal solução também. Dobrei-o e coloquei no bolso do short. Olhei bem todas as jaulas que tinha ali, e maioria estava vazia, diferente de quando eu desci ali para discutir com ele.

Então ele resolveu se livrar das provas, mas não teve tempo os suficiente para se livrar dos papéis...

Minha mente tinha um milhão de coisas me atormentando. Voltei para o andar de cima e tranquei todas as fechaduras e derreti todas as chaves.

Escutei passos na escada e me virei rapidamente, desesperada. E se mamãe tivesse visto o que eu estava fazendo?

Mas não era ela, era Lauren.

Ela me olhava com um olhar manhoso e um bico em seus lábios cheinhos, e me estendia as mãos me pedindo colo.

— Daddy — Fui até ela e a peguei no colo. — Lolo tava sozinha na cama. Tava com medo.

— Calma gatinha, a Daddy não te deixou. — Acariciei suas costas e subi até o quarto novamente. E uma coisa que não tinha passado pela minha cabeça veio a tona. Eu não havia apresentado Lauren para minha mãe devidamente. — Você quer conhecer melhor a minha mãe?

Vi seu rostinho tomar a coloração rosada e depois vermelha.

— E-Eu não sei... e se a mamãe da Daddy não gostar da Lauren? — Baixou a cabeça. Então ela estava insegura.

— Não precisa ficar insegura baby. A mamãe da Daddy é uma pessoa muito legal, e provavelmente vai amar te conhecer da forma certa dessa vez. — Ela assentiu e colocou o rosto na curva do meu pescoço, o que me fez arrepiar com sua respiração. Porra Lauren.

— Lauren aceita assim.

Nos levantamos e peguei em sua mão, sem colo dessa vez. Fomos em direção do quarto de minha mãe e batemos. Instantes depois ela apareceu e nos olhou com a sobrancelha arqueada, mania que eu também adquiri com o tempo de convivência.

— Queria apresentar vocês devidamente agora, já que antes todas estávamos alarmadas. — Clara assentiu devagar e nos deu passagem para seu quarto.

Diferente do meu quarto antigo, que tinha suas paredes em uma cor azul escura, com meus pôsteres de bandas colados na parede, o quarto da minha mãe era mais suave. A cor salmão das paredes combinava completamente com o jogo de cama que ela havia escolhido. Sua cama ficava exatamente no meio, seu guarda-roupa à esquerda, tomando uma boa parte daquela parede, e à direita havia uma porta que dava para o banheiro.

Nos sentamos em sua cama, eu e Lauren de frente para ela.

— Bem mãe, como já te expliquei o que aconteceu lá embaixo, você já deve saber mais ou menos a situação. Esta é Lauren, minha ômega. E Lauren, esta é minha mãe, Clara Jauregui.

— O-Oizinho. — Disse de forma tímida. Minha vontade era de apertá-la, e com certeza pela cara da minha mãe ela desejava o mesmo.

— Ahhhh meu Zeus, ela é muito fofa Camila. — O corpo de minha mãe se projetou para frente e apertou as bochechas de Lauren.

Minha pequena ômega estava desconfortável, mas não fez nada para se livrar do aperto de minha mãe.

— Solta ela, mãe! — Puxei Lauren para o meu colo e a abracei de forma protetora.

— Ah Camila, não é só você que tem o direito — Cruzou os braços de forma emburrada. — Ela é toda fofa com essas orelhinhas e esse rabinho. Não tem como resistir.

— Ela não é sempre fofa assim... — Sussurrei, mas minha mãe pareceu escutar e me olhou de forma maliciosa.

— Ohhh. — Ela olhou rapidamente para Lauren. — Você já descobriu do piupiu da Camila, meu anjo?

— Mãeee!!

— Siiiim. Lauren descobriu. E gostou bastantão, Daddy deu leiteinho a Lauren.

Eu corei. Tenho certeza de que meu rosto chegava a algum tom surreal de vermelho.

— É mesmo, querida? — Me olhou como quem diz: Vamos conversar depois.

Me ferrei...

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