Are you ready? - Destiel AU

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO UM

Quando se tem 10 anos de idade e perguntam para você o que quer ser da vida, você responde o básico que um garoto de 10 anos qualquer responderia.

Médico. Astronauta. Advogado. Bombeiro. Veterinário. Policial.

Nessa idade você não tem noção nenhuma da vida e nem se quer imagina o quão desgastante e cruel o lado de fora pode ser, mas os seus pais, os seus tios, os seus avós, eles sorriem para você em um ato de aprovação satisfeitos com a sua resposta genuína e pouco se importando com as decepções futuras que você terá ao não se tornar nenhuma dessas coisas, ou por sorte, ou esforço, ou qualquer outra merda do tipo, quem sabe, realmente conseguir ser aquilo que respondeu aos 10 anos de idade.

Improvável? Um pouco. Impossível? Ah sei lá.

No meu caso, se tonar um policial não foi sorte, nem força de vontade, claro que houve a parte do esforço, afinal os treinamentos eram maçantes e desgastantes, os capitães e lideres estavam ali para te humilhar e te desprezar a cada instante e o controle emocional para não socar a cara desses filhos da mãe era tão grande que eu talvez tenha ficado ainda mais fodido da cabeça do que eu já era antes.

Mas eu não me tornei um policial por que quis, admito que agora gosto do meu emprego e de tomar café e rosquinhas caramelizadas de graça, mas nunca foi o meu plano ser um homem fardado carregando uma arma.

Aos 15 anos de idade eu era uma bagunça completa, o típico moleque rebelde sem causa que saia para farrear a noite e largava os estudos por aí sem se importar com o amanhã.

Isso não contentava os meus pais – não que eles fossem conservadores tradicionais ou algo do tipo – até por que eles adoravam fumar uma – se é que me entendem – de vez em quando, aliás, minha mãe adora contar suas histórias loucas de quando era hippie e conheceu Robert Downey Jr.

É sim, o ator Robert Downey Jr.

Eu não sei até que parte é ou não verdade das histórias que ela conta dele, mas ela diz que chegou a conhecer o astro do homem de ferro e eles até chegaram a ter algum tipo de relacionamento aberto ou qualquer merda desse tipo – isso na época que ela estava tentando ser uma atriz de Hollywood, mas o máximo que conseguiu foi algumas pontas soltas em filmes e seriados – ela até mesmo tem pendurado uma foto antiga, quase rasgada, e desbotada dos anos 80 abraçada ao lado de um Robert Downey Jr magro e jovem demais para o homem que é hoje.

Meu pai não gosta de ouvir as histórias, para ele Robert Downey Jr ainda é muito bonito para ele conseguir ganhar uma competição em disputa do coração de mamãe e tem também ao seu favor milhões de dólares no bolso, além claro de ter a Marvel em suas mãos.

Mamãe apenas ria dizendo que milhões de dólares e a Marvel não poderiam ser comparados ao amor que ela sentia por meu pai que sorria igual aqueles idiotas apaixonados sorriem em filmes idiotas de romance.

Mas apesar da idiotice, eu não poderia negar que porra, eles eram um casal foda que eu invejava e desejava, quem sabe, um dia ter um casamento igual ao deles com alguém.

Quando comecei a incomodá-los aos 15 anos com as minhas bebedeiras e saídas noturnas, eles acreditavam ser somente uma fase da minha vida que logo passaria, mas não passou por que aos meus quase 17 anos eu estava igual ao que era – um pouco pior na verdade – cheio de notas vermelhas quase em situação de reprovação no último ano do ensino médio.

Meus pais não queriam que eu repetisse o último ano, e sinceramente nem eu queria, então após 2 horas de muita bronca, sermão e vários "para de ser vagabundo, moleque", eu sentei a minha bunda na cadeira todos os dias nas aulas de reforço, aulas essas que faziam revisão de todo o conteúdo que havia sido ensinado no semestre, mas que o aluno poderia não ter entendido, ou então, como no meu caso, ter faltado ou não prestado atenção em porra nenhuma.