Capítulo 38

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Evelyn

-Eu ainda estou sem acreditar nessa história, como ela pôde? -olhei pra Leon.

-Mafe não vale nada, nunca valeu na verdade. Jacaré disse que ela sempre foi ruim, Malu que era o amorzinho de todos entende? -assenti. -Por isso, ela o conquistou. Malu tinha um coração bom, era uma fiel perfeita para todos da favela até a irmã matar ela.

-Matou como?

-Tiro, logo depois pegou a Judy e desapareceu das vistas de Jacaré. -ele falou tudo olhando em meu olho. -E veio parar na Penha.

-Meu Deus.. como você descobriu tudo isso?

-Jacaré invadiu assim que soube, ele achou que estávamos acobertando a mentirosa e matou meu pai..

Ele solta um longo suspiro e se joga na minha cama.

-Leon.. eu sinto muito. -falei arrependida.

Ele ri debochado olhando pro teto.

-A culpa não foi sua, eu que sou o culpado de não ter averiguado a história dela. Ela sabe enganar as pessoas direitinho.

Mordi meu lábio inferior e subi na cama, engatinhando até ele. Montei em Leon e ele olhou pra mim.

-Terei que ir pra Penha?

Suas mãos foram na minha bunda.

-Mais do que justo, já ficou tempo demais aqui não acha? -falou olhando em meus olhos.

Fiz que não com a cabeça e ele me deu um tapa na bunda, dei risada.

-Não quero ir, gosto daqui.. tu sabe.

Ele deu de ombros.

-Mas te quero lá e tu é minha muie, tem que viver comigo! -falou firme.

Revirei os olhos.

-Da onde já se viu, muie casada fica sem o marido.. -riu debochado. -Nos vamos amanhã, já começa a arrumar tuas coisas.

E saiu do quarto, me deixando sozinha.

Por isso não quero ir, não quero ir lá e ficar sozinha. Aqui tenho meus pais, a Gabi.. aí que droga!




-Não acredito que ele vai fazer tu ir embora, que ódio! -Gabi reclamou. -Nem aproveitamos direito.

-Pra tu vê! Leon é assim, tudo tem que ser do jeito dele! -reclamei irritada.

Tava arrumando minhas coisas e Gabi mais reclamava do que me ajudava..

-Vou tentar ir mais lá pra te vê, me sinto sozinha aqui. -fez bico.

Dei risada.

-Quanta carência! -falei rindo da cara dela. -Meu irmão não anda te dando atenção não?

-Ele dá.. mas eu quero a sua também! -cruzou os braços. -Leon podia deixar tu ficar mais, não é justo.

-Eu sei que não é, mas também sei que preciso ir.. Sou fiel de lá agora, tenho que mostrar minha cara pras vagabundas. -pisco pra ela.

-Tá certa, eu farei o mesmo quando
me tornar fiel daqui! Tu vai ver.. Mulher nenhuma vai chegar perto do meu JP e se chegar é morte da certa. -falou seria.

Essa daí é perfeita pra fiel, meu irmão que não deixe-a escapar.. Ela tem garra e não é de mentir.


Jantar e aquele silêncio todo, só barulho de garfo e faca..

-Nem contei pra vocês, mas está é minha última noite aqui.

Soltei do nada mesmo.

-Como é?

Meu pai me olhou sério.

-Sou casada, né? Tenho que viver com meu marido, não posso ficar aqui pra sempre. -respondi o óbvio.

-Tu ainda é de menor, certo que continue com a gente.

-Não é bem assim, sou esposa de Leon! Ele me quer com lá.

-Eu sou teu pai e não te quero lá! Tu só tem quinze anos, já errou casando! Mal saiu das fraudas e já é fiel de um morro..

-Devia estar orgulhoso! -rebati irritada.

-Orgulhoso? Você passou pela minha autoridade, fez sem eu saber!

-Mas devia! Foi o senhor que me apresentou o João e foi o senhor que me obrigou a ir pra lá! -falei seria. -Agora aguente as consequências de seus atos.

-Olha o modo que fala comigo, Evelyn Picon Ávila!

Me levantei cansada daquela ladainha.

-Eu irei embora, sou casada gostando o senhor ou não! E não quero ir brigada, por isso boa noite a todos!

Subi pisando firme.

-Volte aqui, eu não terminei! -meu pai gritou lá debaixo..

Nem respondi e fechei a porta do meu quarto com raiva. ELE me jogou nos braços de Leon e agora quer ficar bravo?

Que moral ele acha que tem?

Além de eu ter que aguentar a Luana, tenho que aguentar ele junto.. É muito bobeira pra pouca paciência.

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