Revenant ☆Seho

0.4

Enquanto conversavam, Junmyeon descobriu que Sehun havia perdido completamente a memória e só se lembrava do próprio nome. Diante disso, eles decidiram partir em uma jornada para visitar os lugares que costumavam frequentar juntos quando Sehun estava vivo. Junmyeon achava que talvez a história por trás desses lugares pudesse ajudar Sehun a recuperar algumas lembranças.

Primeiro, Junmyeon começou contando sobre sua família. Ele explicou que tinha um irmão e uma mãe, mas que a relação entre eles não era boa. Desde que Junmyeon conheceu Sehun, percebeu que os outros dois sempre discutiam quando se encontravam, mas ele nunca soube o motivo exato dessas brigas constantes. No entanto, ele ressaltou que Sehun se dava muito bem com os membros de sua família.

Em seguida, Junmyeon compartilhou mais detalhes sobre a vida de Sehun antes de sua morte. Ele contou sobre um amigo muito próximo, Kyungsoo, e como eles costumavam passar bastante tempo juntos. Porém, após a morte de Sehun, Kyungsoo simplesmente desapareceu sem se despedir, deixando todos desconfiados do seu envolvimento na tragédia.

Junmyeon também aproveitou para falar sobre os momentos felizes que eles compartilharam, como encontros românticos, viagens e experiências que fortaleceram o relacionamento deles. Ele relembrava cada detalhe com carinho, na esperança de que as lembranças despertassem algo em Sehun.

Junmyeon se encontrava tomado pela frustração, uma sensação que o percorria inevitavelmente. Ele tinha colocado todas as suas esperanças em encontrar respostas em Sehun, na esperança de que o outro pudesse oferecer algum tipo de explicação para o que estava acontecendo. No entanto, ao invés disso, ele se deparou com um homem completamente transformado, agindo e falando de maneiras estranhas e obscuras que antes eram inexistentes em sua personalidade.

Cada interação com o ex-amor só servia para confirmar ainda mais que Sehun já não era o mesmo. Junmyeon percebia isso claramente, notando as mudanças sutis em seus gestos, na forma como escolhia suas palavras cuidadosamente e na maneira enigmática com que expressava seus pensamentos. Já não havia mais a conexão e a intimidade que eles costumavam compartilhar. Era como se uma névoa densa se interpusesse entre eles, obscurecendo a visão de Junmyeon e impedindo-o de alcançar o coração de Sehun.

Apesar dos sentimentos intensos de saudade e do desejo de tocar e abraçar o homem que um dia significou tanto para ele, Junmyeon sabia que precisava manter uma certa distância. A dor de ver Sehun tão diferente era avassaladora, mas ele entendia que, ao permanecer próximo, corria o risco de se perder ainda mais. Em vez disso, ele optou por silenciar suas emoções e guardar suas palavras não ditas dentro de si.

E assim, Junmyeon tentou seguir em frente, lutando contra suas próprias necessidades e desejos em nome da sua própria sanidade. Ele sabia que tinha que proteger seu coração de mais desgosto, mesmo que isso significasse sacrificar a oportunidade de expressar o quanto sentia falta de Sehun. Era uma escolha difícil, mas ele se apegou à esperança de que, talvez um dia, eles pudessem encontrar um caminho de volta um para o outro, quando todas as perguntas tivessem respostas e a escuridão que envolvia Sehun se desvanecesse.

(...)

Junmyeon e Sehun decidiram começar sua jornada dolorosa de busca por respostas no lugar onde Sehun havia crescido: a pequena casa azul. Era uma residência modesta, mas grande o suficiente para acomodar a mãe de Sehun e os dois irmãos. Uma cerca branca envolvia a entrada, com um portão de madeira no meio, conhecido por ranger sempre que aberto. Ao redor da casa, havia um conjunto de outras casas semelhantes, todas se misturando em uma paisagem pitoresca.

No entanto, naquele momento, a mãe de Sehun era a única a residir na casa. Antes mesmo da morte de Sehun, os irmãos haviam escolhido seguir caminhos separados, buscando ter um lugar apenas deles mesmos. A casa da infância de Sehun agora ficava silenciosa e vazia, carregando apenas as lembranças do que costumava ser uma família unida.