- Boa noite, senhora Kim. – disse o homem ao inclinar a cabeça para a senhora e depois se voltou ao moreno. - Boa noite, Kim JongIn. Eu sou o Deus do Submundo. Seu futuro marido. – mesmo preparado essa sentença tinha sido assustadora. Em um dia ele vivia em um mundo praticamente ateu e no outro ele iria se casar com um Deus. E não um qualquer, mas o Deus do Submundo. Não parecia agradável. – Eu vim aqui para me apresentar formalmente a vocês e explicar todos os detalhes do nosso acordo. Não hesite em perguntar qualquer coisa se tiver alguma dúvida.
- Hã? – JongIn não pode deixar de demonstrar sua dúvida. O Deus do Submundo parecia falar como um trabalhador cortês? – Quer dizer, você não veio para... sabe.... casar e me levar para o Submundo?
- Claro que não, isso seria muito rude da minha parte. Eu mandei SeHun dizer os detalhes a sua halmeoni. Ele não explicou? – o menor também parecia confuso. – Aish, aquele... Bem, de qualquer forma. Eu entendo que essa união não é do seu agrado e peço desculpas por isso.
- Oh, por favor, meu senhor. Casar com um Deus é a maior honra que um crente pode ter. – o mais novo ouviu sua avó proferir solenemente e entendeu que ela estava dizendo para ele agir com respeito. Ela tinha repetido isso para ele muitas vezes nessas semanas "Você deve tratar seu marido com respeito. Ele é o Deus Guardião da nossa família. Suas ações não afetam só você, elas afetaram todos seus descendentes.". Sendo assim, ele ajeitou sua postura e falou da forma mais respeitosa possível.
- Minha halmeoni está certa. Me sinto honrado por ter sido escolhido para tal papel prestigioso. – sentenciou enquanto se curvava em sinal de respeito. Como não recebeu resposta ousou olhar para o outro e viu a expressão séria que ele mantinha. Não conseguia adivinhar o que se passava na mente do Deus, mas ele parecia assustador.
- Certo. – disse por fim o mais velho, desviando os olhos do maior e se dirigindo a senhora Kim. – Com licença, mas eu poderia falar um momento a sós com JongIn, senhora?
- Claro, meu senhor. – a mulher concordou, se inclinando em referência e saindo da sala sem olhar para trás.
JongIn admitia que estava com medo de ficar sozinho com o Deus. O que ele faria? Gostaria de "provar" ele antes do casamento? Ou quem sabe ele fosse sádico e quisesse o torturar? E... O moreno estava perdido nos inúmeros cenários ruins que criava em sua cabeça até ouvir o suspiro na sala.
- JongIn, eu posso sentir seu medo. Por minhas experiências passadas, eu sei que nenhum dos meus companheiros humanos já ficou feliz por saber sobre esse acordo. Você seria o primeiro se estivesse contente com isso. – o alvo falou de forma calma, como se quisesse passar tranquilidade ao moreno, mesmo que a única coisa que emanava dele era o frio intenso. – É por isso que realizo esses encontros antes do casamento de fato. Quero conhecer meus companheiros e que eles me conheçam. Você não precisa me dar nenhuma resposta agora, mas gostaria que me ouvisse, tudo bem? – perguntou de forma cortês e o mais alto se viu sacudindo a cabeça concordando ainda temerosamente. – Sobre o acordo, temos algumas regras a seguir e eu tenho alguns pedidos também. Primeiro, nosso casamento será realizado daqui há dois ciclos lunares completos. O que você precisa saber sobre sua obrigação nesse acordo é que ela consiste em uma vez a cada mês, após nosso casamento, você deve descer ao Submundo na primeira noite de lua nova e passar o equivalente há duas horas terrena lá. Tirando isso, eu não interferirei em sua vida no mundo humano, você pode continuar seguindo o mesmo caminho de antes de saber disso tudo. Porém, você não poderá mais ter um parceiro humano. Nunca poderá se casar novamente enquanto estiver vivo, sinto muito. Após a sua morte, você está livre do nosso acordo e pode fazer o que quiser. Não há como termos filhos biológicos, tanto por minha parte por ser um Deus quanto da sua por não ter a capacidade de reproduzir na sua raça. Entretanto eu não me oponho à adoção. Viria a terra para cuidar das crianças junto de ti e cuidaria de suas futuras gerações também. De fato, mantenho contato com os descendentes de meus filhos até hoje através de disfarces. – estava falando tudo isso de forma lenta, se assegurando que o maior ouviria todas essas palavras. – JongIn, você está acompanhando? Pode interromper quando quiser para me fazer perguntas.
Perguntas? Claro que ele tinha perguntas! A cabeça do mais novo parecia que ia explodir. Primeiro, ele não ia ser arrastado para o Submundo como a história de sua antepassada parecia falar. Ele esteve se preparando todo esse tempo para se despedir de sua halmeoni, acreditando que nunca mais a veria depois dessa noite e agora isso? Então ele não seria levado, realmente? E como assim o Deus do Submundo estava falando todo legal com ele e se desculpando por ele precisar ficar solteiro o resto da vida?! E pior, eles nem tinham casado mas o homem já estava falando de filhos?! FILHOS?! Ok, o moreno realmente queria ser pai um dia e isso foi só mais um dos sonhos que ele abandonou no momento que recebeu sua sentença sobre esse acordo e pensou que morreria. Mas de qualquer jeito, como assim filhos? Eles realmente iriam brincar de casinha se JongIn quisesse filhos? O Deus da Morte era um pai carinhoso que cuidava até dos descendentes de seus filhos?! JongIn sentia que sua cabeça iria explodir e tinha começado a hiperventilar.
- JongIn! – ele ouviu a voz aveludada lhe chamar, mas parecia que estava chegando a si em ondas em vez de algo realmente pronunciado pela boca. Ele olhou para o rosto do mais velho e pareceu mergulhar nos seus profundos olhos escuros. Ele sentia que estava afundando no escuro, mas não era assustador, era apenas calmo. Era bom.
- JongIn. – dessa vez o nome foi de fato pronunciado e o moreno se viu novamente no mesmo lugar, o alvo ainda estava em sua frente. – Está melhor agora? – perguntou de forma que o maior julgou como quase doce.
- Sim, obrigada. – o moreno não sabia bem o que tinha acontecido, mas sentia que deveria agradecer a ele.
- Então, você tem alguma pergunta para mim antes que eu lhe faça meu pedido?
- Você não parece em nada com o que eu imaginava. – a frase simplesmente escapou e no momento seguinte ele se arrependeu. Isso era algo extremamente rude de se falar. Mas para sua surpresa, o menor sorriu e parecia um genuíno sorriso. Isso era um formato de coração nos lábios cheios?
- Você imaginava algo como um homem alto, forte e cruel? Ou talvez algo extremamente magro, quase esquelético e idoso com uma foice?
- Ah, não, eu não... – o moreno sentiu que deveria estar ficando vermelho enquanto esfregava sua nuca sem saber o que dizer. De fato, ele esperava algo mais nessa linha.
- Bem, espero que não tenha lhe desapontado. – e o mais velho sorriu de uma forma que com certeza deixou as pernas de JongIn bambas, que bom que estava sentado. – Algo mais que queira falar? – o moreno sacudiu a cabeça negando, já tinha se envergonhado demais. – Então, irei fazer meu pedido. Sei que isso é repentino e o prazo de dois meses para o casamento não é um tempo apropriado para as pessoas se conhecerem de fato, mas se me permitir, gostaria que saísse em um encontro comigo. Obviamente você pode recusar. Mas eu apreciaria se pensasse nisso um pouco antes de me dar sua resposta. Eu realmente gostaria de conhecer meu noivo.
- Hmmm... – agora o Kim estava completamente sem fala. O Deus do Submundo o tinha chamado para sair?! Caramba!
- Como eu disse, você pode escolher recusar. A única parte obrigatória é nosso encontro todos os meses no início do nosso casamento. Após alguns anos os encontros vão diminuindo também, passado de cada dois, três, seis meses e por fim um encontro ao ano. Não é obrigatório que criemos uma relação romântica, já passei por companheiros que escolheram essa alternativa. Mas eu gostaria de pelo menos lhe conhecer e que pudéssemos ter uma relação de respeito entre nós. Por isso, por favor, eu peço que considere meu pedido. – o menor terminou sua fala e o maior continuava sem palavras. – Bem, se não tem mais nada para falar eu irei me retirar. Quando se decidir sobre meu pedido reze ao altar de sua casa e eu saberei sua resposta. Boa noite, JongIn. Foi um prazer lhe conhecer.
E com isso o Deus do Submundo desapareceu nas sombras, deixando para trás um JongIn atordoado de boca aberta que só conseguia pensar "Caramba, um encontro!"
Notas Finais:
Virão, disse que era leve, não disse? Não terá nenhum drama extenso ou algo assim. (Joga confete!)
Até amanhã. Abraços!

VOCÊ ESTÁ LENDO
O Deus do Submundo
FanfictionComo você imagina que o Deus do Submundo seja? JongIn com certeza pensava em alguém soturno, com pinta de vilão usando um manto e uma foice. . . . Mas na verdade não é nada disso. "Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que...