Pequenas coisas

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Gaara

Um completo inútil. Deixei o Skate dentro de casa e voltei para fora. Neji estava tirando o carro novo. Eu acho incrível a habilidade dele de se adaptar às coisas novas tão facilmente. O jeito como ele está lidando com o fato de ter que morar com o tio novamente faz parecer que está sendo fácil.

-Você vem? – Me perguntou ao ver que eu estava parado pensando enquanto seu carro preto estava logo em minha frente.

-Desculpe, estava pensando.

-Eu entendo. Vamos, eu quero que me apresente as coisas desse lado da cidade.

-Ah, eu vou. Vou te mostrar as melhores baladas.

-Somos menores de idade, Gaara.

-Ninguém precisa saber.

-Imbecil. Não quero ser um estorvo pras minhas primas, então vou ficar longe de confusão – Falou seguindo para fora do condomínio.

-Foi só uma sugestão. Mas me fala, você tá mesmo bem com isso?

-O que quer dizer? – Indagou fazendo uma curva após o sinal abrir.

-Quero dizer... Você é meu amigo. Meu melhor amigo. Eu não quero que você fique triste. Se precisar de qualquer coisa, sabe que eu vou estar sempre aqui para ajudar. Qualquer coisa.

-Eu agradeço de coração, Gaara. Mas não precisa se preocupar. Está tudo bem. Eu e minhas primas vamos ficar bem. Inclusive, você conheceu a Hinata?

-Hum... Sim, por quê?

-Só estava pensando. Acho que você a assustou – Soltou uma risada malvada.

-Engraçadinho. Mas também acho isso – Sorri genuinamente achando graça. – Já sabe pra qual escola você vai?

-Acho que Konoha. Meu tio disse que seria pra mesma escola dos nossos antigos amigos e, até onde eu sei, é Konoha.

-Que bom. Eu estudo lá. Agora que você vai estar junto, a gente pode retomar a banda – Nós tínhamos uma banda onde Neji tocava baixo, eu guitarra e Sasuke cuidava das batidas eletrônicas. Geralmente nós revezávamos para fazer a voz, mas quem sabe nós pudéssemos abrir vagas para novos integrantes, talvez alguém que saiba tocar bateria e um cantor ou cantora fixos.

-É verdade. Acho que nada me faria mais feliz no momento – Sorriu.

Mostrei a ele os melhores pontos desse lado da cidade. Melhores lojas, melhores cafeterias e principalmente, a melhor sorveteria. Comprei um sorvete para mim e um para ele. Era realmente a melhor de todas. Ver meu melhor amigo feliz me fazia sentir menos inútil. Talvez eu conseguisse mudar. Eu poderia virar uma pessoa positiva.

Droga. Eu odeio minha vida.

-Gaara, volte aqui! – Gritava meu pai do andar de baixo enquanto eu corria escadas a cima. – Eu não vou repetir, Gaara. Se você quiser ser alguém no seu futuro, eu aconselho que escute o que eu e sua mãe temos a dizer.

-Gaara, por favor não dificulte as coisas. – Dizia minha mãe.

Tranquei a porta do quarto após batê-la. Era assim todos os dias. Meu pai gritava horrores comigo. Me xingava de todos os nomes possíveis pelo simples fato de eu ter nascido. A verdade é que ele sempre tratou minha mãe mal e, logo na época que eles queriam se separar, minha mãe descobriu uma gravidez. Como a separação em uma situação dessas seria péssima para a mídia, eles continuaram juntos pelo bem do nome da nossa família. E que bela família.

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