Enough Tears

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Tudo parecia estar rodando ao redor de Sunhee. Ela havia acabado de deixar o escritório de seu pai após uma das piores conversas de sua vida, se pudesse chamar aquilo de conversa. Ela teria que se casar por dinheiro e poder, o mundo nunca pareceu tão podre e errado para a jovem.

Quando o assunto era casamento, Sunhee tinha um plano completo montado em sua mente. Ela imaginava o dia em questão sendo o mais feliz de sua vida, mas nada de festa cara ou chamativa, o que importava era o significado e os sentimentos. Ela queria se casar com o amor da sua vida, um cara que ela amasse e com quem manteriam uma relação genuína e respeitosa. Alguém que ela pudesse sentir dentro de seu coração que era a pessoa certa.

Mas com as duras palavras de seu pai todos os sonhos se quebraram em pedaços. Tudo que ela havia planejado não tinha mais espaço dentro de sua vida, ou estaria esse casamento sem espaço em sua vida? Sunhee não conseguia dizer qual estava errado ou certo.

O rapaz que a recebeu ainda estava no lobby, e assim que viu a figura pálida e perdida de Sunhee, correu ao seu encontro.

-Senhorita Song, o carro está a sua espera para te levar de volta ao campus. – ele falou guiando a jovem até o carro preto do lado de fora do prédio.

Assim que ela entrou deu novas instruções ao motorista, afinal não teria condições de lidar com a aula que ainda lhe restava naquele dia. Foram longos minutos passando pelo trânsito das ruas e avenidas de Seoul e depois as estradas íngremes das montanhas até que a Vila da família Song apareceu no meio das montanhas.

A tradicional família Song era conhecida pelo país há algumas décadas. O avô de Sunhee fora o responsável por fazer o pequeno negócio, herdado de seu pai, crescer a nível nacional, sendo seguido por seu filho mais velho que cruzou as fronteiras da Coreia. E Song Sunhee era a herdeira do trono da empresa de arquitetura, algo que ela soube desde o momento em que nasceu, mas a cada ano que ficava mais velha, mais dúvidas surgiam sobre assumir essa responsabilidade.

Mas o pai dela parecia querer acabar com qualquer espaço para questionamento que poderia estar na mente da garota. Afinal, ele era um homem que sentia prazer em ter o controle de tudo e todos. Ele acreditava ser o líder de uma família que se assimilava a família real britânica, em que cada um estava destinado a cumprir um papel dentro dessa estrutura.

Sunhee era uma das maiores influenciadas pelo prazer bizarro do homem, sendo tratada com rigor, estranheza e muita falsidade por sua família. Porém todos pareciam concordar com essas ideias mais do que ela mesma.

E ao passar seus olhos por aqueles com quem dividia uma ligação de sangue, a jovem se lembrava de sua outra família, a de sua mãe, e como eram tão diferentes. Sunhee sentia falta de chegar em casa, sentir o cheiro de comida dominando os quartos e as pessoas que ela amava para conversar genuinamente sobre qualquer coisa, sem pudor.

Só de passar pelas portas da grande mansão e sentir a brisa gelada os sentimentos de saudade e insegurança parecia atingir seu coração. O local era tão lindo como grande. Era quase uma obra arquitetônica, com formatos modernos e um jardim totalmente simétrico e verde, a vista da cidade ali do topo era apenas um adicional ao conforto que os moradores da residência tinham.

E não eram poucos que ali viviam, afinal quando fez a casa, o avô Song queria que a família toda pudesse viver junta. E assim Sunhee dividia sua casa com dois tios e suas respectivas esposas e filhos, totalizando 10 pessoas no local. O grande diferencial vinha do fato de que a casa era toda dividida em apartamentos e no final quase ninguém utilizava a área comum.

Sunhee fez seu caminho pelo hall de entrada ligado a sala de visitas, provavelmente um dos lugares mais bonitos dá casa devido a grande janela com vista para toda a cidade. A morena gostava de observar as coisas e aquele era um dos melhores locais para isso.

Eterno [JJK]Where stories live. Discover now