Prólogo.

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POV: AMELIE, 22 ANOS.

Quanto tempo leva para uma pessoa morrer? Quanto tempo leva até seu corpo desfalecer totalmente e sua alma descolar do físico e sair da matéria? Bom, quando o corpo inteiro se desliga, levam exatos dez segundos. Um, dois...

Dez segundos para fugir ou para me preparar. Aprendi isso quando era pequena. E parece algo supérfluo, apenas uma curiosidade, mas para mim era questão de sobrevivência. Porque, os corpos físicos nunca me assustaram quando eu sabia que a verdadeira ameaça estava no que vinha logo após a morte.

É fácil se gostar de uma garotinha quando ela é extraordinária aos três anos de idade. É quase impossível gostar de uma mulher extraordinária aos 22 anos. Sabe por quê? Porque, aos 22 anos, ela é uma mulher. E também é uma ameaça. Duas coisas que o mundo aprendeu a temer.

Foi aos 11 anos que minha mãe me ensinou a rezar para o Deus Shezmu em busca de respostas. Eu rezava antes, mas estava sempre conformada com a minha situação enquanto todos me mimavam e me achavam maravilhosa. Mas, bastou apenas passar dos 10 anos para os outros Clãs verem que eu continuaria a crescer e logo eles teriam que passar a me temer.

Então, os ataques começaram. E eu não posso reclamar, meu pai sempre nos manteve em segurança. Quer dizer, eu acho que era justamente o fato de eu ser filha do Rei de Copas que fazia com que aquelas pessoas não ultrapassassem a fronteira para buscar meu pescoço.

Dessa forma, meu casamento foi arranjado muito cedo. Ao contrário das outras mulheres da realeza, eu não precisava de um casamento para me tornar Rainha, mas eu precisava igualmente de um casamento se quisesse proteção. Porque, no dia em que o Rei de Copas falecesse, eles ultrapassariam a fronteira e a cabeça da nova Rainha dos Shezmu seria a mais procurada.

Foi assim que meu pai formou uma aliança com os Ammits e aos 11 anos, eu conhecia Woojin, um garotinho de 14 anos muito valente. Meu pai me ensinou sobre a história do Deus Ammit, o cão que comia vísceras humanas e que era o serviçal mais leal do Deus Shezmu. Era isso que ligava nossos Clãs.

Eu queria falar sobre a ironia de tudo aquilo, porque foi um Ammit que, supostamente, era o melhor serviçal e amigo de meu pai, que lhe traiu. Mas, eu preferia não tocar em assuntos como aquele quando o Ammit havia virado meu tio.

Woojin era mais velho e sabia da minha situação. Com apenas 14 anos, ele me acalmou durante dias e dias, jurou que mataria todos que se aproximassem e prometeu o melhor casamento de todos os tempos. Foi ele, o primeiro garoto que deixei pegar em minha mão e aquilo parecia tão íntimo como o primeiro beijo que ainda não compartilhamos.

Minha vida tinha sido claramente traçada aos 11. Mas, ali, aos 22 anos, minha vida iria mudar completamente, e eu podia sentir. Não precisava de nenhum espírito para me contar. Andei lentamente por aquelas ruas de paralelepipedos. Carregava a saia de meu vestido preto para não arrastar no chão, o melhor vestido que eu tinha, porque aquela reunião exigia.

Logo atrás, eu podia me sentir protegida, porque meus dois irmãos me seguiam, um de cada lado. E à minha frente, eu seguia papai e mamãe, os Reis Shezmu. Respirei fundo e olhei em volta. Era a primeira vez que eu estava em companhia de outros Clãs. Eu normalmente fugia deles, porque eles queriam me matar.

Mas, naquela ocasião, a realeza de cada Clã se fazia presente. Eu podia ver Woojin, o Príncipe dos Ammit, do outro lado do jardim majestoso. Era um cemitério ao fundo do palácio Maat. Lá eram enterrados apenas aqueles que pertenciam à realeza.

Rei de Espadas { STRAY KIDS • HYUNJIN }Onde histórias criam vida. Descubra agora