Rei de Espadas { STRAY KIDS • HYUNJIN }

A Rainha Maat.

POV: AMELIE

Tudo passou muito rápido naquela noite. Uma noite que eu lembraria para o resto da minha vida. Mal eu sabia que era a última noite feliz que eu teria.

Quando entrei no grande salão do castelo, a decoração era muito melhor do que eu jamais imaginaria. O branco ainda era a cor persistente. Os bancos dos convidados eram brancos. Mas, as flores eram azul royal como a própria cor do clã, mais especificamente, a cor dos Anjos da Guarda.

Flores azuis. Algo que nunca vi antes. Por todos os lados. A música tocava em um violino, anunciando a minha entrada. Ninguém me levava até o altar, porque meus pais já me esperavam lá, ao lado esquerdo. A Rainha, mãe de Hyunjin, estava do lado direito. E Hyunjin estava no centro.

E eu só tinha olhos para ele.

Majestoso e alto, em um sobretudo longo e azul marinho. Sua camisa social e sua calça eram pretas, e o sapato era elegante. Seus cabelos negros compridos pendiam, quase perfeitamente alinhados por exceção da franja. A coroa, no entanto, não estava mais na sua cabeça, pelo menos não por enquanto. Ele não era Rei agora. Era noivo. Era marido. Não estava servindo ao povo, estava servindo à mim.

Seus anéis guardavam histórias de como ele era o Rei por ali. E ele sorria. Observando-me entrar, eu sabia que era a única para ele. Não havia mais ninguém. Nem mesmo Ágata que ainda estava ali, sentada em uma daquelas fileiras, nos observando. Era só Hyunjin e eu. Sempre foi.

Ao alcançar Hyunjin, ele parou ao meu lado e tirou o véu do meu rosto. Sorriu. Apenas sorrimos. Porque, ambos estávamos nervosos demais para falar qualquer coisa. Éramos novos demais. Mas, ali estávamos traçando nosso futuro sem olhar para trás.

A cerimônia era comprida. Os Maats tinham muitas rezas e cantos que eu mesma tive que aprender antes de estar ali. Em determinado momento, o Maat mais ancião do Clã nos abençoou. Trocamos alianças de ouro branco com pequenos detalhes azuis como o Clã.

Lembro-me que a mão de Hyunjin estava gelada. E era de nervoso. Ele tremia um pouco, mas o sorriso em seu rosto era meu reconforto quando eu mesma tremi para colocar a aliança na mão dele.

Ao final, um servo Shezmu entregou a Hyunjin o meu sangue, que havia sido recolhido no momento em que o noivado foi concretizado. Meu noivo tomou sem fazer careta dessa vez, o que eu considerava uma vitória.

Ao olhar em volta, quem chorava era meu pai e não minha mãe. Eu segurei o riso ao perceber que meu tio Felix era quem tinha trabalho para consolar meu pai naquele momento.

Nenhum beijo foi dado ao fim da cerimônia. O casamento era de almas, não de corpos. Em vez disso, Hyunjin me deu a mão e me guiou para a escadaria ao lado. Ali, o Maat ancião fez outra reza diferente após nós dois nos ajoelharmos. Eu fiz um juramento. Um juramento que eu iria cumprir até os últimos dias da minha vida. Um juramento que seria colocado à prova muito em breve.

Eu protegeria os Maats como se fossem meu povo. Sangue do meu sangue. E assim, o peso da coroa dourada com pequenas asinhas se fez em minha cabeça. Hyunjin recebeu sua coroa de volta também.

Meu noivo me ajudou a me levantar e assim saímos juntos por aquele enorme corredor. Rostos conhecidos eram vistos por todos os lados. Muitos choros e sorrisos também.

Assim chegamos até a entrada do Castelo, na porta principal, o povo nos aguardava. Algo que eu nunca havia visto antes. Tão diferente dos Shezmu. Cores entre o branco, o azul e o preto predominavam. Pessoas elegantes sorriam e aplaudiam de maneira contida.

Era meu povo.

— Senhor, eles querem saber dos seus planos de governo. —  Sophia sussurrou como uma assessora, em seu vestido verde brilhante.