our sin

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  Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos.
Efésios 5:3


Eu sei. Assim como você também sabe. Não deveria ter entrado naquela igreja. Não deveria ter ido até o primeiro banco e me sentado lá. Porque, quando coloquei meus olhos em você, Jimin, eu me senti o mais prepotente dos homens. Eu queria você, eu o queria embaixo do meu corpo, com os olhos fechados e a boca implorando por mais do meu pau enterrado bem fundo em você.
   
Porém, você era o bom garoto, você era aquele impossível, aquele que não deveria ter conquistado os meus olhos e meus desejos mais profanos. Mas, e se fomos destinados um ao outro? E se, desde o princípio, o certo fosse eu e você, fodendo e espalhando o nosso amor contaminado?

Bem, você sabe, desde o primeiro dia em que eu te vi, eu fui incentivado a ir para aquela igreja todos os domingos. Eu fui até você, nós conversamos e nos tornamos amigos. Eu dizia que adorava aquele lugar, e você achava que era por causa dele. De Deus. Você achava que o motivo de eu estar sempre lá, com as mãos levantadas e os olhos fechados, fosse pelo seu Deus. Mas, amor, você errou feio.

E passamos assim por vários meses, todos os dias eu te desejava, todos os dias eu imaginava diferente formas de te foder, de te amar. E, gradativamente eu fui me apaixonando. Eu me tornei obcecado por você, pelo seu corpo, e logo pelo seu cheiro. O cheiro de pureza, santidade, esse cheiro de bom menino que você exalava. Todos diziam isso. Todos falavam que você era um menino abençoado, que Deus havia o escolhido para provar seu amor. Só havia um problema, meu anjo. Você não sabia se era isso o que queria. E foi desabafando pra mim, em uma noite fria, que você me contou que não sabia mais o que fazer. Que aquela responsabilidade era muito grande, que não sabia se Deus o amava tanto assim. Mas, o que eu podia dizer? Eu não sei, eu só te toquei. Pela primeira vez, eu pude te abraçar. E eu senti como se toda sua pureza fosse se acabando dentro desse abraço. Eu te fazia mal sem que você percebesse.

Depois desse dia, você se aproximou mais de mim. Ah sim, meu anjo. Você pedia para se encontrar comigo quase sempre, você via em mim algo a se admirar, mas eu não sabia o que era. Você dizia que eu era como um irmão, mas, que tipo de irmão era esse? Se você soubesse dos meus pensamentos, meu bem, você me chamaria de irmão? Se você soubesse que eu só frequentava aquela igreja por sua causa, você teria aceitado minha amizade?

A resposta para tudo isso você me deu quando você se rendeu a mim. Ah, como eu poderia esquecer aquele dia? Éramos apenas nós dois naquela igreja, os pastores, fiéis e todo o resto havia ido embora. Você quis ficar, e como o pastor confiava em você, ele deixou que fechasse o lugar. E, claro, você pediu que eu ficasse. Se lembra disso? Você mesmo disse "fique aqui comigo, Jeon."

Eu não negaria um pedido desse vindo de você, de forma alguma.

Logo você me chamou para o palco. Me contou histórias sobre sua família. Me disse como seus pais esperavam que fosse um pastor, que você viesse a ser completo de Deus. Porém, você não queria isso, meu bem.

"Estou tão confuso. São tantas coisas na minha cabeça. Eu me sinto tão... Errado."

Mas isso eu não entendi. Por que você se sentia errado?

"Eu não deveria pensar essas coisas. Eu não deveria sentir o que eu sinto."

E o que você sentia, meu bem?

"Não deveria pensar em você toda noite. Não deveria sonhar com você, nem em pensar em nós de forma tão pecaminosa e nojenta."

Isso me surpreendeu. Você consegue lembrar da minha expressão? Consegue lembrar quando eu parei de mexer na mesa, para olhar para você? Seu corpo estava tremendo, você chorava baixo e olhava para o chão, totalmente indefeso.

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