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No dia seguinte Nina acordou com o corpo dolorido, levantou-se da cama um pouco desanimada, Octávio disse que não iria vê-la pois estava cheio de trabalho, Nina entendeu mas não conseguiu esconder sua tristeza.

Tomou um banho rápido e assim que saiu usou uma blusa formal preta, uma saia aberta cinzenta e sandálias de salto alto preta que era da mesma cor que sua bolsa, Nina desceu até o estacionamento e conduziu o novo carro até sua empresa.

Nina teve duas reuniões importantes naquela manhã, com novos clientes de sua empresa, as reuniões foram chatas mas beneficiavam a empresa.

Já de tarde, Nina ficou na empresa a revisar alguns relatórios, a empresa já funcionava como deve ser, ela já havia contactado todos os profissionais necessários.

A mesma já não estava habituada a trabalhar na segunda feira a tarde, mas voltar ao hotel não era uma ideia que lhe agradasse, era tão solitário.

Nina decidiu arrendar um apartamento para que se sentisse mais acomodada, e compraria um cachorro para lhe fazer companhia, decidiu também que iria contratar uma empregada porque ela não sabia fazer nada em relação aos trabalhos de casa.

No fim do expediente Nina saiu da empresa sem muito ânimo para voltar ao hotel,  mas não tinha outra opção , conduziu até o hotel e subiu para o seu quarto, passou pela recepção e estranhou a forma como os recepcionistas a olharam, subiu o elevador até o oitavo andar, assim que as portas se abriram Nina viu pétalas de rosas no chão formando setas direccionadas ao seu quarto, ela não sabia o que estaria a acontecer, chegou em sua porta e percebeu que a mesma estava semi-aberta... entrou exitante , as lâmpadas tinham sido apagadas naquela noite, haviam velas aromáticas por todo lado as mesmas se encarregavam de iluminar o local, havia uma mesa com o jantar posto, o champagne preferido de Nina era mais um dos detalhes e por fim, Octávio estava ali, com um sorriso bobo nos lábios e um olhar apaixonado.

Nina deixou sua bolsa no chão e levou as mãos à boca na tentativa de esconder toda  sua surpresa.

_gostou? Octávio perguntou depois de fechar a porta,  nem isso Nina conseguiu fazer.

_amei. Nina sussurrou ainda surpresa.

Octávio pegou em sua mão e a levou para que se sentasse a mesa, assim fez ela e ele também acomodou-se.

_queria que se sentisse especial. Disse ele

_e conseguiu. Nina sorriu. É uma maneira boa de despedir-se deste hotel. Finalizou

_o quê? Vai embora? Perguntou Octávio

_sim, decidi isso hoje. Ela disse

_percebeu que é um erro ficar aqui? Eu entendo. Octávio disse triste

_ooh não,  eu vou embora do hotel e não  daqui. Nina disse enquanto sorria e Octávio ficou sem jeito.

_que bom. Octávio sorriu timidamente

_estou a pensar em arrendar um apartamento,  e comprar um cão para que eu não me sinta sozinha. Nina explicou

_tem se sentido sozinha? Octávio perguntou curioso

_sim, as vezes.

_eu sinto muito. Octávio disse. Podemos almoçar juntos sempre que possível. Finalizou

_eu adoraria. Nina disse com a voz baixa

_então assim será. Disse ele. Tenho um presente para ti. Octávio disse enquanto tirava do bolso do seu casaco uma caixa preta achatada, aveludada.

_o que é?  Nina perguntou enquanto recebia seu presente

_abra. Disse ele

Nina abriu a caixa cautelosamente, e seus olhos brilharam quando viram o bracelete que lá estava, era um bracelete feito de ouro branco, com alguns diamantes pequenos cravados a sua volta.

_é lindo. disse Nina.

_não tanto quanto tu

_Obrigada. Nina agradeceu sincera

Quando Octávio ia dar-lhe um beijo o celular da Nina tocou, ela levantou-se e levou a bolsa que até então estava no chão, tirou o aparelho da bolsa e viu que era Cláudia quem a ligava.

Atendeu receosa.

_alô.  Disse Nina

_Oi Nina, tudo bem? Perguntou Cláudia animada

_estou bem Cláudia. Nina disse para que Octávio percebesse que era com a esposa dele que ela conversava. E tu? Como estás? Perguntou por fim

_estou ótima,  bom liguei porque preciso te fazer um convite. Disse Cláudia

_sério? Qual? Nina perguntou curiosa

_ um almoço com as meninas amanhã,  precisamos conversar tu não achas, já faz muito tempo. Disse Cláudia

_Claro! Eu aceito seu convite, me manda a localização de onde devo te encontrar amanhã. Nina disse

_tudo bem, farei isso, beijo e boa noite. Disse Cláudia

_outro. Nina disse e desligou

_mas um convite para conversas banais? Octávio perguntou

_não são conversas banais, são conversas importantes para uma Mulher. Nina disse

_ isso não vem ao caso. Octávio disse enquanto abria o champanhe.

Nina e Octávio deliciaram-se do jantar enquanto conversavam e sorriam, Octávio não parava de dizer a Nina o quanto a amava.

_Octávio?  Nina chamou por ele

_sim?

_se me ama tanto, o que te impede de ficar apenas comigo? Nina perguntou baixo , tinha medo do que ouviria como resposta

Octávio que tomava seu champanhe engasgou com líquido, mas não fez muito alarde por isso.

Olhou pra Nina e abriu a boca pra começar a falar, mas nada saía e fechou sua boca, tentou falar novamente mas não conseguiu formular uma palavra se quer.

_não precisa responder agora. Nina disse e sorriu para que o homem se sentisse mais tranquilo

_eu...Me desculpe. Sua voz era baixa mas o alívio era nítido

O casal continuou com sua noite romântica, e depois do jantar fizeram amor que foi maravilhoso como todas as outras vezes que eles ficavam juntos, e no fim da noite Octávio despediu-se de sua amada Nina e a deixou sozinha em seu quarto.

Nina olhou para o seu pulso e viu o bracelete tão lindo e brilhante que acabará de receber, ele me ama...pensou ela.

Ela queria que a sua mãe percebesse que ela sentia-se amada ao lado daquele homem.

Pegou em seu celular e ligou para a sua mãe, mesmo sendo tarde Nina precisava ouvir a voz aveludada de sua mãe.

_alô mãe ? Nina disse assim que dona Beth atendeu

_Nina? Elisabeth perguntou

_sim mãe sou eu. Disse ela. Sinto saudades Nina disse melancólica

_Nina, já é tarde. Elisabeth falou rudemente,  deixando Nina surpresa. Não ouse me ligar novamente, a não ser que queira voltar para casa, não quero ter contacto com uma destruidora de lares. Beth disse pouco antes de encerrar a chamada

Destruidora de lares? Nina se questionou  antes de cair em lágrimas.

A outraOnde histórias criam vida. Descubra agora