Quarta-feira
Meu ânimo nas quartas é sempre o mesmo: PÉSSIMO.
Não consigo explicar, mas as quartas marcam a metade da semana, não estamos nem no início, nem no final, então fica um ar preguiçoso. Ar preguiçoso, existe isso? Bom, acabei de inventar, caso não exista.Costumo dar nome a tudo, inclusive, chamo o sofá de barco, não pergunte o porquê, nem eu entendo.
Essa minha facilidade de mudar o assunto é algo inexplicável, mas enfim.
Hoje eu pretendia ir ao cinema, mas meio que terei que fazer faxina na casa de minha vó.
Eu amo fazer faxina na casa da vovó, não por causa da faxina em si, e sim porque geralmente ela me chama pra fazer alguma receita deliciosa e eu termino a tarde sentada na varanda escutando as histórias da infância dela, e o resumo disso é que eu acabo sem faxinar a casa.Após o café da manhã, resolvi ir logo pra casa da minha vó, mas para a minha tristeza, mamãe resolveu ir junto, DIZENDO ela, algo a alertava de que eu não estava fazendo o trabalho direito e ela queira supervisionar.
Talvez ela tenha deduzido isso depois de ter passado a tarde na casa da vovó, e ter percebido que vários móveis estavam cobertos de poeira.
Não me julgue, eu não sou uma péssima neta, é difícil resistir às comidas de vó e as suas histórias de infância.Acredita que a MAMÃE resolveu me equipar?
Sim, ela me deu máscaras, luvas, sacos de lixo, vassoura, produtos de limpeza e tudo isso para eu limpar a casa inteira e CAPINAR O QUINTAL. Que castigo.Ainda não contei, mas a casa da vovó é imensa, possui uma sala de estar, uma sala de jantar, 6 quartos, 1 cozinha, 3 banheiros, varanda, área de serviço, e um quintal imenso.
Umas 16 hrs da tarde, eu comecei a capinar o quintal. (Tinha enrolado a mamãe e faxinei a casa rapidamente)
Já nem estava mais sentindo meus braços, quando encontrei um saquinho no quintal com moedas dentro dele, no momento eu pensei que iria ficar rica, mas daí percebi que eram Cruzeiros antigos. Tá bom, talvez eu esteja sonhando demais pra me iludir de forma tão fácil.
Quando FINALMENTE achei que conseguiria descansar, a vovó me chamou para entregar o almoço da minha prima que morava ao lado, a Diane.
Poxa, eu tinha mais medo da Diane do que de encontrar aranhas, e EU MORRO de medo de aranhas.
Diane é aquela prima da família que odeia todo mundo, mas precisa de ajuda pra se manter. Acho que praticamente todas as famílias tem uma Diane na vida.
A casa da Diane era macabra, totalmente fechada e só havia a entrada pra a gente colocar comida, eu queria muito saber o que ela fazia lá dentro, mas quando cheguei perto escutei uma música lenta e fúnebre, além de umas vozes estranhas, e sinceramente, achei que fosse um ritual.
Só consegui colocar o prato, tocar a campainha e sair correndo.Chegando em casa, me perguntaram o que tinha acontecido, e eu pensei em contar, mas imaginei que ela poderia descobrir e fazer algo contra mim, e problemas eu já tenho demais, menti que não tinha ocorrido absolutamente nada e insisti pra voltar logo pra casa.
Mas logo mudei de ideia quando vi um bolo de chocolate em cima da mesa, e resolvi ficar mais um pouco, qual problema teria, não acha?
Eu fui até a mesa, MAS antes de chegar lá, acabei tropeçando em algo que parecia uma caixinha e caí de cara no bolo.
E adivinha o que era a caixinha? O POTE ONDE MINHA VÓ GUARDA A DENTADURA, e a dentadura acabou voando do pote e caindo na minha cabeça!
Demorou horas pra desgrudar aquilo do meu cabelo.Lição: Não deixe a razão falar mais alto do que a barriga.
Que? Muda isso.
Não deixe a barriga falar mais alto do que a razão. É, melhor assim.
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Diário de uma loser
Novela JuvenilA vida de Pérola no segundo ano do ensino médio está sendo uma loucura, e as coisas pioraram quando seus pais decidiram trocá-la de escola, no meio do ano. Motivos? Bom, vocês terão que acompanhar a história para saber. É uma história longa e até di...