Prólogo

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A vida sempre foi algo curioso para mim. Não importa o que façamos, bom ou ruim, sempre haverá momentos de tristeza, é inevitável.

Muitos procuram uma resposta para tais situações desastrosas. Em minha concepção, elas ocorrem para nos fortificar, porém devem ser encaradas prontamente, caso o contrário, lhe tornará um completo covarde.

Eu permanecia atirada ao chão, tão pequena e indefesa. Meus músculos doíam e não consegui me mover, lutava para manter os olhos abertos, mas estava exausta. O que eu poderia fazer nesse estado?

Sabia que ia morrer, e talvez eu merecesse. Nunca fui uma boa menina, sempre tão fraca.

"Que serventia tiveram tantas horas de treinamento? Lamentável." Pensei.

Tudo aconteceu muito rápido, minha visão mal conseguiu acompanhar. Meus olhos, já quase fechados, esperavam serenamente meu destino. Os abri com dificuldade e com um pouco de espanto constatei que fora fácil realizar tal atitude.

 "Achei que doeria mais" pensei rapidamente.

Eu não senti dor alguma, mas vi sangue. Muito sangue...

Minha visão ficou turva, minha mente mal conseguia raciocinar e nem mesmo digerir o que acabara de ocorrer.Apenas enxergava o rio de sangue, vivo e quente escorrendo, cobrindo a grama verde e úmida. Ele não era meu, então de quem era? Ouvi uma respiração fraca, parecia fazer um enorme esforço para permanecer respirando.

Juntei forças para recobrar a consciência, e foi quando vi. Seu corpo ao meu lado, suas íris fitando as minhas com carinho, e isso, dilacerou completamete minha alma.

Senti meu coração bater rapidamente, já não sabia o que fazer, apenas me entreguei a esse sentimento de dor novamente.

Foi quando eu chorei pela segunda vez.

Caçadora ImplacávelOnde histórias criam vida. Descubra agora