O centro, Reino de Avallyor.
O centro nunca esteve tão cheio de criaturas como naquele dia, os quatro reinos se reuniram para decidir o futuro do reino do norte. O burburinho das falas irritavam os ouvidos sensíveis de Terrin, que se encolhia atrás do Rei Ulric, tentando esconder os olhos amedrontados e úmidos.- ISSO NÃO PODE SAIR IMPUNE - A voz do Rei Rowan do oeste troveja reduzindo as falas a meros murmurios. Terrin se encolhe diante da voz do mais velho, agarrando a camisa de seda branca do tio. - O reino do norte é um dos mais fortes, e todos nós sabemos disso! Vocês querem deixar tudo como está? Alguém tem que pagar pelo que aconteceu!
- Rowan, se acalme - Murmura Ulric segurando delicadamente o braço do marido - Você está assustando Terrin.
- Eu não posso simplesmente deixar eles fazerem isso! - O rei lhe responde agora com a voz mais suave - Eu não posso deixar que eles tratem a morte do rei e da rainha como algo simples Ulric, não posso!
- Nós sabemos amor, mas se exaltar assim não vai adiantar de nada, você melhor do que ninguém sabe que não adianta. - Ulric sussurra olhando os olhos verdes e brilhantes do marido, a pele negra brilhando, a feição dura e bonita lhe olhava com uma tristeza disfarçada de raiva, os reis do norte eram seus colegas de trono e mais ainda, seus melhores amigos. Foram os únicos que os apoiaram quando tudo parecia impossível. Ele não queria deixar tudo como estava.
A morte dos reis do norte era um mistério. Seus corpos foram encontrados jogados próximos a barreira que dividia seu reino com o lado dos sombrios, multilados. Foram encontrados por uma criada, que saiu em disparada alertando todos do castelo com seus gritos apavorados, não era por menos. Os corpos de quem um dia foram tão belos, amorosos e bondosos com todos ao seu redor estavam destroçados, as roupas reais estava rasgadas, resumidas a meros frangalhos. Os lábios abertos, a feição apavorada, e a pior parte, no lugar onde deveriam estar seus olhos, havia apenas um vazio sem fim.
Terrin se lembraria daquele vazio até o dia de sua morte, disso ele tinha certeza. O garotinho com apenas dez anos estava andando pelo castelo, havia acabado de acordar com sede e não queria incomodar nenhum criado com uma besteira dessas, poderia muito bem levantar e ir saciar sua sede na cozinha do castelo, sozinho. Coisa que ele não devia ter feito, ouvindo o burburinho dos criados deduziu que seus pais haviam chegado da longa viajem que fizeram ao reino do sul, o conhecido reino do inverno estava ainda se recuperando da morte do Rei Asher, que havia acontecido a pouco menos de três meses. Os reis com seus corações moles decidiram fazer uma viajem e ajudar Yoki, a viúva do rei, com tudo que precisasse. Não levaram o pequeno consigo por ser uma viagem longa e cansativa, e o pequeno príncipe não podia escapar dos seus deveres reais. O pequeno sorriu e correu para a sala de entrada do castelo, animado com a idéia de receber beijinhos carinhosos de sua mãe e um abraço apertado do pai. Mas tudo que encontrou foi os corpos de seus pais sendo carregados por criados, o vazio sem fim no lugar dos olhos carinhosos o fez dar um passo para trás assustado. Correu e se trancou no quarto, a imagem que vira não saia de sua pobre cabeça infantil, não sabia o que estava acontecendo mas tinha certeza que não receberia os beijinhos de sua mãe e nem o abraço apertado do pai, nunca mais.
Terrin ficou horas, ou seriam dias? naquele quarto, não sabia dizer, ficou apenas ouvindo a confusão que estava acontecendo no castelo, só saiu do mesmo quando ouviu a voz doce do Rei Ulric, o qual chamava carinhosamente de tio, o chamando e batendo na porta do seu quarto. O jovem príncipe se agarrou ao mais velho e não soltou mais, agora dias depois, estavam no centro com todos os outros reis tentando entender o que acontecia, ainda agarrado a única pessoa em quem confiava cegamente.
- Precisamos descobrir o que aconteceu, os reis eram fortes e saudáveis, não teriam morrido sem lutar! - Decretou mais uma vez Rowan, e o burburinho de falas se intensificou.
- Nós sabemos disso Rowan - Dessa vez decretou o recente coroado Rei Tristan, do Leste. Apenas com 15 anos de idade e já tinha uma enorme responsabilidade em suas costas. - Mas no momento precisamos decidir o que vai acontecer com o Reino do norte. O povo pede por respostas, já estão a dias sem quem os comandar, mais um pouco e o caos tomará o controle do reino da primavera.
- Temo dizer que o Rei Tristan está correto em sua afirmação - Ditou um dos conselheiros do norte, se levantando da cadeira em que estava e olhando a todos os outros que se encontravam em seus devidos tronos naquela grande sala - O povo pede respostas, não sabem como agir, sem os reis para darem ordens o Reino está se tornando um completo desastre. O príncipe Terrin precisa assumir seu posto imediatamente.
- É isso que vocês sugerem? Terrin é apenas uma criança! Ele não vai aguentar a pressão de um reino inteiro em sua cabeça sendo tão novo!- Dessa vez a voz que sempre foi calma de Ulric se torna ameaçadora, enquanto segura com braços fortes o pequeno príncipe, não deixaria ninguém machucar seu pequeno.
- Não temos opção! - Bradou o rei do Leste novamente - Terrin pode ter alguém o ajudando em tudo. Mas ele vai ter que assumir o reino, ou tudo se tornará um caos.
- Ninguém toca no meu pequeno! - Rosnou Ulric, quase mostrando as presas. - Terrin não vai sofrer uma pressão dessas tão novo.
- Eu concordo com Ulric. - Uma voz baixa e tímida se fez presente, A Rainha do sul, Yoki se pronúncia pela primeira vez. Com a atenção de todos voltada para si, continua agora gaguejando - Quero dizer, o príncipe ainda é muito pequeno... Não... Não acham que seria melhor colocarmos alguém temporariamente no trono, enquanto ele aprende tudo que precisa?
- Isso é uma blasfêmia! Você quer que coloquemos alguém sem o sangue do anjo no trono? - Alguém grita, com certeza alguma ninfa do reino do norte, fazendo mais vozes soarem irritadas.
- Não! - Yoki se apressa em dizer, se levantando e olhando tudo apavorada, ainda era nova naquilo de Rainha. - Eu...eu só sugeri que colocássemos algum dos conselheiros como um rei temporário, até o príncipe completar a maior idade e ser coroado!
- Mesmo sem gostar da ideia eu concordo com a Rainha - Ulric se pronunciou mais uma vez, aceitaria tudo se isso fizesse com que seu pequeno não sofresse tanto. - Podemos escolher algum dos conselheiros do norte, eles seriam os mais adequados por conhecerem o reino e suas necessidades mais do que qualquer um de nós.
Os olhos de Yoki brilharam e ela sorriu levemente, logo escondendo o pequeno sorriso e balançando a cabeça em concordância.
- Foi basicamente isso que eu sugeri - Murmura Tristan, sem ninguém o dando atenção, fazendo ele bufar e se jogar no trono, seu lado adolescente ainda estava ali, afinal.
Mais uma discussão se iniciou, sem ninguém saber exatamente quem deveria colocar em um posto tão importante. A discussão que teve duração de horas a fio se encerrou com mais uma sugestão da Rainha Yoki, decidiram então colocar o conselheiro Antonius, um dos conselheiros mais sábios - de acordo com Yoki - para comandar o reino da primavera.
Terrin ainda sem entender muito continuou agarrado ao tio, quando enfim ele pode ir para casa, suspirou pesado pensando que finalmente ele poderia ter um pequeno descanso, seus ouvidos sensíveis doíam após toda aquela confusão. Mal sabia ele que tudo ainda estava se iniciando, e se ele achava aquilo um caos, não estava nem um pouco preparado para o que viria.
🌙
Até que enfim eu apareci hein...
(Falei que ia postar só quando a capa saísse mais não me aguentei kkkk)Oi, como vocês estão ?
Me desculpem pela demora e enfim Avallyor está de volta!!! Hurullll
Eu passei dias planejando novamente o livro, os detalhes, personagens, tudo! Avallyor está me dando mais trabalho do que eu imaginava haha 😅
Espero não ter decepcionado ninguém com esse prólogo, mas ele é essencial para o desenvolvimento futuro do livro, esse prólogo tem uns detalhes escondidos, leiam com atenção e se atentem as mínimas coisas.
Qualquer dúvida podem me perguntar, estou a disposição.
Beijosss
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Welcome the Kingdom of Avallyor
FantasíaUm príncipe que foi levado ao trono rápido demais, obrigado a aprender tudo que precisava sobre como governar um reino com apenas dez anos de idade, Terrin vê sua infância escorrer pelos dedos, as espadas que eram de madeira usadas apenas para brinc...