- Katrina, qual é o sobrenome de Calissa? "Ergui minha sobrancelha direita ao terminar de dizer e enquanto observava Katrina se sentar em uma cadeira de madeira velha, ao lado de um caldeirão mais velho ainda e preto, que estava no fogo, com uma senhora, na verdade, senhora Madalena Fritzboard, ela é uma feiticeira.. Branca, como flocos de neve, com os cabelos grisalhos curtos e cacheados, na altura dos ombros.. Olhos pretos, quase não dá para ver suas sobrancelhas, ela tem os lábios finos e um nariz um pouco pontudo, mas empinado. Ela usa os cabelos soltos, com algumas flores espalhadas por ele, um colar de cristais um pouco grande em seu pescoço, um pouco acima do umbigo. Usa um vestido branco quase um pouco amarelado, que cobre até os pés, com mangas longas e muitas flores costuradas nele. Vive em uma casa velho ao norte do vilarejo. Bom, não exatamente vive na casa, mas vem na casa e nos, viemos pedir ajuda, temos que salvar as meninas, mesmo eu achando que Calissa não goste muito de mim, mas sei que Katrina a ama. E Katrina, AAAH.. Esses cabelos ondulados ruivos, um ondulado quase liso, um palmo a cima da cintura.. Esses olhos castanhos claros, quase verdes, por serem tão claros. Essas poucas sardas em seu rosto... Esses lábios carnudos e avermelhados e essas sobrancelhas de debochada, isso deixa ela mais maravilhosa do que já é..."
- Helfistin. "Ao me sentar na cadeira velha, pude olhar perfeitamente para Elizabeth, que estava ao lado direito da senhora, vi que ela estava me observando com um sorriso contido em seus lábios. Ah.., ela é linda. Com esses cabelos cacheados na altura da cintura e loiro, esses olhos azuis esverdeados, esses lábios, não tão grossos e nem tão finos.. E a voz, não sei se fica mais bonita pela educação, ou porque tudo nela é bonito mesmo, mas enfim.." - Madalena, com esse feitiço vamos conseguir ajudar elas rapidamente, certo?
- Claro. "Ainda com meu olhar fixado no que estava dentro do caldeirão. Com a mão apoiada na colher de pau um pouco grande, ia rodando-a por dentro do mesmo." - Esse feitiço nunca falha, mas me digam, por que vieram até mim? Vocês sabem fazer mais feitiços que eu.
- Porque você é a feiticeira mais antiga daqui que já ouvimos falar. "Fui em direção a Katrina, que ainda estava sentada na cadeira, puxei uma outra cadeira com minha mão esquerda, que estava atrás dela e me sentei ao seu lado." - Soubemos que seus feitiços nunca falham e que você já salvou outras bruxas de serem mortas.
- E soubemos também.. "Olhei rapidamente para Elizabeth ao meu lado e logo voltei meu olhar para Madalena, que não tirava os olhos do caldeirão.".. que, você é a única que sobrou de sua linhagem. Que você era a sacerdotisa do seu coven, é verdade?
- Sim. "Por um momento, levei meu olhar para as meninas, que estavam com uma mistura de tom em seus rostos." - Eu era a sacerdotisa de 7 feiticeiras e 5 feiticeiros, mas.. "Voltei meu olhar para o caldeirão." - Eles morreram, não por conta da caçada disfarçada que ocorreu na minha época, mas, por serem todos egotista, queriam tudo, não queriam lutar para conseguir as coisas e com isso, acabaram deixando vestígios pelo caminho e se expondo mais do que deviam. "Ergui uma de minhas mãos na prateleira que estava próxima a mim e peguei uma pena que estava em cima de um livro vermelho, a joguei rapidamente no caldeirão e olhei para as meninas com um sorriso nos lábios." - Eles queriam mais poder do que era destinado a feiticeiros, fizeram em um dia de lua de prata um feitiço sem a minha permissão na floresta de Mangal, ao sul da cidade onde vocês moram. Porém, não usaram as palavras certas, acharam que estavam trazendo força para dentro deles, mas estavam tirando, um dos participantes, que estava com a tocha na mão, ficou fraco e caiu, o fogo da tocha se espalhou rapidamente, colocando a floresta em chamas, como todos estavam fracos por conta do feitiço errado, foram queimados. Por isso a floresta de Mangal, só tem árvores mortas e quase ninguém vai lá.
- Nossa. Não sabíamos dessa história. "Levei minha mão direita a minha boca e a tampei, tentando conter um riso."
- Ingênuos. Onde já se viu... Falo é nada, viu? "Dei um tapa de leve na perna de Elizabeth, para ela parar de rir." - Mas, como a senhora soube disso se não estava lá?
- Ora! Eu sempre soube o que eles estavam planejando, eu apenas fiz o que já estava escrito para eu fazer, caso eu fizesse ao contrário, o que aconteceria, teria sido pior.
- E o povoado não desconfiou de nada?
- Não, como a fumaça ficou muito densa, acharam que foi causada pela própria natureza. Era tempos diferentes, ano de 1720. "Fui em direção a um armário empueirado que estava atrás das meninas e peguei um vidro pequeno num formato de gota com uma tampa prateada. Voltei para perto do caldeirão, peguei a colher de pau e fui depositando algumas gostas dentro do vidro. Ao enche-lo até a ponta, o tampei e entreguei a Katrina, que veio ate mim." - Tomem cuidado, esse feitiço dura só por uns alguns minutos, é o tempo do plano de vocês entrar em ação. E meninas.. "Peguei na mao das duas, que já estavam próximas a mim.." - Eu torço por todas vocês.
- Obrigada. "Ao pegar o vidro, o guardei no meio de meus seios. Enquanto estávamos segurando a mão da senhora, pude ouvir uma voz vindo em minha cabeça. Me virei para Elizabeth, que parecia estar ouvindo a mesma voz que eu, dei um abraço em Madalena e em seguida, Elizabeth fez o mesmo. Abrimos a porta da casa com o maior cuidado, pois parecia estar bem podre e saímos da mesma." - Escutou o mesmo que eu?
- Sim. "Fui caminhando ao lado de Katrina em direção à cidade, mas viramos em uma trilha próxima a casa de Madalena e entramos na floresta, mas não a floresta de Mangal, a floresta que tem o rio." - Parecia a voz de Lauren, não é?
- Também achei, mas também lembrava a voz de Natasha, estou confusa agora.
- Mas vamos lá, já está quase na hora do pôr do sol. Temos poucas horas.
- Mas me diga, Elizabeth. "Ainda caminhando e já alguns passos do rio. Dou algumas fitadas nela." Por que quis saber o sobrenome de Calissa?
- Apenas curiosidade. "Olhei de canto para Katrina, que estava com a sobrancelha direita erguida e dei uns passos mais longos, ficando um pouco à frente dela."
- Certeza? Pois parece que tem algo que não quer me contar.
- Certeza. Não tenho nada que não queira te contar.
- Já que é assim. "Dei uns passos um pouco mais rápido, podendo assim voltar ao lado de Elizabeth. Começamos a ficar bem mais próximas do rio e assim conseguimos escutar algumas vozes vindo de lá."