... Ano de 1780, Massachusetts.
- PEGUEM-NA. BRUXA!
- VAMOS! "Ela, tão jovem e linda, mas que mulher linda. Por que ser uma Bruxa? Por que não seguir as ordens do nosso Senhor? Como eu queria ter sido teu mestre, não teria deixado ela se desviar assim. Ah, ah.. se tivesse como voltar no tempo, ela seria minha, não dele, se tivesse me escolhido, não estaria sendo caçada agora, Bruxa miseráv- Meus pensamentos foram cortados ao ouvir a ordem que vinha como uma facada em meu peito."
- Você é surdo, soldado? "Disse com a ponta de minha espada encostada em seu ombro." - Quero ela morta, mas quero vê-la sofrer primeiro. Essa Bruxa miserável não merece um pingo de perdão, merece ser punida da melhor forma. "Esbocei em um sorriso de lado." - Peguem-na e tragam para mim, viva. O resto vou ter o prazer de fazer em frente ao povoado.
- Não é possível. "Disse em um tom baixo enquanto corria em direção a mata, era densa, escura, cheia de armadilhas da própria natureza. A luz da lua cheia, clareava algumas partes da mata, mas não totalmente, nem as tochas estavam ajudando. Pelo caminho, havia pedras, pedaços de tronco das árvores mortas, barulhos de animais, árvores secas e as vivas, grandes e pequenas, ah.. eram lindas, verdes, um verde com algumas pontas amarelas, umas folhas grandes e outra pequenas, umas finas e outras grossas.. conseguia observar sua cor através da luz da lua que batia nelas. Em minha frente, havia vários homens com tochas, cães raivosos, que cá entre nós, deu medo. Esse povoado não sabe o que está fazendo, estão seguindo ordens que não tem a mínima noção. Como uma jovem tão linda quanto ela, pode mexer com bruxaria? Provas? Não tem. Apenas uma palavra, (Bruxa). Ouvi um barulho, enquanto ia me aproximando do centro da mata, ficava mais forte, mais alto, mais bruto, mais doloroso. Fui me aproximando com os soldados e ao me aproximar de um riacho, avistei a coisa mais linda que já vi em toda minha vida, era ela Angeline Spaltein, aqueles cabelos negros cacheados quase próximo à cintura, um palmo a cima dela, aquela boca com um formato perfeito avermelhada, aqueles olhos chamativos castanhos claros, como as folhas secas e aquela voz, não tinha um homem ou mulher, se quer, que aguentasse olhar para Angeline sem a desejar. E ela estava lá, sentada em uma pedra grande e furada á beira do riacho, um olhar de quem não estava preocupada, mas ela estava sendo caçada, é maluca. Um sorriso em seus lábios me chamou atenção, fiquei curioso para saber de onde veio os gritos que ouvimos.. Fomos nos aproximando, com uns passos curtos, eu olhava para os lados e via os homens com um tom de medo em seus rostos, em punho estavam suas espadas, erguidas para a direção de Angeline. Os cachorros nas correntes nervosos, babando. E quando dei mais um passo.."
- Demoraram rapazes. "Disse enquanto me levantava da pedra, observando o rosto de cada ser presente ali." - Me digam, por que me perseguem? O que fiz para vocês? Inúteis.
- Cale-se, Bruxa. "Levo minhas mãos a minhas costas, onde havia uma mochila feita de couro de porco. Coloco-a em minha frente e pego uma corrente que havia dentro dela, logo volto meu olhar para ela." - Angeline Spaltein, sabe que está sendo acusada de bruxaria e por ordem do Senhor Sebastian e do Padre Hudson, temos o dever e a ordem de levar a senhora para o centro do povoado para que sua sentença seja comprida. Saiba que, de acordo com o Senhor, você não tem direito a defesa, irá nos acompanhar por bem? Ou teremos que usar nossa força? Bruxa miserável. "Pude ouvir a gargalhada dos soldados, mas por dentro, eu tenho a legítima certeza de que todos, absolutamente todos presentes ali, queriam ela, ainda mais com aquele vestido preto, grande, decotado, que deixava aqueles seios fartos quase a mostra... inclusive, eu á queria."
- Ora, soldados. Por qual motivo sou acusada de bruxaria? O que fiz para tal injúria? "Comecei a dar uns passos em direção ao soldado, que estava com o tom no rosto de medo, enquanto ia me aproximando, deslizava uma de minhas mãos sobre a parte á mostra de meus seios. Via o olhar de todos ali para mim, não resistiam ao pensamento de me possuir, me queriam de qualquer jeito. Tolos." - O que adianta vocês quererem seguir as ordens de tal Senhor, se em suas mentes me querem? "Voltei-me em passos lentos para a pedra furada pela natureza á beira do riacho, ergui minhas mãos e as encostei uma na outra. Desviei meu olhar a todos que estavam ali, com um breve suspiro." - Se assim desejam, aqui estou. "Ergui mais minhas mãos para cima, esperando alguma reação deles." -Levem-me.