Brincando De Vivo Ou Morto

30 3 0
                                    

" Quase oito anos se passaram, mas o medo que aquele dia exala permanece intacto." Autor: Destino.

A noite, fácil de lidar para alguns e difícil para outros, basta observar a reação de diversas pessoas durante esse período — uns choram, e outros pura diversão como se não houvesse o amanhã, — só um pequeno fato para se pensar. Deixando de lado o apego em observar os costumes humanos, vamos em direção à um bairro médio próximo de Tokyo. Exatamente as três da madrugada, na casa de um belo rapaz era possível ouvir apenas um infinito silêncio, raramente algum carro passando quebrava esse padrão. O ser humano em questão oscilava de um lado para o outro na enorme cama de casal, suado e febril.

O relógio na parede trabalhava na mesma intensidade que os movimentos do jovem, chegando ao ponto que os gritos desesperados e batimentos irregulares o fizeram despertar:

— PARAAAAA... _ gritou tampando os ouvidos.

Pesadelos são reais, pelo menos para quem vive esse terror. Acostumado com esses frequentes devaneios, ele simplesmente ligou o abajur ao lado da cama, esperando o coração se acalmar. Secou o rosto com as mãos encharcadas de suor, três vezes foram necessárias para despertar daquela angústia.

— Que saco. Parece que nunca mais vou ter uma noite normal de sono _ reclamou encarando o travesseiro. _ Sakura tá certa, preciso procurar um médico.

Rosnou por mais alguns minutos antes de jogar o cobertor longe usando os pés, abandonando assim o ninho. Uma por uma as luzes do apartamento foram acesas, deixando de fora apenas a da sacada — quando se passa por um grande trauma, é possível compreender o medo que as crianças têm do escuro —. Por fim, decidiu afogar sua inquietação bebendo um copo cheio de whisky.

Observação rápida sobre Naruto Uzumaki = Sócio de seu melhor amigo em uma loja de carros. Divorciado porém sem filhos. Vida amorosa esquecida com o tempo. De poucos amigos.… Ah e o mais importante: completamente obcecado pelo passado.

A casa, um conforto que só, um ambiente calmo e acolhedor. Decorado da forma mais simples possível pelo próprio loiro; com móveis claros e discretos. Já o quarto contém certas peculiaridades intrigantes, entre elas um mural cheio de fotos riscadas com um "x" vermelho e uma anotação incompreensível —há um fato interessante que passa despercebido pelos olhos dos mais próximos; ele não é feliz com a vida que leva, apenas acomodado —. Olhando da sacada era possível ver pontos de luz na capital, piscavam como um agrupamento de vagalumes inquietos, tudo dava um certo encanto por Tokyo e pelo bairro que se encontra a residência de Naruto. Esse mesmo brilho o levou até a sacada, desejando admirar o céu marinho e as estrelas:

— Ahh... _ lamentos em forma de suspiros, _ até parece que foi ontem... o dia em que nos conhecemos.

Impossível de saber se essas lembranças sairam por livre e espontânea vontade ou foi só dá boca pra fora, em outras palavras, sem consultar o coração. — O coração de um homem isolado é uma verdadeira caixa de pandora meus caros, tanto pode ter um tesouro inestimável quanto uma simples pedra. — Cerca de um tempo depois de ouvir as tais profecias, ele tomou uma decisão difícil que resultou no seu divórcio e... com isso conseguiu o feito de ser odiado eternamente, ainda assim na visão dele foi o certo. Eis a questão: será que essa era a difícil decisão da qual a "bruxa" havia citado? Não há como saber, — mas uma coisa é certa, ele seguiu esse caminho com base nas visões, pensar que foi capaz de interpretar o conforta—.

Depois de fechar a porta da sacada seguiu até o quarto. Naquele momento ele decidiu que o melhor a fazer era tentar voltar a dormir.

….

Logo pela manhã outra situação despertou Naruto, só que dessa vez alguém batia fervorosamente na porta, o que obrigou o rapaz a levantar ainda sonolento e confuso. Seguiu de passos lentos até a pia do banheiro, na esperança de lavar pelo menos o rosto inchado:

O Futuro Que Me Foi DadoOnde histórias criam vida. Descubra agora