Doce Romã.

53 5 4
                                    

Como há muito não ficava, Perséfone estava só, abrindo uma romã. Era a única planta do submundo além do tímido esfagno.

— Que está fazendo? – Hades a surpreendeu, sem esperar resposta, pegando a romã dela. – Isso é permanente. Fique porque quer ficar, mas não se prenda aqui. Um dia você pode acordar e perceber que não quer essa vida. – Perséfone tocou seu rosto carinhosamente.

— Eu não voltarei para eles. E se continuar tentando dizer o que é melhor para mim, então também me perderá. – Ela o abraçou. – Confie em mim.

— Confio.

Perséfone nunca sentiu tanta certeza quanto ao comer aquela romã, cujo gosto era de liberdade.

Perséfone, Perséfone.Where stories live. Discover now