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- É normal doer tanto assim?

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- É normal doer tanto assim?

- Não seria normal se não doesse. - Me abraçou afagando minha cabeça. - Está doendo tanto assim porque você o ama e se importa o suficiente para doer.

- Essa casa se tornou tão vazia e fria sem ele.

Aiden não morava comigo, mas todos os dias ele estava aqui, não importava se estivesse sol ou chuva, ele sempre vinha. O apartamento era nosso, foi a única coisa que nosso pai nos deu antes de ir viver com sua nova família, ele ainda manda dinheiro, como uma forma de preencher o vazio da sua presença.

- Posso vim passar uns dias aqui com você. Se você quiser, e por favor, eu não aguento mais aquelas pessoas!

- É claro que pode, Ruel!

Ruel mora em um apartamento com um primo e outros dois garotos aleatórios da faculdade, e se fosse por Ruel ele nem pisava lá. Ele costuma passar mais tempo aqui ou no trabalho do que na sua própria casa, até tem roupas dele no meu guarda roupa!

- Ótimo, mais tarde vamos lá pegar minhas coisas. - Falou se arrumando na cama, tirando os sapatos e puxando o cobertor.

- Você não tem uma apresentação daqui a pouco?

- Tenho, mas cuidar de você é mais importante! Vem cá! - Bateu no espaço vazio ao seu lado, revirei os olhos me rendendo.

Deitei a cabeça em seu peito, recebendo seus carinhos e em menos de cinco minutos eu estava dormindo.

Seis horas depois eu estava acordando de um terrível pesadelo onde adivinhem só, eu cai, literalmente, o chão de carpete e o edredom enrolado em meu corpo amorteceram a queda, meus sonhos nunca tinham um sentido lógico e vez ou outra eu acordava no chão, ou na sala. A segunda coisa que me chamou a atenção, além da minha queda, foi a voz estridente de Eleonor, carinhosamente conhecida por Eli.

- Ruel eu vou falar com ela, sai do meio!

- Você não vai acordar ela. - As vozes dos dois estava cada vez mais alta e próximas do quarto.

- Já cheguei aqui, você não vai me impedir de... ué, cadê ela?

- 'Tô aqui! - Levantei o braço, mostrando onde exatamente eu estava.

- Como você foi parar ai?

- Caindo.

- E não vai sair daí? - Eli perguntou se jogando na cama deixando apenas a cabeça para fora, mantendo contato visual.

- Estou confortável aqui. - Dei de ombros - O que você queria falar comigo?

- Soube das cartas... e caixa. Como você está?

- Estou bem. Ainda não as li, não sei se seria certo, sabe?

- Entendo.

- Você trouxe comida? - Ruel perguntou se mexendo rápido.

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