O império de Lilith
se erguera mais rapidamente do que o voo das asas de um beija-flor. Quase que da noite para o dia, a Terra já contava com um enorme palácio de pedra construído as margens do rio principal, próximo ao canteiro de rosas por qual ela possuía tanta estima.
Mas não parou por aí. Com suas próprias mãos, ela povoara o planeta com um enorme exército, além de súditos por quem pudesse governar. O reino era movido a muito caos, especialmente para os homens, Lilith não conseguia deixar de nutrir um profundo ódio, mas costumava a ser mais justa com as mulheres, que geralmente recebiam os melhores cargos no parlamento.
Anides se tornara sua mão direita, era por ela quem Lilith procurava toda vez que precisava de auxílio. A serpente enfim conseguiria a ascensão de que tanto sonhou.
Os deuses nada gostaram das mudanças da mulher sobre o Planeta. Receavam a sua repentina fonte de poder, mas não se abalaram facilmente. Especialmente o Deus da Soberba, que perdera o seu protegido, se preparava para uma de suas mais sangrentas batalhas. Faltava muito pouco para que descessem à Terra afim de colocarem um fim naquilo tudo. Lilith sabia disso mais do que nunca. E, assim como eles, ela também estava se preparando.
Por mais que dificilmente conseguisse depositar sua confiança em alguém, a jovem sentia que precisava de uma companhia a quem pudesse ter um pouco de suporte. Ela jurou nunca mais se render a um homem, ainda carregava marcas em sua pele e em seu coração.
Levantou-se antes que o sol pudesse exibir seus primeiros raios, se retirou da cama em um pulo, usando um leve vestido florido. Não calçou sapatos ou colocou sua coroa. Penteou com os dedos seus longos cabelos, e seguiu para fora do castelo.
Caminhou até que chegasse em meio ao campo de rosas onde tudo teve o seu início. Podia sentir o aroma doce das pétalas, até mesmo os espinhos lhe traziam algum certo conforto. Retirou um botão vermelho, exalando seu perfume, o fechou bem entre as mãos, sussurrou palavras delicadas e amorosas. Abriu as mãos, encarou o pequeno broto pela última vez antes de deixá-lo ao chão e ir embora, sem olhar para trás.
Retornou no dia seguinte, com a mesma roupa, no mesmo horário, e no mesmo local.
E lá estava ela, os cabelos compridos, ondulados e escuros, a pele branca como a neve. Usava um vestido de um claro tom de rosa, a peça exibia perfeitamente as curvas acentuadas de seu corpo. Com os pés descalços, dançava sobre a relva, as borboletas a cercavam, ela tentava tocá-las com os dedos.
Lilith apenas observou a adorável cena por um tempo indeterminado que poderia muito bem terem sido horas. Ela conseguira, criara Eveneres.
Sua parceira.
Agora, nada poderia detê-la.
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O Nascimento de Lilith
Nouvelles"Ouça, sinta, é meu império Coloque tudo para baixo, é meu império Mais alto quando a coroa violeta brilha Deite-se e deixe-os construir meu império." - Empire, Wengie feat. Minnie Os deuses criaram a majestosa Terra, o explendoroso Planeta Água. Ma...