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***- O que eu acho de você?- ele faz essa pergunta retórica.- De que jeito? Físico?-ele pergunta. Acho que ele está nervoso.
- Sim. O que você acha da minha pessoa. Nós só nos conhecemos há umas duas horas mas acho que você já tem conclusões sobre mim.- digo ainda esperando sua resposta.
- Hum...ok,eu acho você bonita e simpática. Quando quer. Mas eu gosto dos seus olhos,não porque são verdes,mas eles parecem transmitir algo que você não transmite em palavras.- ele diz e desvia o olhar de mim. Não imaginei que ele fosse falar algo assim. Foi tão bonito.
- Ah,hum,obrigado.- falo sem graça ainda assimilando o que ele disse.- O que você acha que eu escondo? Que não transmito no olhar?- essa pergunta me deixou confusa. - Não sei. Mas você sabe que é uma pessoa diferente longe das pessoas. Eu percebi isso,quando você está na escola com pessoas a sua volta e você sendo tão popular,fica difícil ver que você não é assim. Acabei de perceber.- parece que eu cai de um lugar. Como esse garoto é tão???
- Eu uso uma máscara.- adimito. Eu realmente não sou verdadeira longe da minha casa,do meu quarto,me sinto pressionada a ser quem não sou. - Eu sei.- ele diz e sorri de lado. Meio convencido da parte dele. - Me fale o que você realmente gosta de fazer.- ele praticamente me manda falar isso. Não é nenhum sacrifício então...
- Gosto de correr. Em rachas. E de escutar músicas calmas com batidas de hip hop mas não tão exageradas. Eu amo ler e prefiro cachorro do que gato. E também tenho amigos na cidade vizinha onde vou correr as vezes nas madrugadas entediantes.
Me sinto leve depois de falar isso. Nem sei porque contei essas coisas a ele mas,eu sinto que posso confiar nele.
- Minha cabeça está confusa agora. Então você não é tão santa,não curte pop,é um tanto culta e não gosta de gatinhos. Ah e também tem amigos digamos que melhores fora da cidade?- ele repassa todas as mentiras que contei a ele. - Porra.-ele diz e me encara.- E o seu namorado? Não sabe dessas coisas?- ele pergunta sério.- Só você sabe. E eu tenho uma reputação a zelar então por favor não conte a ninguém.- peço a ele.
- Por que eu contaria?- ele diz enquanto toca meu ombro. - Bryan...-digo a ele meio que sai como um gemido.- Eu acho que nem gosto do meu namorado. Eu só gosto de receber carinho. Acho que não gosto de relacionamentos. Eu sou uma pessoa horrível.- digo me virando para ele,já sentindo uma lágrima escorrer.
Me sinto uma fracassada. Isso que eu sinto. Que não sei fazer nada. Sou inútil.
- Você não é. Eu queria saber porquê usa essa máscara?-ele pergunta aconchegando-se no banco. - Talvez seja por causa da minha reputação e a minha vida. Eu passei o primeiro ano do ensino médio assim. Porque não posso fazer isso agora?- respiro fundo e olho para frente. Enchugo minhas lágrimas com as costas da mão e fixo meu olhar nele. Contei coisas que não contei a ninguém,nem à minha mãe para um cara que conheci na diretoria da escola. E ele é incrivelmente lindo. Talvez seja seu jeito ou eu não sei. Ele é gato pra caralho. Sua boca rosada,seus cabelos negros sua pele não é nem tão pálida nem tão bronzeada de um jeito estranho,seu maxilar é super desenhado e seus olhos,parecem ser tão expressivos. Sua musculatura é perfeita,sua altura também e seu estilo,dá um toque de rebeldia que o deixa mais lindo. Porque diabos eu namoro mesmo?
Ele percebe que estou encarando e se vira para me observar também.
- Porque me olha tanto.- ele pergunta. A resposta está na ponta da língua. Não fale. Não fale.
- Você é lindo.- digo e me viro para frente de novo. Ele apenas cerra os olhos em minha direção e dá um meio sorriso. Estou com vergonha. Estou com garoto gostoso em meu carro,e deixei meu namorado na escola sem saber onde estou. Talvez esse caos me ajude.***
Depois do ocorrido no carro,levei Bryan para sua casa que definitivamente não era uma casa. Era um mansão. Enorme. Meu deus.
Despedi-me dele e resolvi ir para a estrada que leva a cidade vizinha. É pouco movimentada e é um lugar bom para pensar enquanto vê o movimento dos carros.
Antes de ir passo no Lola's e compro um refrigente e um pedaço se bolo. Depois vou indo direto para a estrada deserta.Para no acostamento e saio do carro. Tiro meu casaco e fico só com a blusa branca. Pego o meu refrigerante e me encosto no capô. Dá para ver o pôr-do-sol daqui. Fecho os olhos e sinto a brisa.
Queria estar com os meus verdadeiros amigos agora. Já faz um ano que não os vejo. Sinto saudade de ir no centro da outra cidade onde eles moram, de caminhar pela pequena estrada de terra que leva até suas casas, e ficar conversando na varanda da Ryle. Um ano.
Vendo a minha vida agora,eu mudei bastante onde estou mas lá eu sempre sou eu mesma. Não preciso fingir estar feliz pelo simples fato de eu estou sempre feliz quando estou com eles.Eu não morava na outra cidade, na verdade sempre morei aqui, e quando comecei a correr lá eu conheci pessoas novas e bem mais legais. Mas era só um passatempo, que com o tempo se tornou uma bela amizade entre corredores de rua irresponsáveis. Talvez eu deva voltar a correr. E também apareça para vê-los. Ryle, Kyle os irmãos e Will. A Ryle e eu somos as garotas. As vezes eu beijava Kyle só para irritar ela. E o Will,eu odeio admitir mas era o melhor do grupo. Em tudo. Absolutamente tudo.
Percebo que algumas lágrimas escaparam e então encaro céu agora estrelado e começo a pensar no hoje. Preciso dar um jeito na minha vida. Quando chegar em casa vejo o que vou fazer.***
Depois do longo dia de ontem,eu tinha me esquecido completamente do Dylan.
É por onde vou começar a ajeitar a minha vida. Ontem quando cheguei em casa,tomei um banho relaxante e me deitei em minha cama com um bloquinho de notas. Sim eu anotei.
Decidi que esse namoro não é saudável. Bem eu não decidi, na verdade isso é visível entre nós dois. A minha primeira missão é terminar...isso que eu e Dylan entramos. Talvez seja só coisa da minha cabeça mas, eu me sinto presa mesmo sem estar. Eu gosto de carinho, mas acho que um compromisso com certa pessoa já é demais. Eu tenho amor para dar mas esse amor vai escolher para quem eu devo dar. E esse alguém não é o Dylan. Acho que vai ser doloroso para ele e um pouco libertador para mim. Mas a vida é assim.
Quando cheguei ao colégio não vi Jolie em lugar nenhum, então me dei conta que ela me mandou uma mensagem avisando que não virá hoje. Não terei ninguém para conversar. Só o Bryan, mas ele é a próxima coisa da lista.
Então, meu término vai acontecer na hora do almoço quando eu convidá-lo para almoçar comigo. Eu sou louca.
Enquanto isso vou evitá-lo. Claro se a vida quiser, porque ela também é louca.As três aulas antes do almoço foram tranquilas. Agora eu vou me despedir do meu namoro idiota com um garoto bonito e perfeito à beça. Vamos lá.
Já convidei ele e estamos indo em direção ao pequeno jardim atrás da escola. Sentamos no banquinho e eu resolvo falar.
- Dylan, na verdade não te chamei para almoçar.- assim que digo isso ele franze o cenho demonstrando confusão. - Te chamei para te confessar uma coisa.- digo e ele fica quieto esperando eu prosseguir. - Eu quero terminar.- digo cautelosamente tentando não ser insensível. - O quê? Mas...porquê?- ele diz deixando seu sanduíche do seu lado.
- Dylan eu não fui feita para namorar. Ou pelo menos não agora. Sabe o que eu sinto por você? Nada. Eu não gosto de ficar com uma pessoa que eu não sinto nada quando abraço ela. Você parece um conhecido que eu beijo!- o jeito que eu falo acaba sendo de um jeito meio grosseiro, mas não tinha outro jeito.
- Eu não estou te entendendo. Você está terminando comigo porque não sente nada por mim?- ele diz de modo incrédulo.- Isso mesmo. Aqueles arrepios de quando você beijava meu pescoço eram só o meu corpo reagindo ao seu toque. Não era eu sentindo você! Parece que o nosso namoro tinha tudo errado. Eu nem consigo ter um compromisso. Espero que você entenda.- digo pegando minha latinha de coca-cola e me levantando. - Ah é isso?- ele diz se levantando também.- Você me consola de um jeito nada sensível depois de dizer que namorar comigo era um erro e simplismente vai embora?- ele pergunta não esperando uma resposta.
Apenas tiro meu olhar do seu e vou em direção ào banheiro. Assim que entro, me enfio em qualquer cabine e me encosto na porta. Então começo a chorar. Eu choro porque não consegui sentir algo por alguém que realmente gostava de mim. Choro porque minha vida é uma merda. Choro porque eu não quero chorar e mesmo assim as lágrimas escorrem. E choro porque não sirvo para nada.Essa é a minha realidade.
Espero que tenham gostado deste capítulo.
Xoxo
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Everyone Has Their Two Faces
RomanceSofya é uma garota popular em sua escola, e muito privilegiada pelos professores por conta de sua inteligência. Mas o que todos não sabem sobre ela,é que por traz dessa garota perfeita existe uma garota cheia de imperfeições e que está a procura do...