Narração : SaphiraQuando chego em casa, encontro Callie deitada no sofá, ela dorme profundamente. Deve ter adormecido enquanto me esperava. A casa exala um cheiro delicioso de chá, e me lembro da minha infância no campo, as flores que me rodeavam, o sol na minha pele, Callie ficava na varanda bebendo seu chá e lendo seus livros, enquanto eu me divertia com as borboletas.
- Saphira? Você chegou.- Callie está me olhando sonolenta, ela se levanta do sofá e se aproxima de mim. Sua pele está quente, e ela cheira a jardim, como quando eu era uma criança. Ela abre um sorriso tímido, e me conduz para o sofá que ela estava a pouco dormindo. Na mesa de centro, tem uma caixinha verde oliva, com detalhes de flores em dourado. Ela é linda e pequena. Antes que possa sentar, já estou com a caixinha na mão. Olho para Callie, que está ansiosa. - Eu sei que o seu aniversario é daqui um mês, mas eu queria adiantar o seu presente. E, eu sinto muito pela maneira que falei com você, eu exagerei. Me desculpe. - Pego nas mãos da minha amada tia, e abro um sorriso sincero. Ela está tão ansiosa quanto eu.
Eu passo meus dedos pela caixa, ela é macia ao toque, e os seus desenhos são tão lindos, as flores enfeitam toda a caixa de veludo. Eu abro, e encontro um belo colar de pedra azul, ela é antiga, a pedra está envolta por galhos envelhecidos, que são parecidos com os desenhos da caixa, a pedra parece brilhar na minha mão.
- Esse colar era da sua mãe. - Callie olha para mim com os olhos marejados, toda vez que ela me olha tão intensamente, eu sei que vê a minha mãe, ela sempre diz que sou parecida com ela, tanto na aparência quanto na personalidade. Eu queria tê-la conhecido, Callie sempre conta histórias engraçadas sobre ela, contava que ela era doce e gentil, mas era forte e impetuosa. Callie não fala sobre o meu pai, apenas diz que ele tinha outras prioridades.
- É lindo tia. - Eu tento imaginar uma mulher com meus cabelos avermelhados e olhos bondosos usando esse colar. Observo melhor a jóia, ela me traz uma sensação de consolo, eu tenho algo que a minha mãe usava. Agora eu possuo uma coisa dela. Abro o fecho e coloco no meu pescoço. Ele destaca a minha pele pálida. Callie abre um sorriso de satisfação
- Eu vou tomar um banho e descansar, está bem?- Minha tia se levanta e me dá um beijo gentil na testa. Ela se afasta com as sobrancelhas arqueadas, mas seus olhos estão divertidos. - Minha linda, quando for a uma festa sem permissão, tente não voltar cheirando bebida. - Eu dou uma gargalhada e explico para a minha tia o que aconteceu, eu não conto nada a ela sobre o caso da lixeira, não quero preocupar a minha tia com coisas que nem sei explicar.
***
Acorde. Você precisa acordar , você precisa se proteger. Tire o colar,
TIRE!!!!
Acordo com um pulo, olho para os lados desorientada, e sinto meu coração bater descompassado no peito, olho para o relógio e são 3h da madrugada. Me levanto rapidamente e vou para o banheiro, meu cabelo está bagunçado, com mechas vermelhas grudadas no meu rosto, minha pele está molhada de suor, sinto uma ardência no meu pescoço , me aproximo do espelho e toco o colar da minha mãe, ele está quente, e minha pele está marcada, um perfeito circulo, no mesmo formato da pedra, toco a queimadura e ela está morna.
Tiro o colar do pescoço e molho meu rosto com água, olho para o espelho e vejo uma garota abatida e angustiada, com um suspiro longo, volto para o quarto e deixo o colar em cima da cômoda, ao lado da minha fotografia com Tia Callie.
Abro a janela do meu quarto e inspiro o ar fresco da madrugada, amarro meu cabelo em coque para sentir toda a brisa fresca, fecho meus olhos e suspiro. As coisas estão tão estranhas, o que está acontecendo comigo? Eu vou recorrer a quem? Quem vai acreditar na garota louca que arremessa coisas no ar?
Abro os olhos e vejo uma pessoa parada no meio da rua, ele olha fixamente na minha direção, o desconhecido está envolto por uma capa preta, seu rosto está coberto por um capuz, é alto, e segura algo na mão, parece um circulo brilhante, ele levanta o rosto para a minha direção e consigo enxergar seus olhos escuros olhando para mim, o homem levanta os lábios em um sorriso perverso, da alguns passos para trás, vai até uma arvore e ainda olhando para mim, ele some na escuridão.
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Eitaaaa, Mais mistérios👀👀
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A História Das Sombras
FantasyAs Crônicas De Saphira - A história das Sombras. Saphira Ethiw é uma garota de 16 anos que vive com sua tia, e a cada três anos elas se mudam, tendo de iniciar uma nova vida, em um novo lugar. Porém quando chegam em Londres, Saphira tenta viver co...