Essa ilusão milagrosa quero que se torne realidade

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Jeongguk vestiu sua camiseta e calça preta que ficava ajustada ao corpo, seus sapatos sociais e o sobretudo da mesma cor. Era a roupa que ele gostava de usar em noites como aquela.

As balas de pratas eram contadas, apenas o essencial para que ele fizesse o que tinha que fazer. Nada mais e nada menos.

Jeongguk inspirou fundo, colocando a arma na cintura antes de sair da casa de Taehyung, visto que o mais velho só chegaria mais tarde por causa do trabalho.

Seguindo pelo caminho já tão conhecido debaixo de uma leve garoa, Jeongguk caminhou pelas ruas iluminadas da cidade. Eram quase sete horas da noite e a escuridão engolia tudo que as lâmpadas não cobriam.

Os ruídos começaram a diminuir a partir do momento que entrava em ruas mais desérticas. Era ali onde costumava achar praticamente todos os sanguessugas. Em silêncio, manteve seus passos mais lentos até adentrar em um beco no fim daquele lugar. E assim que o fez, logo viu o que procurava.

Ele não gostava de muita demora, e Taehyung sempre pedia a ele para não se colocar em perigo. Por isso, ele rapidamente destravou a arma, apontando para o homem que cravava os dentes nervosamente sobre a pele de outro que já aparentava estar morto.

Mirou o alvo, inspirando enquanto focava completamente, apertando o gatilho em seguida, a bala atravessando a cabeça do vampiro de forma certeira. Quando o corpo caiu no chão sem vida, Jeongguk fechou os olhos e deixou o ar escapar, uma pequena linha de satisfação percorrendo seu corpo. Nunca era o suficiente, entretanto. Aquele vazio que sentia com a perda dos pais nunca sumiria totalmente.

Guardando a arma, ele viu ao longe uma mulher observar toda a cena. Era a irmã mais velha de Taehyung, a qual ele havia pedido para sempre ver se estava tudo bem com Jeongguk depois que ele terminava o trabalho. Já haviam conversado algumas vezes, mas nada grandioso. Acenou de leve para ela, recebendo o mesmo em troca. Depois disso, ele resolveu voltar para casa. Já tinha feito o que tinha que fazer.

O caminho todo ele sentia como se o peito estivesse aliviado, como se sempre que eliminasse um vampiro metade do peso que sentia pela perda dos pais sumisse. Nunca era suficiente e o peso sempre retornaria, entretanto. Apesar disso, ele já estava conformado.

Quando chegou em frente a casa, pode notar as luzes ligadas. Taehyung já havia chegado. Sorriu, abrindo a porta e fechando-a em seguida, rapidamente correndo para a cozinha, onde Taehyung estava terminando de esquentar um prato de comida.

— Taehyungie! — chamou, correndo e abraçando o mais velho pelas costas. Taehyung acabou levando um susto por isso, mas apenas sorriu. — Você chegou agora?

— Tem dez minutos, eu acho. Tudo certo hoje? — o Kim perguntou quando Jeon se afastou, permitindo a ele colocar o prato na mesa. — Eunji estava lá?

— Ela estava lá. Saiu tudo bem como sempre — disse orgulhoso. — Tiro perfeito.

— Você tem uma boa mira desde sempre.

— Provavelmente porque sempre treinei com os dardos quando eu era bem mais novo — Jeongguk comentou e o outro concordou. — Como foi no seu trabalho?

— Só um pouco cansativo, mas correu tudo bem — disse, movendo o prato em direção a frente de Jeongguk depois dele ter lavado as mãos e se sentado à mesa. Fez o mesmo na cadeira fronte ao mais novo.

— Jantou novamente lá? — perguntou, já colocando a primeira colher de comida na boca, observando o Kim assentir. Na maioria as vezes, Taehyung trazia seu prato feito. Outras, ele fazia a própria comida em casa. O Kim quase nunca jantava com ele, sempre dizendo que já o tinha feito no trabalho. — Amanhã eu farei o jantar, então não coma no trabalho.

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