Capítulo 5 - Perdida

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Depois do grito assustado de Zahra, todos estavam no quarto dela. Olhavam cautelosamente, Zahra parecia estar em um transe, não movia nenhum músculo do seu corpo. Com os seus olhos fixos no teto, Namã olhava assustado para ela. Finalmente ela, mexeu com seu braço. Wladis respirou aliviada, Valvir se encostou na parede. Finalmente Zahra despertou.

- O que aconteceu minha filha? - Wladis sentou na beirada da cama e pegou a mão de sua filha.

- Não aconteceu nada, foi só um pesadelo. - Zahra se aproximou e abraçou Wladis.

- Está tudo bem, é normal isso, só fiquemos todos assustados com o seu grito. - Wladis acariciava os cachos ruivos de Zahra.

- Me sinto culpada por ter acordado vocês! - Abaixou para se esconder do olhar curioso de Namã.

- Filha não se culpe, mesmo que já estava na hora de nós acordarmos! - Valvir sorriu para ela.

Namã não falou nada, mas Zahra estava preocupada pois ele sabia demais. Estava insegura, mas depois que todos saíram do quarto ela colocou um vestido de manga longa arrumou seu cabelo com uma trança.
E parou por um instante, relembrando aquele maldito pesadelo. Estava agoniada pois ainda sentia o calor do fogo em sua pele. Nesse momento ela começou a se perguntar de um assunto que jamais havia tocado. A sua origem, quem seria seus pais biológicos. Talvez isso fosse a chave para resposta que ela procurava.
Zahra foi até a cozinha em silêncio, sentou do lado do Valvir, e nem se quer quis olhar para Namã. Wladis serviu o café, e depois que todos terminaram a refeição deixou tudo arrumado, e preparou o doce para Namã levar para Íris.
Na saída Namã sussurrou para a Zahra.

- Até mais ruivinha! - Ele sorriu mas Zahra ficou quieta, o que soou estranho para ele.

***

Namã chegou em casa pensativo, não conseguia tirar de sua mente a imagem do símbolo no braço de Zahra, ele também não havia notado o quanto ela é linda. Seus pais já estavam na porta esperando por ele, sorriu e entregou para Íris o doce de Wladis.

- Meu filho como foi lá na casa do Valvir? - Disse Willes todo curioso.

- Foi normal, ajudei eles no que precisava, e eles me acolheram para escapar do temporal. - Namã estava sério, algo que não era nada normal.

- Que bom nós sabíamos que eles ofereceriam teto para você, eles são muito humildes de coração. - Íris colocou sua mão sobre o ombro do filho.

Namã estava intrigado, por isso resolveu investigar. Foi até o lugar na cidade aonde ficava os livros, escrituras e cartas antigas. Lá passou o dia folheando, e não encontrava nada sobre símbolos ou manchas estranhas. De tanta pesquisa que a única descoberta foi que fora de Nessark existe um velha que diz ser vidente. Namã era cético, mas ele pensou na possibilidade de ajudar Zahra. Pois ele tinha a impressão que ela necessitava de ajuda.
Isso seria uma forma de se aproximar dela, mesmo ela sendo toda irritada e orgulhosa. Namã pegou aquela carta com as instruções do endereço da tal velha, ele não usaria, ainda mais sendo membro dos Awitchs. Mas ele daria a Zahra. Mesmo correndo o perigo de ela não aceitar. Talvez aquilo em seu braço fosse só um desenho que ela fizera, mas para garantir ele tentaria conversar com Zahra  sobre isso.

Willes notara o quanto seu filho estava estranhamente pensantivo, e por ser paranóico. Ele investigaria. Algo devia ter acontecido lá no campo.

***

Zahra passou o dia ajudando Valvir a semear trigo. Era um trabalho mais cansativo que os outros, mas ela era forte o que a diferenciava das garotas da sua idade, mesmo sendo magra. Ela tentou esquecer o fato daquela visão, mas era impossível por mais tentasse ocupar sua mente, as lembranças fluiam naturalmente. Quando voltou para casa, ela pegou o livro e escondeu numa sacola de pano.

Iluminada Pelas  Trevas  (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora