Capítulo 1 - O Declínio

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    Do Kyungsoo já havia cansado de ver seu rosto em revistas e jornais importantes

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    Do Kyungsoo já havia cansado de ver seu rosto em revistas e jornais importantes. Já havia cansado de fingir um sorriso quando estava dando entrevista para algum programa televisivo, falando de como foi difícil sua trajetória desde que começou a trabalhar cedo para ajudar a família e hoje era um dos empresários mais bem sucedidos de toda a Coreia do Sul. Ele já estava farto de tudo isso.

    Não aguentava mais posar junto da sua esposa e seu casal de gêmeos para as câmeras, porque sabia que uma hora ou outra, seu semblante triste iria transparecer, o que, sem dúvida, renderia rumores e fofocas sobre sua vida pessoal que manchariam seu nome. Mas a quem Kyungsoo queria enganar? Há muito tempo que a imagem de “família perfeita” não passava de um disfarce para esconder o ódio que existia entre os membros da família Do.

    Na verdade, nem o próprio Kyungsoo tinha noção de quando os problemas começaram. Talvez tenha sido quando decidiu se casar com sua atual esposa, Do Eun-ji. Lembrava-se bem do dia em que a conheceu na faculdade, quando ela era apenas uma moça bastante tímida. Não tardou para que, entre trabalhos em grupo e os intervalos da faculdade, ambos se conhecessem e começassem a partilhar dos mesmos objetivos e sonhos, fato que, após anos, propiciou a união dos dois. Ah, o maior erro da vida daquele pobre rapaz!

    Desde os primeiros meses após o casamento, ele observou aquela humilde garota se transformar em uma mulher movida pela ganância e pelo desejo de possuir prestígio social. Com a rápida ascensão de Kyungsoo em seus negócios, ela largou o emprego, assegurando que só com o que ele ganhava, ambos poderiam viver tranquilamente pelo resto da vida. Além de que, segundo sua lógica, por que ela teria que trabalhar se o marido já ganhava mais do que o suficiente?

    O Do tentava a todo custo fechar os olhos para todos seus cartões estourados e a quantidade de compras, de itens que posteriormente talvez nem fossem usados, feitas pela esposa frequentemente.

    Seus amigos mais próximos o aconselhavam a conversar com Eun-ji ou até mesmo, caso sua situação piorasse, optar por um divórcio, ideia que se passou pela cabeça de Kyungsoo diversas vezes. Mas logo veio a notícia de que ela estava grávida. Saber que seria pai, algo que sempre desejou, foi como pôr um fim em todos os problemas daquele relacionamento, o que realmente ocorreu. Por um tempo.

    Quando seus filhos já estavam com quase sete anos, as discussões entre o casal voltaram. Kyungsoo buscava sempre manter a calma e ter uma conversa pacífica com a mulher, esta que não perdia uma chance de apelar para a ignorância e chantagem emocional que envolvesse os filhos quando dava conta que estava perdendo a razão. Sabia que não deveria se render a toda aquela manipulação explícita, mas sempre caía na rede, como um peixe inocente mordendo o anzol. Todas as brigas terminavam da mesma forma: Kyungsoo tendo que dormir no sofá, porque ela se trancava no quarto para descontar seu ódio em qualquer objeto que pudesse quebrar.

    Porém, a gota d’água de todo aquele histórico de desentendimentos foi quando Eun-ji chegou em casa completamente bêbada após um encontro com suas amigas de infância, fazendo com que Kyungsoo perdesse uma importante reunião da sua empresa, pois tinha que cuidar dos filhos, já que a babá havia se ausentado naquele dia. De um calmo diálogo, logo os gritos histéricos da mulher, que insistia querer estar certa, podiam ser ouvidos pela vizinhança. Guiada pela raiva que sentia naquele momento, ela fincou as unhas nas laterais do rosto do marido, apertando firmemente enquanto continuava vociferando. Em uma tentativa de se livrar do seu agarre, o Do a empurrou pelos ombros, com força suficiente para ela se afastar. Contudo, Eun-ji acaba cambaleando e caindo no chão, o que, na visão dos pequenos gêmeos que assistiam toda aquela discussão do topo da escada, era como o pior dos pesadelos.

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