Eu não preciso da verdade
Nem da maledicência
Faço disso um ode a falsidade
E a perda de consciência
É cansativo trazer tanto pano
Para limpar o desapontamento
Que tem cheiro de falta de sentimento
Pior que a tensão
Que cai pelo chão
Eu não quero polêmica
Anseio uma boa arte cênica
Desde que me convença
E me faça chorar de tanto rir
Ao invés de rir de tanto chorar
Aproveite, pode atuar
Posso parecer louca
Ou loucamente lúcida
Porque não quero sofrer
É o meu querer
E prefiro sorrir
Mesmo quando não há motivo pra rir
Passar muito tempo na ilusão
Eu consigo acostumar
Até me esquecer
Que não estou a viver
E começar a apreciar maravilhada
A doce vida inventada
Dane-se a pílula vermelha
Pra que serve ela então?
Ar-condicionado no médio
Gastar com remédio
Clamar olhando pro sul
Eu peço e imploro
Uma pílula azul.
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E se esqueceu de respirar - Poemas de final de choro
PoetryPoemas que demonstram a verdadeira natureza de amar. Ou odiar. Ou indiferença. Depende de como você vê o eufemismo da ofensa.