Quando eu passei pelos corredores
Meus pés pisavam em tuas dores?
Meu sorriso arranhava-te sem pudores?
Meu calcanhar ao subir aquele altar
Tirava das riquezas os seus valores?
Foge da escuridão perdendo o fôlego
Cai aleatoriamente em um córrego
Sangra e derrama lágrimas
Para o calabouço me manda
Não queria justiça, queria fama.
Atrás das paredes enfeitadas com folhas
E as lástimas de longe tão maciças
No final eram apenas bolhas
Em meu suspiro fui me empolgando
Minha língua afiada acabou a estourando.
Repousava naquela cova
Tão funda, eu era tão nova!
Agarrei-me a uma mão que me foi dada
Não havia forças.
Estava cerrada.
Percebo então o incontestável
A única coisa cerrada, era a minha pálpebra
Minha pupila dilatada tentava ver a cena
O chão foi o palco dessa coisa horrenda.
As luzes incendiavam o lamentável
Minha língua afiada
Maldita, vadia.
Não fez nada.
E a minha alforria
Nunca tinha sido paga.
Permaneceu
Ali.
Parada.
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E se esqueceu de respirar - Poemas de final de choro
ŞiirPoemas que demonstram a verdadeira natureza de amar. Ou odiar. Ou indiferença. Depende de como você vê o eufemismo da ofensa.