Hydrangeas soda

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O trabalho de geografia tinha sido um sucesso. Toda a sala colaborou para que o trabalho saísse perfeitamente e com tudo devidamente explicado, receberam diversos elogios da professora e ainda ganharam nota completa em um dos critérios da avaliação bimestral.

Faltavam exatos sete dias para a primavera, sete dias para o aniversário de Renjun; 20 de Março estava próximo. Algumas árvores já tinham seus brotos quase abertos, outras totalmente floridas e algumas esperando o momento certo para florescer nessa próxima estação.

A temperatura esquentava, já não eram todos os alunos que iam com jaqueta para o colégio, no máximo com blazer fino com o símbolo que representava o local. As partidas de Magic entre Renjun e Chenle agora contavam quase sempre com a presença de Jaemin, que provava cada vez mais ser o completo oposto daquilo que o chinês mais velho jurou que fosse.

— Lele, Jun, venham aqui! – o Na chamou os chineses com um sorriso, permanecia em seu lugar, mas ao redor dele estavam seus amigos, e isso fez a dupla invisível se sentir ameaçada.

— Aconteceu algo, Jaemin? – Chenle perguntou sem sair da mesa.

— Não, eu só quero que vocês, meus amigos, fiquem mais próximos dos meus outros amigos. – cada vez que Renjun via aquele sorriso parecia que se iluminava mais e mais.

— Vamos? – o mais novo perguntou baixo e receoso para o amigo, que concordou com a cabeça e se levantou.

— Ah, Renjun, você trabalha em uma padaria próxima a uma floricultura e ao hospital do olho, né? – Yerim começou a falar animada.

— Sim, sou eu. – por alguns segundos pôde jurar que começaria a ser massacrado ali mesmo, o garoto chinês que trabalha em uma padaria confeitaria, que piada.

— Garoto, o Jasmine cookie é simplesmente perfeito! Fui ano passado lá no aniversário da minha mãe, até iria te cumprimentar, mas você pareceu tão focado no trabalho... – o elogio súbito fez seu rosto esquentar.

— É sério? Aquela receita minha mãe fez junto com a minha irmã, eu tinha voltado do colégio com um galo enorme por causa da bola de basquete que acertaram na minha cabeça, elas falaram que eu deveria comer primeiro antes de ser cuidado. – dessa vez foi Jeno quem tomou a fala.

— Cara, deve ter sido eu quem joguei a bola sem querer.

— Jeno, amor, em quem você não acertou aquela maldita bola de basquete? – Yeeun, sua namorada, comentou com os braços cruzados.

— Amor, não fala assim comigo, vai deixar o bebê triste. – o Lee fez uma expressão triste e segurou nos braços da garota de fios negros.

— Que bebê?

— Eu.

— Nossa, eu terminava depois dessa. – Yeri começou a rir e deu três tapinhas no ombro de Jaemin, a garota deveria ter uma mão pesada visto a expressão do garoto – Vocês têm algum compromisso depois da aula? Podemos ir todos para a padaria do Renjun. – sugeriu sorridente.

— Pra mim não vai dar. – Jaemin comentou, e no exato momento o Huang se lembrou de Jeno falando que o garoto nunca saia.

— Por quê? Por favor, Nana já faz uns quatro meses ou mais que você saiu conosco. – Yeeun apertou as bochechas do amigo, fazendo-o ficar com um bico emburrado no rosto – No começo do primeiro ano você saia todo felizinho, depois que você parou o clube de dança parece que não quer mais ficar com a gente por mais de sete horas.

Dor. Os olhos de Jaemin transbordavam dor, mas não parecia ser física. Sua expressão permanecia com aquela pitada sorridente mesmo com aquele brilho tão amuado.

A vida é como sua dançaOnde histórias criam vida. Descubra agora