Quero Voltar Atrás?

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-Como assim? Olha uma pessoa que grita assim pode estar qualquer coisa, menos bem.

-Eu só preciso dormir, vou pro quarto. E não precisa pegar o meu celular eu o deixei na mala desculpe eu havia esquecido.

Fui até o quarto com o olhar inabalável e fixado na porta do corredor que dava no quarto em que eu ia ficar, entrei no quarto e sentei na cama e me deixei dominar pelos meus pensamentos:

Droga, maldição, eu não devia... Mas é tarde demais pra mudar de ideia, ele não pode morrer, ele ... Não pode, eu fiz a coisa certa.

A alguns anos eu percebi que tinha algo de muito errado comigo se eu fosse presenciar uma morte eu poderia vela antes de ela acontecer, é coisa de maluco eu sei, mas segundo a Tia Eline é algo de familia ,pula varias gerações as vezes e as vezes não pula nem uma, a minha mae nao tinha e nem sabia da existencia dessa... Maldição.

Depois de entrar no quarto e deitar na cama pude ouvir um estrondo vindo do final da rua e ouvi o meu primo correr até a rua e depois de alguns minutos vir ao meu quarto e dizer:

-Você ouviu isso? Um caminhão acabou de bater na ultima casa dessa rua, disseram que estava sem freio e...

-Dan, saia eu quero dormir, vai...

É assim que eu reajo depois de ver uma morte. Com arrogância e irritação, mas antes que eu pudesse mandar ele ir embora novamente ele disse:-Nossa, calma, Abby, droga, pensei que pudesse estar curiosa,ok? Já vou, boa noite.

Ele disse com um tom de raiva e irritadiço então bateu a porta deixando me sozinha com os meus pensamentos novamente.

Eline era sempre muito rigorosa em relação a isso, quando eu previa uma morte eu ligava pra ela e dava um jeito de me trancar no quarto e ficar ouvindo apenas a voz dela, ela cantava pra mim, falava coisas agradáveis e me fazia promessas bobas, como de que iria comprar vários livros para mim, eu aceitava e tentava me entreter, eu já conseguia aceitar as mortes mais calmamente, mas eu nunca esqueceria da primeira vez em que isso aconteceu comigo, foi com um garotinho, um pobre garotinho, ele se afogou na praia onde eu estava com os meus pais, ele estava perto de mim e eu estava na água, eu comecei a gritar enlouquecida, e todos pensavam q eu estava me afogando, nas quando deram falta dele já era tarde, eu poderia ter ajudado, nunca havia entendido o porque de não poder evitar as mortes, ela dizia apenas q ia mudar o curso do tempo e essa baboseira toda... Eu, boba nunca tentei evitar, nada de errado aconteceu, nem um maldito problema!

Eu precisava falar com a Tia Eline, ela mentiu... E... E... Fui interrompida por um grito forte e masculino vindo do banheiro, eu fui até lá, e encontrei o corpo jogado de Dan ainda vestido, com água ao redor de seu corpo jogado no chão e o chuveiro que havia caído em sua cabeça, eu ia gritar mas tampei a boca com a mão, e esperei pela sensação de sempre até que ela veio, o tornado passou por entre o meu corpo, arrastando algo em mim para outro lugar, pisquei e lá eu estava, com um cadáver, e podendo evitar. E num piscar de olhos, Dan bateu a porta do quarto com força e me levantei e bati na porta com força, não com raiva dele, mas da maldita maldição, fiquei de costas para a porta e fui escorregando ate me sentar e agarrar os joelhos e encostando a cabeça nos braços.

Qual é Dan!? Seu maldito idiota! Duas vezes em um só dia!? Não pode ser assim...Isso não esta certo.

Me levantei e corri até o banheiro ele não estava la, fui ate o quarto e anunciei:

-Vou tomar banho. Fica aí.

-Sim vossa alteza, como desejar...-murmurou ele ainda com um tom de raiva na voz.

Fui até o banheiro, e fiquei pensando em algum jeito de ligar para a Tia Eline, mas eu não havia trazido celular e o do Dan não era exatamente a melhor opção agora, andei de um lado para o outro no banheiro e ouvi Dan bater na porta depois de não sei quanto tempo gritando:

-Vamos Abby! O que você esta fazendo ai? Banhando ou lavando o banheiro?Vai acabar com a água do mundo, garota. Droga!

Eu respondi:

-Não me sinto bem, desculpe ,Dan, acho que preciso de remédios, ou so uma boa noite de sono, ah Dan, eu não quero vomitar...

Falei a ultima frase depois de lembrar como eu odiava mesmo qualquer coisa que me fizesse pensar que eu ia vomitar. Era super desagradável e ele entendia.

-Ahn ta bem, olha acho que tenho algum remédio aqui, só espera na cama, vou pegar alguma coisa, já volto, um instante- respondeu ele em um tom um tanto desconfortável e envergonhado pela forma que havia falad de inicio.

Saí do banheiro, e fui até o quarto, respirando pela boca para tentar me acalmar. Ele me deu o remédio e eu o fiz dormir bem tarde sem dar oportunidade nenhuma para que ele chegasse perto do banheiro. Antes mesmo de perceber calmamente caí no sono.

Quando acordei já era de manhã, eu estava sozinha no quarto, fiquei encarando o teto deitada de costas enquanto gradativamente lembrava do dia de ontem, foi bem... Uau, eu "interrompi a linha do tempo" duas vezes como dizia a minha Tia Eline, precisava falar com ela o mais rápido possível, passei pelo corredor da casa e fui até a cozinha, sem deixar de notar que Dan, não estava em nem um dos quartos, provavelmente havia ido trabalhar, cheguei ao telefone grudado na parede e disque os números do celular dela dela, depois do terceiro toque ela atendeu e disse:

-Quem é... –Ela fez parou para tossir e provavelmente viu o numero no identificador de chamadas- Ahn Dan, querido?- Perguntou ela um pouco sonolenta.

-Tia, não, sou eu, Abby, preciso falar com você.

Bad ChoicesOnde histórias criam vida. Descubra agora