Escolha Involuntária

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Eu estava de carro escutando e cantando loucamente as musicas da radio com o meu primo, ele era 7 anos mais velho que eu e eu tinha 15 anos, quando finalmente paramos e rimos devido a desafinação que eramos nos dois cantanto "Satisfaction - Rolling Stones"

-Deviamos seguir a carreira de cantores, a gente tem futuro nisso, Abby.- Disse Dan com um tom quase palpável de irônia.

-Fala serio, você que se dane, eu seguiria carreira solo.- Eu respondi sem pestanejar.

Estavamos a caminho da casa dele de noite, meus pais teriam que fazer uma viajem de ultima hora para mais uma das inúmeras conferencias deles, ambos trabalhavam na mesma empresa no mesmo cargo, nunca entendi perfeitamente do que se tratava, mas pagava bem... Tinha algo a ver com agencias de seguro para qualquer tipo de coisa.

Eu ja havia ma acostumado com as viajens e o meu primo é praticamente a unica família que eu tenho fora os meus pais, e a minha tia Eline. Sim, era uma familia bem pequena, os pais dos meus pais já haviam falecido a anos.

Eu estava olhando para as linhas da pista passando uma por uma, me deixando cada vez mais entediada e um pouco enjoada como de costume. Desde nova, eu me sentia zonza e as vezes até vomitava por andar de carro.

Dan morava sozinho e era uma casa pequena mas era como se fosse um segundo lar pra mim, por eu morar naquela casa por 7 anos com meus pais e depois nos mudamos justamente pra vender pra ele a casa ofertando um preço bem generoso.

Quando finalmente chegamos a casa nos ainda conversávamos sobre o meu futura porém exageradamente ilusório futuro na carreira da musica.

Fomos até a porta e entramos na casa que tinha uma decoração básica e aconchegante, eu não me lembrava de morar naquela casa, por incrível que pareça eu só me lembro do dia em que estávamos nos mudando dela, era um dia de chuva e bem nublado, o dia mais escuro que ja vivi no Rio de Janeiro e olha que nasci aqui, nunca viajei pra fora e provavelmente morrerei aqui um dia, andei pelo corredor que dava na cozinha, sentei um uma das bancadas e Dan me deu um pouco de suco, tivemos nossa conversa casual sobre como estavam as nossas vidas, então pus a mão na minha bolsa procurando pelo meu celular que havia ganhado a menos de uma semana, e era o primeiro aparelho eletrônico que era somente meu, eu nunca tive um celular antes desse, não sei bem porque eu apenas nunca pedi para os meus pais, eu achava que não era necessário devido a quase infinita pilha de livros que tenho e que aumenta a cada semana que me mantem entre quase metade de todos os dias, talvez seja por isso que faço raramente amizades como a Jenna, ela mora ao lado da minha casa, tem a minha idade e também é uma leitora bem assídua como eu, mas bem...

Eu estava procurando em cada canto daquela bolsa, mas o celular não estava lá.

Droga.

-É... Dan, desculpa, mas...

- Ahh qual é Abby, acabamos de chegar não diz que você esqueceu algo.

Dei uma olhada de cachorrinho bem fofinha pra ele e disse:

-É o meu celular, desculpa Dan, preciso dele, eu... Acho que esqueci em cima da mesa da sala...

Aquele era o meu primeiro celular e eu continuava embasbacada por cada coisinha nele.

-Ta bem Abby, você vai ficar me devendo uma grana pela gasolina.

Era uma viajem, mas ele sempre foi de me agradar e fazer os meus favores com um sorriso.

-Obrigado Dan!- eu disse bem feliz apesar de eu ter pedido não pensei que ele fosse buscar hoje com prontidão.

-Tudo bem, mas você fica, me passa a chave.

Joguei pra ele a chave do carro super feliz e o acompanhei até a porta, ele pegou o carro sem falar nada e deu ré pra fora da garagem, e quando estava no meio da rua colocou a cabeça pra fora e disse:

-Deixei os restos do almoço do lado do fogão é só esquen...

Antes que ele pudesse terminar, o carro dele ja estava sendo arrastado por um enorme caminhão que bateu no lado direito do mesmo e não parou depois do impacto, eu gritei, até fazer minha garganta doer e me dar a ilusão de que ela estava se rasgando e ouvir os primeiros vizinhos saírem das casas e me verem ajoelhada e olharem com olhar de espanto para o final da rua onde o carro permanecia esmagado contra uma porta e o caminhão derramava gasolina, e então senti aquela estranha sensação de que um furacão se aproximava levava o meu corpo, então em um piscar de olhos eu estava de volta na cozinha da casa de Dan ainda gritando, então ele passou pelo lado da bancada da cozinha com sua costumeira agilidade e disse:

-Não grite Abby, eu vou pegar o seu celular você pode ir se quiser, você esta bem?

-Eu... Eu... Estou ótima.- Meus pensamentos foram para todos os lados, me deixando mais uma vez zonza e preocupada e a cima de tudo, amedrontada.

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