Lighthouse

Lighthouse VI

Logo MoonBin estava no meio da cidade, com as lágrimas molhando suas bochechas em um choro silencioso. O correio ainda estava aberto, entrou quase quebrando a porta de tamanho o desespero, foi até a única mulher que ainda estava ali trabalhando e lhe deu o papel

- Preciso que entregue essa carta, o endereço está aqui atrás. Não tenha pressa, apenas quero saber se pode envia-la.

A mulher analisou por um bom tempo, claro que ela leu algumas coisas, mas logo seu olhar se prendeu em um ponto da carta.

- Você não é o DongMin. Me desculpe mas não pode entregar essa carta em nome de outra pessoa.

- Não fui eu quem escrevi a carta, de fato foi o EunWoo, apenas queria que isso chegasse até as mãos dos pais dele... Por favor.

A mulher iria negar novamente, mas ver aquele rosto tão abatido e desesperado, ela cedeu.

- Como você achou essa carta?

Perguntou com curiosidade, e MoonBin secou suas lágrimas fungando algumas vezes antes de responder.

- Eu recebi uma carta dele, sobre ele desistir, fui até a casa dele na esperança de conseguir salvar ele mas acho que cheguei tarde, encontrei isso no quarto dele.

A mulher arregalou os olhos, parecia estar em choque, e antes que o garoto perguntasse ela tornou a falar.

- MoonBin, você se mudou pra cá a três anos, certo? Isso explica você não conhecer. – suspiro – DongMin faleceu a mais ou menos isso, quando você chegou ele partiu. Ele estava com os braços cortados e pulou do penhasco do farol, não me lembro a data exata de quando ele pulou, só lembro que foi perto do natal.

- ...Nós estamos perto do natal, me mudei para cá no dia do meu aniversário, hoje... E hoje foi quando eu recebi a carta dele.

A mente de MoonBin já não ligava mais nada com nada. O que era isso? Era alguma pegadinha muito bem organizada? Pois se fosse ele não estava vendo a menor graça ali.

- Ei, o EunWoo... Ele está escondido aonde? Eu já percebi, ele está fazendo uma pegadinha bem bolada e de mal gosto comigo. Troquei cartas com ele por todos esses meses, como vai me dizer que ele morreu a três anos? Hm? Desembucha, onde ele está?

- MoonBin, ele morreu! Céus, procure um médico, não tem como trocar cartas com um morto. Vá embora logo antes que eu mude de ideia sobre essa carta.

Ele não disse mais nada, apenas saiu de lá batendo o pé furioso e instável emocionalmente, o que resultou na funcionaria o chamando de louco assim que ele passou pela porta da saída.

MoonBin não voltaria para casa naquela noite, nem que o pagassem ele iria. Ficou andando a esmo pelas ruas, vez ou outra trombando com alguma parede ou placa de tão disperso.

O que havia acabado de acontecer? Quem era Cha EunWoo? Ou melhor, quem era Lee DongMin?

Quando se deu por conta já estava andando no caminho de terra que tanto conhecia, mas não ligou para onde seus pés os levariam, talvez fosse até melhor ir para lá agora.

- Então chegou o dia.

A senhora estava caminhando ao seu lado, a senhora louca. Sua chegada assustou MoonBin, mas não foi capaz de expressar isso.

- Me diga, Moon. Você acredita em anjos?

- Como? – perguntou atordoado pela pergunta.

- Você acredita em anjos?

Não respondeu imediatamente, foi cessando os passos aos poucos e a senhora acompanhou a velocidade de seus passos, até ambos estarem parados, e logo um choro silencioso dominou o garoto novamente.