Projeto Venom

151 16 10
                                    

Sentia paz naquele momento, mesmo que por poucos instantes.

Nova Iorque dava jus à sua fama de “Cidade que nunca dorme”, o que fazia Peter Parker ficar cada vez mais receoso e o Homem-Aranha ainda mais atarefado; afinal, mesmo a cidade insone ou não, até o Homem-Aranha precisa dormir de vez em quando — e eu estou exausto — pra variar.

No alto do alto prédio no centro da cidade, o frio agradável de Nova Iorque era carregado pelo vento e pela brisa que cruzavam os tetos e janelas de cada edifício ali erguidos, tornando minha vigília diária agradável a meu gosto; ansiolítico nenhum era tão forte quanto aquele curto momento...

O telefone tocando cortou um pouco aquele meu "barato", não dizendo que a ligação de minha tia fosse mais ou menos importante que aquilo...

— Eu estou num túnel, Tia May. — Menti enquanto me virava para proteger o telefone da brisa. — Por isso a ligação está ruim.

Era praticamente impossível conciliar meus horários com as ligações da Tia May; sempre me ligava durante o trabalho ou durante a vigilância. Pensei em trabalhar como Homem-Aranha às madrugadas e abrir espaço na minha agenda, mas me prejudicaria muito meu desempenho na universidade... Então desconsiderei.

— Eu vou desligar, Tia May. — Falei antes de guardar o telefone dentro da calça do uniforme. — Beijos. Tchau.

A preocupação de minha tia era válida e eu entendia perfeitamente. Andar pelas ruas de NY com a criminalidade não tão baixa era preocupante para qualquer família. Evitava tocar nesse assunto...

Fiquei alerta.

Um dos poderes atribuído à mutação genética ao me tornar "Homem-Aranha" é o chamado “Sentido Aranha”, uma espécie de intuição superdesenvolvida em referência à capacidade das aranhas de perceber ameaças iminentes através dos sentidos... É uma habilidade útil para lidar com más surpresas.

E por que será que meu palpite é o de que essa "má surpresa" usa traje vermelho?

Este dom estava alertando sobre um intruso subindo pela escada de incêndio a alguns metros de distância; julgando pela pouca sutileza nos passos, há um único palpite...

O indivíduo se pôs de pé no telhado do edifício.

— Ei! — Falou alto para chamar atenção. — Quem é a aranha mais carente de Nova Iorque...? — Sua voz exageradamente animada era angustiante.

Reconhecido.

— Deadpool... — Esfreguei minha mão no rosto, por cima da mascara, infeliz por ter acertado o palpite.

Deadpool se aproximava tirando a poeira da roupa enquanto tentava chegar até onde eu estava

— Não. Errou. Eu não. — Ele descia da mureta da escada de ferro descontraidamente. — Você que é a aranha mais carente da cidade. — Colocou ênfase no "Você".

... Contei até três, mentalmente.

Lidar com o Mercenário Escarlate de NY era muito complicado, ainda mais com fama temperamental e "cômica" que o assassino de aluguel carregava. Era preciso ter paciência e cautela para lidar com alguém Deadpool — afinal ninguém quer confrontos por aqui, certo?

— O que você está fazendo aqui em cima? — Perguntei olhando para o horizonte, evitando contato visual. — E o que te faz pensar que estou "carente"?

— Eu não sabia que você estava aqui. — Ele disse em um tom de seriedade que se desmanchou depois de alguns segundos. — Mentira. Eu sabia sim. Sempre sei.  — Vim te fazer companhia. 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 21, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Meu Anti-HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora