Sem correção ortográfica
Hoje estou mais ansiosa que os outros dias, é o dia da audiência do processo contra doutora Andréa, por isso tive uma noite de cão. Cubro minhas olheiras com maquiagem leve, calço meu salto alto, já vestida, aviso meu pai que já chegou que estou descendo.
-Bom dia filha, ansiosa para o que está por vir?!- ele nem imagina que eu não dormi a noite inteira.
-Bom dia pai, sim estou muito ansiosa, desde ontem para ser sincera.-
Ele me conforta
-Vai dar tudo certo, você vai ver, estou do seu lado a justiça está do seu lado, não há o que temer, Ela será julgada não só pela discriminação racial, mas também por desacato à autoridade, enfim a Ruth também está cuidando disso.- ele fica vermelho ao falar da Tenente Rute, isso traz um sorriso aos meus lábios.*****
Depois de alguns debates e apresentação do processo por parte da acusação e da defesa, o juiz Leandro Carvalho, condena a doutora Andréa a pagar indenização de trinta mil reais a mim e a Tenente Rute, ela ficará em regime fechado sem direito a fiança por um ano e seis meses, claro que ela não vai ficar junto às outras presas, por ter graduação em medicina.
A mulher que parecia tão arrogante, tão elegante, estava aos trapos, sem maquiagem roupa simples de presidiária, permaneceu calada a sentença inteira e pareceu aceitar, mas um único olhar seu em minha direção me fez ver que um dia ela tentará contra mim, eu enfrentei seu olhar de cabeça erguida.
Depois de se despedir da namorada, ele me leva a uma lanchonete e vejo seu advogado chegar.Ele nos cumprimenta e se senta à mesa a convite de Jhon, que o considera seu amigo, ele então começa a falar sobre o processo, me desligo de tudo quando vejo um casal entrar pela porta, eles se olhavam como se nada mais existisse além deles, sinto uma pontinha de inveja e desvio minha atenção para a conversa quando meu pai me chama:
- Sil... Filha daqui dez dias você terá trinta mil na sua conta, faça o que quiser com esse dinheiro, você pode usá-lo para mudar seu guarda roupa, reformar seu apartamento, o que quiser...- sorrio sem graça.
- obrigada pai.
Saímos da lanchonete e ao longe vejo um garotinho de mais ou menos dez anos magrinho e me vejo em seu lugar, me vejo andando até ele.
- Oi, você mesmo garoto...- o garoto me olha assustado e também para os lados, sei o que ele está procurando, a polícia que sempre é chamada por alguém que se incomoda.
- não chamei a polícia... - levanto minhas mãos em sinal de rendição.- hei tia pode me pagá um lanche?!- ele passa a mão na barriga.
- vem comigo...- ele me segue desconfiado.
Entro em um restaurante da avenida e como ainda é cedo poucas pessoas entram para almoçar.
Compro comida para ele, que agradece um monte de vezes.Ao sair do restaurante vejo que o Jhon me espera em seu carro, entro com a sensação que fiz pouco pelo garoto.
- você não pode resolver o problema da fome mundial, mas também acho lindo dar o pão a quem precisa, mudando de assunto... O doutor Fernando Lúcio deu o restante do dia de folga para você, preciso conversar com você...- ele fala cheio de dedos e eu sei que lá vem bomba.Ele estaciona o carro na vaga para visitantes, o apartamento não é tão luxuoso, mas é de classe média alta, pelo espelho do elevador vejo que ele está nervoso eu sei, bate o pé no chão, passa a mão nos cabelos, o elevador pára. No apartamento ele segura minhas mãos e me guia até o sofá.
- Sil, escute o que eu tenho a dizer depois você diz o que quiser...- ele espera e eu concordo.
- Agora você mora sozinha, não quero que se sinta só, eu estou aqui para você, mas você precisa ter amigos, fazer amizades, deixa alguém entrar, mesmo que você escolha uma única pessoa, ela vai te decepcionar? Sim, temos falhas, você precisa se abrir mais para a vida, para o mundo, você está na faculdade é a melhor época para se fazer amigos, saia beba com seus amigos, lembra de quando você decidiu sorrir e não se trancar novamente pelo Dan? Faça isso, mas faça por você, não seja tão dura com você mesma.- eu abro a boca.
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Minha Vida É Tua (Disponível Na Dreame, Hinovel E Lera)
RomanceSílvia é uma mulher doce que desde muito nova aprendeu sobre a dor, sobre o amor fora do ninho, sobre perda, a perda de algo que nem se havia ganhado, e depois de ganhar, perder novamente, e isso não a traz revolta mas força, para levantar a cada qu...