épilogue.

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Parce que Paris n'est pas la ville de l'amour.

O corpo nu ao seu lado se vestiu sem pressa, e nessa mesma calmaria a porta foi se fechando.

Seungsik preparou um café e depois de toma-lo foi até a varanda regar suas flores, algumas senhoras o cumprimentaram e outras o ignoraram. Como sempre, tomou seu tempo em cada flor, alimentando-as como necessário.

Depois de um tempo, entrou em sua casa e ajustou um pouco a bagunça que se formou depois de passar tanto tempo sem limpa-la. Uma hora depois saiu para fazer as compras e ao voltar, viu um entregador em seu portão. Se aproximou dele com curiosidade e quando este confirmou que era mesmo o tal de Seungsik que morava ali, lhe fez assinar um papel.

Tinha uma vaga idéia do que poderia ser, mas decidiu não abri-lo, pelo menos não por enquanto. Deixou a caixa em cima da mesa e depois de colocar as roupas adequadas, foi trabalhar. A ansiedade esteve consigo durante todos os pequenos segundos que passou ntro daquele restaurante. Ninguém nunca o enviava nada, sua família simplesmente mandava-lhe mensagens, as caixas com presentes eram somente em seu aniversário no qual havia passado há meses.

Não queria admitir que ainda havia momentos em que pensava nele. Seungwoo dissera que lhe enviaria uma cópia de seu ensaio quando o lançasse, no entanto, pelo tempo pensou que havia sido apenas algo dito da boca para fora no calor do momento, já que o suposto ensaio nunca chegara às suas mãos.

Mas essa caixa que chegou em pleno setembro o desconcertou completamente. Assim que voltou para casa a primeira coisa que fez foi destruir o papelão e ver o que estava dentro.

Um objeto retangular forrado por um papel totalmente branco. O único detalhe que tinha era uma pequena frase feita com caneta.

"Ainda te mantenho em meu coração"

Seus olhos nublaram e uma vontade imensa de soltar todas aquelas lágrimas reprimidas veio a tona, mas ele se proibiu de chorar. Porque merda! Deveria ter superado isso; mas foi necessário apenas uma simples oração para que as lembranças daquele verão voltassem com tudo lhe dando uma pancada.

Gentilmente removeu a fita que envolvia o papel e finalmente visualizou com maior precisão o livro. Era quase totalmente preto, obtendo cor somente no centro da capa, onde algumas linhas vermelhas - no qual mais tarde entendeu que eram fios - formavam um coração. O título era "Paris não é a cidade do amor", por Wooya.

Ver seu nome impresso fez uma sensação estranha percorrer seu corpo. Depois de alguns minutos em silêncio onde se limitou a observar capa, abriu. Sua primeira página tinha o nome do livro no centro novamente, e na outra os detalhes da impressão.

Acreditou ser mais uma dentre outras milhares de cópias, entretanto, ao virar a página encontrou uma folha vazia com frases escritas a tinta.

"Ainda guardo a doce melodia do seu cantarolar
em meu coração, ao lado de suas palavras de amor.
Porque parece que Paris, ao final de tudo
meu querido, não é a cidade do amor."

Abaixo disso, havia um número. Um número de celular mais precisamente.

Estava tudo bem ficar animado assim? Durante todo aquele ano longe dele, cada poro de sua pele sentiu sua falta. Tentou buscar em outras pessoas o que Seungwoo o fez sentir em tão pouco tempo, mas era impossível. Não havia ninguém como ele.

Durante vários dias, hesitou sobre enviar ou não uma mensagem. Por que deu seu número agora e não antes de sair? Não havia como saber se não perguntasse, e ao contrário de todos os meses anteriores, agora ele tinha a possibilidade de perguntar. A ele. Ao Seungwoo.

Pegou o celular e salvou o número como Touriste. Logo após lhe mandou um simples bonjour.

Minutos depois, recebeu uma resposta, outro bonjour.

Não sabia mais o que mandar. E assim os dias passaram sem que respondesse nada, até que uma noite a solidão foi demais e a tentação de falar com ele quase insuportável.

Naquela noite, voltou a ouvir a voz de Seungwoo, escutou sair de seus lábios um sinto sua falta, seguido por um eu te amo.

ville de l'amour | 2seung.Onde histórias criam vida. Descubra agora