A Terra de Ninguém

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Eu vejo um campo inabitado
Um lugar inconquistável
Sem dono, sem mestre
Mas que muitos escravos morrem por lá

Eu vejo árvores incompletas
Grama desfalcada e lama recriada
E a única flor remanescente do campo
Irá morrer por falta de amor

A chuva é incapaz de regar essa terra
A água não consegue gerar vida
Não consegue matar a sede
Mas é capaz de encharcar a destruição

Não existe música
Mas existem barulhos de apitos
Não existem instrumentos harmônicos
Mas existe a belicalidade

Ao dia se teme as bombas
Pelo voar mortal do albatroz
Á noite se teme os assovios
Dos morteiros e emboscadas indo ao seu destino

Sou incapaz de dormir
Pois tenho a morte como companheira
E a cada momento desses dias
Ela é capaz de tragar a minha vida

O comandante soa o seu apito
Ordenando à todos para o ataque
E quando saímos das nossas trincheiras
Pisamos na terra sem alguma esperança

Nessa terra eu vejo o horror
Eu vejo o caos
A dor
A morte

Eu vejo pessoas evaporando
Pessoas perdendo os seus membros
Pessoas sendo perfuradas a distância
Pessoas matando pessoas

Não existe o amor
Não existe compaixão
Tudo o que existe nessa terra
É a total onda de destruição

E pensar que o motivo disso tudo
Foi porque dois líderes não se entendiam
Mas ao invés de colocarem as diferenças a parte
Mandam milhões fazerem o mesmo
E por esse motivo
Que não existem mais países
Não existem mais regras
Existe o seu lado e o meu lado
E nessa guerra entre os dois lados
Que o mundo vai perdendo a sua razão
E a cada dia vai se tornando
Uma terra de ninguém.

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