Prólogo

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Há dois anos fui diagnosticada com arritmia cardíaca. Os médicos deixaram claro que a única coisa que me salvaria, era um transplante e que eu não tinha muitas chances, já que a fila era muito extensa e doadores compatíveis são raros.

Meus pais surtaram. Eu? Eu não surtei. Bom... Não como eles.

As pessoas andam na rua com medo de morrerem, com medo do inesperado. Pois imagine saber que vai morrer e não poder fazer nada para impedir. Foi aí que me rebelei.

Naquele período de seis meses, fiz muitas coisas das quais me arrependo, mas não me culpo, já que todos os dias, quando eu acordava de manhã, ficava surpresa por ter levantado mais um dia, mesmo sabendo que poderia morrer a qualquer momento.

Em um dia qualquer, eu estava indo para a faculdade quando recebi uma ligação. Um garoto... Era mais velho que eu três anos. Bateu com o carro e calhou de ser um doador compatível.

A cirurgia foi um sucesso. Fiquei um longo tempo me recuperando, até porque não é fácil ter seu coração literalmente jogado fora e receber o coração de um estranho.

Seis meses se passaram e eu havia voltado com tudo na faculdade. Consegui um emprego de meio período em uma biblioteca próxima à faculdade e passava bastante tempo nos asilos da cidade e participando de movimentos para ajudar pessoas sem-teto ou com alguma deficiência.

Algumas pessoas podem achar isso muito estranho, mas se eu tive uma segunda chance para viver, gostaria de ajudar as pessoas para que tivessem a mesma chance.

Hoje é um dia muito importante. Vou conhecer os pais do menino que salvou minha vida, apesar da sua ter sido tirada tão cruelmente.

Apenas uma palavra me descreve desde que o transplante foi realizado e minha vida foi salva: Gratidão. Espero poder expressar minha gratidão à eles de alguma forma. Assim como espero que seu filho me olhe lá de cima e veja que estou fazendo o meu melhor com a vida que me deu.

Touch My Heart - Park Chanyeol (EXO)Onde histórias criam vida. Descubra agora