six

3.6K 361 123
                                    

Boa leitura :)

×××

Uma semana tinha se passado e eu ainda não tivera a chance de voltar para a casa da Blossom para brincar com o Olive. Então, ao final da segunda aula, decidi tomar uma providência.

-Ei, Cheryl.

-Topaz -a ruiva se virou em minha direção, me lançando um pequeno e quase imperceptível sorriso.

-Eu queria saber se... -por algum motivo, me senti extremamente concentrada em seus lábios antes de retomar a fala -Faz uma semana que não nos reunimos para o projeto. Então, você poderia levar Olive para a minha casa hoje? Assim nós podemos brincar com ele de novo.

-Não precisa falar tão rápido, Toni -ela rio e só então me dei conta de que tinha aumentado a velocidade da fala como fazia quando estava nervosa -Mas sim, acho que seria uma boa ideia fazer isso, ele parece sentir sua falta, porém você vai ter que me mostrar o caminho.

-Me encontre no portão quando a última aula terminar, vamos juntas.

[...]

Estava esperando por Cheryl há, no mínimo, 20 minutos. Quase todos os alunos já tinham ido embora e eu começava a pensar se ela não tinha feito o mesmo.

-Topaz! -ouvi a voz conhecida da minha colega atrás de mim, me assustando -Desculpa a demora, não tive o último horário de aula então pensei em passar logo em casa para buscar Olive.

Só então percebi o pequeno filhote animado em seus braços, o peguei e fiz algumas brincadeiras antes de colocá-lo no cesto preso à minha bicicleta.

-Tem certeza que ele vai ficar bem? E se ele pular daí no meio do caminho? -Cheryl parecia estar preocupada com o bem do cachorro, e não só por ele fazer parte de um projeto escolar. Achei fofo.

-Tenho certeza de que ele vai ficar quietinho no lugar. Olha só como ele ficou comportado agora -comentei observando o animalzinho, que estava quietinho dentro do cesto.

Me sentei na bicicleta e logo percebi um olhar de dúvida passar pela Blossom.

-Tem um apoio de pé na roda de trás, é só se segurar em mim, certo?-perguntei apreensiva enquanto a ruiva fazia o que eu tinha instruído, logo me dando a possibilidade de começar a pedalar para longe do colégio.

[...]

Depois da longa trajetória, finalmente chegamos ao nosso destino.

Cheryl saltou da bicicleta na hora e pegou Olive, me esperando guardar o objeto na garagem.

Entramos em casa em silêncio, mas era possível perceber que já tinham pessoas lá, apesar de meus pais só voltarem de seus empregos tarde da noite.

A fonte do barulho era bem clara, na verdade. Verônica e Betty estavam na sala observando seu filhote - que mais parecia uma bola preta - caminhar pela mesa enquanto conversavam
animadamente.

Assim que as encontramos, as duas pararam de falar e nos olharam. Um silêncio constrangedor pairou sobre a sala.

-Que filhote fofo! Qual é o nome dele? -a Cooper perguntou assim que percebeu o pequeno cachorro nos braços de minha colega.

-É Olive, certo? -Verônica comentou ainda sentada, observando Betty se aproximar para pegá-lo no colo.

-Precisamos ir -A Blossom  se apressou em dizer, parecendo desconcertada.

-Por que vocês não ficam aqui? A gente pode deixar os dois brincando enquanto continuamos o projeto -minha irmã sugeriu, provavelmente se lembrando do meu problema com a outra.

-Sim! Vamos! -Betty logo apoiou, parecendo muito animada com a ideia.

Percebi minha colega tensionando ao meu lado, e apesar de eu só querer ter a companhia de mais alguém naquela sala, me senti incomodada de vê-la naquela situação.

-Na verdade, eu acharia melhor se fossemos só eu e a Cheryl. Sabe, pode ser que com os dois brincando alguma coisa dê errado, sei lá -tive de segurar a minha vontade de tampar o rosto.

De todas as desculpas que já tinha inventado, aquela era a pior.

Observei as duas melhores amigas se levantando com o filhote nos braços e saindo da sala.

-Você ficou louca? -Verônica sussurrou assim que passou do meu lado.

-Vai ficar tudo bem - sorri para ela.

Cheryl ficou olhando enquanto as duas se afastavam e então se sentou no chão, colocando Olive em seu colo e acariciando-o ternamente.

[...]

A tarde já estava acabando e a Blossom já estava arrumando suas coisas para ir embora, quando ela parou e começou a me encarar estranhamente.

-Obrigada -a olhei confusa -Por hoje mais cedo, sabe.

-Não foi nada demais -dei de ombros e a garota soltou uma risada um tanto debochada.

-Mesmo assim, obrigada -a ruiva sorriu ao terminar a frase e sai da minha casa como um furacão, sem olhar para trás.

PuppyOnde histórias criam vida. Descubra agora