A Viajante – Capítulo Dois
Enquanto os servos do castelo ajustavam os trajes de Thalia para sua missão, ela ficou parada olhando o espelho, pensando em como a vida de sua família melhoraria com a recompensa que vai ser dada se ela conseguir trazer a garota. Depois de meia hora, finalmente terminam e Thalia pega uma espada e duas facas próximas da mesa e sai.
Antes de sair do palácio ela tem que encontrar Hugo, para finalmente poder partir. Sua vontade era de deixa-lo ali. Enquanto procurava por ele, Thalia se depara com uma porta gigante de madeira com detalhes que aparentemente parece ouro. Ela pensa ser o quarto do rei pela grande ornamentação e riqueza de detalhes em uma porta. De repente a porta se abre e saem do quarto e pela brecha pode ver outro homem que parecia ser o rei.
Ela pensa no que acabou de ver e decide ignorar.
Thalia continua procurando por Hugo pelos corredores, quando o encontra, ele está sentando em uma cadeira comendo em uma mesa no meio de uma sala. Ela para na frente dele, esperando ele notá-la.
– A gente vai agora? – Pergunta Hugo, olhando para ela, comendo um pedaço de carne. – Você é um idiota, sabia? –.
–Mas o rei pediu para minha pessoa acompanhar a senhorita –. Thalia responde sua fala com um gesto.
Agora, Thalia e Hugo estão se encaminhando para fora da portão do reino. – Olha, eu não pretendo ficar com você, então se quiser ir embora. Tipo, não é uma sugestão. – Diz Thalia.
–Olha, você foi incrível –, diz Hugo.
–Tá falando comigo? – Fala Thalia estranhando o rumo da conversa – É. Aquelas caras estavam se achando o máximo, ai você apareceu e acabou com eles. E começaram a correr, feito cego em tiroteio. – E é? Por que não comemora então com seus amigos?
– Mas eu não tenho amigos... – E não choca ninguém – Thalia comenta ironicamente em resposta.
– Então, qual é o seu plano? – Hugo questiona a ela que olha para ele como se a resposta fosse óbvia. – Tipo, você vai lutar contra um psicótico pra salvar uma garota que você não sabe quem é, para ganhar um recompensa pra ajudar sua família. – Basicamente – reponde-a.
Atravessando um campo de trigo, Thalia e Hugo estação a caminho da torre para resgatar a garota. Durante o trajeto Hugo passou falando e perguntando coisas que na maioria das vezes Thalia ignorava
– Por que você é sempre tão fria? –
– Por que você não cala a boca? – Refuta, mas Hugo continua esperando uma resposta pra sua pergunta –.
Então, eles continuam a sua viagem à caminho da garota. Durante o seu trajeto encontram um moinho de vento, localizado em cima de um morro, onde fica guardado os trigos da plantação, o qual eles passaram. Passam por vale de montanhas, e em uma desses morros encontram uma árvore de maça, onde recolhem algumas para comer. E decidem acampar em baixo dessa árvore. Fazem uma fogueira improvisada com os matérias que encontram perto.
De manhã, Hugo tenta apagar a fogueira e quase se queima. Então, finalmente conseguem ver neve, está mais perto. Depois de andar muito encontram uma torre.
– Deve ser aqui – Thalia diz. Entram no portão grande que fica na frente da torre.
Quando entram o local é muito escuro, quase impossível de ver alguma coisa. Caminham lentamente procurando uma escada. Thalia está caminhando pela casa, cautelosa, o único barulho que é possível ouvir e o roído da madeira onde pisa.
Por algum motivo sente a sensação de estar sendo observada. Um barulho de panelas atrás dela a assusta e quando olha pra trás percebe que é Hugo. – Pelo amor de Deus –. De repente outro barulho de passos do outro lado do cômodo faz os dois olharem pra direção oposta.
– Não fui eu – Hugo fala rápido, Thalia aproxima-se do barulho, já pegando a faca da sua cintura caso algo saia dali.
Tudo acontece rápido de mais. De repente alguém chuta a sua perna que faz ela cair no chão e empurra Hugo que cai em cima de umas mesas que estavam por ali. Thalia está pronta pra revidar, mas é empurrada. Quando abre os olhos. Apesar da iluminação está ruim, consegue ver uma menina em cima dela, de cabelos loiros.
– Ah, é você – diz Thalia para ela, que fica sem entender a sua afirmação. – Eu vim resgatar você em nome do rei Requino. – Como assim, era pra ser ele a vir aqui – reponde ela.
– Mas sou eu, precisamos ir agora. – Esperai – a menina fala rápido. – Eu tenho algumas perguntas – fala ela. Em resposta Thalia diz: – No caminho de volta – e puxa o braço dela encaminhando-se para porta.
–Você é linda – Hugo fala ainda jogado nas cadeiras. Thalia e a menina olham pra ele e a garota pergunta quem era ele e Thalia responde com uma simples frase: – um idiota. Precisamos ir.
Encaminham- se para a porta de entrada os três, então a garota solta a mão de Thalia, ela não iria para lugar nenhum sem uma explicação. Então Hugo explica tudo para ela, e agora parece mais receptiva a ideia. – Mas eu ainda não entendi uma coisa, e o homem que mantinha você aqui? – Pergunta Thalia. Por um momento a menina ficou pensante, mas respondeu – Ele não era muito saudável, ele se jogou daquela janela quando eu tinha 13 anos. –.
– Você ficou aqui esse tempo todo? – Pergunta Hugo e ela logo faz que sim com a cabeça.
– Eu esperava um cavaleiro que recitaria um poema épico – Fala ela com ironia na voz. – Então, qual o seu nome? – Pela primeira vez Thalia fala alguma coisa na conversa.
– Hulda.
– Tudo bem Hulda, agora a gente tem que ir, só temos dois dias para voltar pro reino –.
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A Viajante
FantasyThalia uma menina pobre, filha de uma comerciante e com uma habilidade surreal no manejo de armas brancas, tem uma missão: buscar uma garota confinada em uma torre para que a menina possa se casar com o rei. Porém uma série de acontecimentos ocorrem...