– Quanto antes chegarmos a Monsterstrong melhor – diz Hulda, enquanto caminha pelo bosque. – Me falem mais sobre lá. – Você vai adorar o lugar, Hulda, é lindo – responde Hugo.
– E o meu futuro noivo? Pergunta Hulda com uma curiosidade evidente. Thalia e Hugo se entreolham, esperando que o outro responda essa pergunta. – Eu não me preocuparia tanto com ele, sabe. – Agora quem fala é Thalia.
Quando chegam em cima do morro, notam um grande sol se pondo a sua frente, fazendo o céu adquirir uma coloração alaranjada. Já está no fim do dia, eles andaram o dia inteiro e ainda falta um grande pedaço de terra para eles chegarem aos portões do reino. Eles deveriam continuar, mas a paisagem é tão bela que param por alguns minutos para admira-la. Enfim Hugo deixa de olhar o som se pondo e continua caminhando, Thalia e Hulda seguem ele.
– Acho que deveríamos acampar – já afastando uma pedra para preparar um lugar para dormirem, Hulda fala. – Podemos continuar – responde Thalia. – Há ladrões na floresta.
– Meus pés tão doendo tanto – Hugo fala sentando na grama e retirando os seus sapatos. – Acampar não parece uma má ideia. Thalia faz uma cara de quem não gosta muito da ideia, porém desiste e se familiariza com a ideia. Os três agora estão montando um acampamento improvisado, pegando alguns pedaços de galhos, tirando as pedras...
Enfim conseguem organizar um espaço adequado para conseguirem dormir, não é nada confortante, mas vai protege-los. Com os galhos que pegaram e as habilidades de Thalia, conseguem fazer uma fogueira para se aquecerem, a fogueira ilumina parte do lugar onde estão. Hulda, Thalia e Hugo estão sentados perto da fogueira, eles ficam assim por muitos minutos, olhando para ela. Hugo é o primeiro a se retirar, deixando apenas Hulda e Thalia.
– Por que você afasta as pessoas? A pergunta de Hulda, chega tão inesperada para Thalia que ela não sabe nem o que responder, fala somente um "que".
– Hugo se esforça tanto pra se aproximar de você e você sempre dá um jeito de chutar ele. – A acusação de Hulda não parece afetar Thalia, ela fica calada. – Porque você não quer conversar sobre isso? –
– Então, eu sei que você não gosta de mim –.
– O que? Eu nunca disse isso Thalia fala. – Eu sei, mas dá pra notar – Responde Hulda, cabisbaixa. – É só que... eu tenho algumas perguntas, mas não é da minha conta, eu só sou encarregada de te entregar –.
Hulda se aproxima mais de Thalia, ficando lado a lado dela. – Pode perguntar –. Thalia fica receosa, abre e fecha a boca várias vezes e então fa logo: – Se aquela guarda tinha morrido, porque você continuou na torre? – A pergunta faz Hulda fica calada por muito tempo.
– Você é bem esperta. Bem.... Você sabe que o rei Requino é filho do antigo rei Haroldo? – Thalia diz que sim com a cabeça. – Antes de morrer Haraldo fez um acordo com Eltestano, rei de England. Ele queria que Eltestano protegesse o filho. E em troca um casamento. –
– Mas por que proteger Requino? – Pergunta Thalia. – O rei Horoldo não queria que o trono fosse para sua outra filha, Érica. E quando Haroldo morreu, o trono iria passar para ela, todavia, o rei de England forneceu à Requino homens e navios para caçar a sua irmã Érica; aparentemente ninguém conseguiu encontrá-la.
Após a revelação dita por Hulda, Thalia fica chocada, mas mesmo assim na sua cabeça ainda resta uma dúvida. – Isso ainda não explica o porquê você ficou na torre –.
– Estelstano só protegeria Requino se o casamento acontecesse, eu fiquei porque era necessário, o acordo era uma oferta de paz, eu não podia acabar com isso.
– Por que está me contando isso agora? – Hulda, segura o pulso de Thalia e coloca seu rosto na frente do dela, centímetros de distância e responde: – Eu preciso da sua ajuda. Eu estou no meio disso tudo, e se eu for a filha de Érica. Eu preciso que você me ajuda a encontrá-la.
– Claro que sim, mas e o casamento e tudo que você acabou de contar? Thalia pergunta, em resposta Hulda faz uma cara de como se aquilo pudesse esperar. – Então, já que eu contei toda a minha história pra você, é justo você me contar pelo menos algo pra mim. Um longo suspiro sai dos pulmões de Thalia, ela concorda. – Eu vivo com minha mãe, só nós duas em uma casa afastada do palácio.
Hulda se sente coagida a perguntar – E seu pai? – Quando eu tinha 16 anos, ele e minha irmã foram assassinados por ladrões. – Os olhos de Thalia nesse momento estava um pouco marejado. – Desculpa – Hulda fala. De repente seus olhos se cruzam, seus rostos ficando cada vez mais próximos, normalmente Thalia se afastaria, mas não quis fazer isso. Em vez disso beijou Hulda que retribui o beijo.
– Acho melhor eu dormir – diz Thalia se afastando e deitando em um lugar próximo. – Sim... –.
Hulda se afasta da fogueira e se deita no lugar que tinha preparado antes para dormir, as lembranças do beijo a acompanham até ela dormir. A manhã finalmente chega o grupo se prepara para mais uma longa caminhada até Monsterstrong, ao que parece os acontecimentos da noite anterior não foram postos em questão. Hugo se prepara para caminhar, coloca seus sapatos e pega água de um rio próximo, deixando Hulda e Thalia sozinhas, ambas dão um abraço, uma despedida.
De repente, uns homens mascarados aparecem, não se sabe de onde vieram. Então, começa um rápido combate entre Thalia e eles, Hulda ficou afastada vendo Thalia mover suas facas e cravar na pele de alguns deles. O maior de todos agarra Hulda e tenta levar ela, mas Thalia chuta a perna dele o que faz com que ele caia. Apesar de todos os esforços aparece mais homens, que encurralam elas.
Hugo pega sua garrafa, agora cheia de água que pegou do rio e volta para o acampamento improvisado que fizeram, quando chega deixa sua garrafa cair, não há mais ninguém lá.
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A Viajante
FantasyThalia uma menina pobre, filha de uma comerciante e com uma habilidade surreal no manejo de armas brancas, tem uma missão: buscar uma garota confinada em uma torre para que a menina possa se casar com o rei. Porém uma série de acontecimentos ocorrem...