[Júlia está no quarto, ouvindo o rádio e cantando a música "Coisas do Brasil" enquanto se arruma para sair.]
Foi tão bom te conhecer
tão fácil te querer
triste não te ver por tanto tempo.
É bom te encontrar
quem sabe feliz
com a mesma alegria
de novo.
Mais uma vez, amor
te abraçar de verdade
há sempre um novo amor
e uma nova saudade.
[Ela se dirige à porta e fala com pais que estão sentados na sala]
Júlia: Tô indo pra casa do Carlos. A Isa também vai. Vamos esperar o listão juntos.
Maria: Acho uma ótima. Deu pra ouvir a música que tu estavas escutando daqui. Não acha que três meses é tempo demais pra curtir uma fossa, não?
Júlia: Ah, mãe, me deixa!
Maria: Mas o que eu tô dizendo demais? Eu só acho que deverias sair mais, conhecer pessoas. Sei lá, de repente, o amor da sua vida pode estar do teu lado e tu ainda não percebeste...
Júlia: Oh, mãe, a senhora tá falando de quem?
Maria: Eu?! De ninguém. Mas... de repente, se tu desses uma chance pra um certo amigo de infância chamado Carlos... Né, Fábio, tu não achas?
Fábio: O Carlos? É um ótimo rapaz.
Júlia: Pai, até o senhor?!
Fábio: Foi só uma observação. Não tá mais aqui quem falou.
Júlia: acho bom mesmo. Vocês sabem muito bem que o Carlos e eu somos A-MI-GOS. Não confundam as coisas. Vocês, heim! Querem saber, tô indo. Beijo.
Fábio: Tchau filha, vá com Deus.
Maria: Cuidado com a chuva!
[Corta para Júlia na sala da casa do amigo Carlos, onde já estava sua melhor amiga Isadora, e os três ligam o rádio esperando o resultado do vestibular. Ouve-se o listão do vestibular do curso de Publicidade e Propaganda – Isadora está nele – o listão do curso de Engenharia Elétrica – inclui o nome de Carlos – e o listão do curso de Direito – o nome de Júlia não é falado.]
Carlos: Não fique triste, Jú. Olha, passar em direito é difícil mesmo. Mas ano que vem você estuda mais e tenta de novo. A gente te ajuda, né Isa?
Isadora: Claro. E, amiga, Direito é muito concorrido e vamos combinar que na reta final tu deste uma vacilada, né? Era só Alfredo pra cá, Alfredo pra lá... Nem estudavas direito.
Júlia: Também não foi bem assim. Né?
Carlos: Desculpa, Jú, mas o pior é que foi sim. Você perdeu o foco...
Júlia: É, acho que vocês têm razão. Vacilei mesmo.
Carlos: Foi, mas a gente não tá te condenando, essas coisas acontecem. Não fica triste. Você vai dar a volta por cima, vai ver só.
Isadora: É, amiga, conta com a gente. Agora, bora deixar o baixo astral de lado e comemorar!
Carlos: Isso, vamos lá!
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Brincar de Viver: um romance contado em 14 canções de Guilherme Arantes
RomansaNarrativa criada como tributo à discografia do cantor, compositor e tecladista Guilherme Arantes cujas canções embalaram minha adolescência. Texto de Claudia Vidal. Os direitos sobre as letras das músicas (em itálico) pertencem inteiramente a Guilhe...